Marte é o primeiro Cybertron

Na noite da última terça-feira (23/09), a Índia conseguiu DE PRIMEIRA colocar uma sonda em órbita de Marte. A Índia, com todos os seus problemas sociais (na maioria das vezes causados pelos seus sistemas de castas e sua religião meio esquisitona) consegue algo fantástico. O Brasil? Infelizmente, não conseguimos construir um foguete (coisa que a Alemanha fez na década de 1940) nem colocar um satélite em órbita (coisa que a URSS fez em 1958).

Há algo inusitado nisso (não o fato do Brasil não fazer nada. Lembrem-se: o brasileiro médio odeia Ciência). Mas o fato de Marte ser o primeiro planeta inteiramente povoado por robôs. Marte é Cybertron.

Em 1969, mandamos os primeiros astronautas sem sequer saber o que era a Lua, como era a sua geologia, e maiores detalhes que satélites informavam. Não tínhamos tecnologia nem para fazer um homem de 6 milhões de dólares (hoje, nem o equivalente, graças à inflação).

Nossos amigos feitos de circuitos estão lá, varrendo o planeta vermelho para nos garantir segurança para o dia que chegarmos lá. Eles velam o planeta-guerreiro, nos trazem imagens, informações geológicas e preparam tudo para que possamos chegar com segurança. Talvez não seja tão heroico quanto os pioneiros do Espaço, mas mesmo os primeiros navegadores não superam em nada a coragem daqueles que hoje circunavegam o mundo.

Um dia, quando mandarmos máquinas que se autoconsertem, elas terão um mundo só delas, não dependerão de nós. Não vejo, com isso, que se rebelarão. Não é porque nós fracassamos como espécie social que nossas máquinas tenham que ser tão psicóticas quanto nós. Eu acredito no mundo de Susan Calvin, não do Skynet.

Quando eu olho para Marte, à noite, e vejo o pequeno ponto vermelho, eu me lembro de toda a tecnologia que criamos só para elas estarem lá. Me lembro dos esforços de milhares de pessoas que trabalharam nos projetos. Me lembro dos milhões de cientistas, desde Aristarco de Samos, que estudam o Universo.

Eu vejo tudo isso hoje. Eu acompanho em tempo real (ou quase) a Mangalyaan orbitando o planeta e mandando um recadinho “Eu estou bem! Confie em mim, não os decepcionarei”. É mais que muitas pessoas fazem. É um triunfo, é magia pura. E eu não quero saber das criancinhas famintas. O dr Stuhlinger e Isaac Asimov já responderam sobre isso.

O Primeiro Cybertron não terá guerras do tipo “Robô de um contra Robô de outro”. Todos compartilharão dados, todos convivendo harmoniosamente entre si. Não são os robôs que serão feitos à nossa imagem e semelhança. Minha esperança é que nós é que acabemos semelhantes a eles.

2 comentários em “Marte é o primeiro Cybertron

  1. Acho que a possibilidade de colonizadores humanos permanentes é mais provável para marte, sonho mais com terraformação, será o Homo martianus.

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