Lá e de Volta Outra Vez ou “Quando caminhamos em outro mundo”

Era uma vez um homem que tinha um sonho: Ir até a lua, catar algumas coisas lá e voltar são e salvo. Isso parece até o começo de alguma história de ficção científica ou mesmo de uma série de TV (o que de fato era). Mas o homem em questão não era o dono de um ferro velho. Era o presidente John F. Kennedy. Seu sonho não era bem ir até a Lua só por ir. Havia muita coisa envolvida. Uma guerra silenciosa, não-declarada, mas que todos sabíamos estar vivendo: a chamada Guerra Fria, que para muitos de vocês que estiverem lendo é História. Para mim, foi real, eu vivi isso e estávamos à espera de um míssil balístico intercontinental visse dizer "Olá" bem na nossa porta de casa.

O míssil, não veio. Mas um foguete partiu. Partiu com nossos corações e desejos de boa viagem, e voltou com um sonho realizado, uma aventura repleta de histórias, e mais histórias seriam escritas. Hoje é dia 16 de julho de 2014, e exatamente há 45 anos, o Homem ia em direção a outro mundo.

Mas talvez este termo esteja errado. As Grandes Navegações eram exatamente isso: ir a outros mundos, nunca d’antes navegados. Nós fomos, voltamos e o mundo ficou maior. Quando caminhamos pelo Espaço, livres, leves e soltos, a Terra ficou pequena. Quando demos voltas ao redor dela, vimos o quanto ela é frágil, mas resoluta em continuar existindo, independente das formas de vida existentes sejam limadas por uma violenta extinção em massa.

A Lua sempre nos acompanhou (se este "sempre" você entender a partir do momento que Theia deu um beijo de boa noite na Terra e deu-lhe uma porrada). Kennedy não visava o avanço científico e tecnológico. Ele quis mandar um recado do tipo, "Ei, Nikita, tenho uma novidade pra você. Eu tenho um foguete capaz de mandar um módulo à Lua, e se eu posso fazer isso, mandar um MIRV pro meio da Praça Vermelha é moleza, ok? Beijo, me liga"

Os russos nunca estiveram interessados em mandar o Homem à Lua. Eles não se impressionaram com isso. Mandaram o primeiro ser vivo ao Espaço: Kudryavka ("Laika", significa "cadela" em russo. Não era o nome dela.) Eles mandaram o primeiro homem para fora da atmosfera terrestre, sem ter que explodi-lo antes. Também fizeram um monte de besteiras, como mandar o coronel Komarov, o maior dos herois russos, numa missão suicida.

Como estava cada vez os russos chegando em primeiro, aí que a NASA não desistiu, e diferente de hoje, dinheiro não faltava.

Kennedy não viu nada disso. Ele tomou um pombo sem asa bem no meio da testa em 1963. Ele não sabia o que aconteceria a partir do seu discurso:

Novas ligas metálicas, novos equipamentos, novas tecnologias que ainda não tinham sido inventadas. Que se dane se era por causa da guerra fria. Todo grande avanço tecnológico vem por causa de alguma ação bélica, ou ainda estaríamos vendo um galho pegando fogo e grunhindo em volta.

Neil Armstrong, falecido no ano de 2012, fez uma coisa que nenhum outro ser humano então fizera: ele tocou um outro corpo celeste e a Lua desvendou seus segredos. Tudo começou no dia como o de hoje, em pleno Verão norte-americano. Mas não foi o calor do Sol que o mundo sentiu, foi o frêmito da partida, a esperança da chegada, a audaciosa viagem.

Saturno V, a então maior máquina projetada pelo homem (cujo status permaneceu até a construção do LHC), fez a sua explosão controlada, queimando toneladas de combustível para sair da poderosa gravidade terrestre. Libertados deste inconveniente, as 3 Leis de Newton fizeram o resto. Eles estiveram lá e de volta outra vez. O vídeo a seguir mostra a combustão dos potentes combustíveis líquidos em presença de oxigênio, também líquido, mostrando a expansão dos gases, os mesmos sendo sugados e então transformados em toneladas de empuxo. Sério, é lindo de se ver!


Eu falei que era lindo!

Nós conseguimos tanta coisa, mas mesmo mandar o Curiosity para Marte não tem o mesmo impacto que alguém como nós indo à Lua. Tão ou maior frêmito será causado quando finalmente pousarmos em Marte e um de nossos netos, bisnetos ou o que for ouvirão dizer o quão maravilhoso é estar ali. E nossa respiração sairá ruidosa. Só esperemos que os loucos, os fanáticos, os psicóticos, os corruptos estejam vendo, para então verem o quanto seus esforços insanos são inúteis. A Ciência avança, a tecnologia melhora e o homem evolui.

É este sonho que eu quero ter. É este desejo, esta magia. Por isso eu escolhi a imagem do ET. Algo que simboliza que todos nós somos crianças suficientes para sonhar alto`.

Pois às vezes os sonhos se realizam, tal como o do pessoal do Resgate 1. Tal como o de Kennedy e tantos outros visionários.

4 comentários em “Lá e de Volta Outra Vez ou “Quando caminhamos em outro mundo”

  1. Cadê os bitolados da conspiração para dizer que isso é tudo uma invenção do governo mais meticuloso, controlador e eficiente que sequer consegue impedir seus bancos de quebrarem?

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    1. @Mauro Fujihara, na verdade a quebra dos bancos faz parte do plano de dominação mundial do grey-illuminatti-gayzista-extremistas e fans do neymar e do Justin Bieber (só mencionei os dois pra ver se aparece um fã histérica para quedista pra alegrar o André).

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  2. O melhor resultado da pesquisa espacial, até agora, foi a redescoberta da Terra e a consciência de sua unicidade no Cosmo. Até onde sabemos, não há lugar melhor que o nosso lar e é bom que cuidemos muito bem dele.
    Ou, como disse alguém, uma certa vez, é melhor não furarmos nosso bote salva-vidas.

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  3. Eu fico arrepiado de emoção com os grandes feitos da humanidade…
    Passei a noite acompanhando ao vivo o resgate dos mineiros no chile (dói quando escuto alguém dizendo que foi um simples buraco). Me emocionei vendo o Marcos Ponte batendo na bandeira do Brasil em seu braço durante a decolagem da Soyuz, acompanhei toda a preparação do último lançamento da Endeavur…
    E não canso de ver ‘novos’ vídeos dos anos 60/70. Essa queima de combustíveis da Apolo é de tirar o fôlego…
    Fico imaginando o que se passou, nesse momento, pela cabeça do Von Braun.

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