O problema de acreditar em mitos, como a Lua ser feita de queijo, as plantas têm consciência, a Terra ser chata feito pizza e em cobras falantes. Isso tudo acaba sendo destroçado por pesquisa científica. Mesma coisa quando tocamos na evolução do Homem. Claro, se você saiu da toca ou não cultiva ciência da Idade do Bronze, sabe que é bem esquisito Ilúvatar (ou um outro deus qualquer) ter criado o Homem quando temos vestígios fósseis de outros hominídeos. Seria uma versão shareware do Homo sapiens? Encomenda que veio errada? Cagada do estagiário? Imaginem, como explicar isso? Afinal, Evolução é mito, certo?
Bem, o Australopithecus sediba meio que discorda. Ele foi descoberto em 2008 no renomado sítio arqueológico de Malapa na África do Sul. Agora, ele ajuda a entender um pequeno detalhe de nossa anatomia: a formação de nossa mandíbula. (aquela parte, eu não sei ao certo)
Eu gostaria de saber se Noé conheceu algum A. sediba. Será que eles eram filhos de Caim com Lillith? Quem são? De onde vieram? Gostavam de costeletas de brontossauro? (EU SEI!) Bem, as questões filosóficas de onde vieram, para onde foram (no caso, pra vala evolutiva) não são lá muito importantes no contexto deste artigo, mas a parte da alimentação, sim. Do que eles se aloimentavam? De acordo com uma recente pesquisa, alimentos macios, pois eles não conseguiam colocar algo duro dentro da boca (ops!).
Pesquisa publicada em 2012 ganhou atenção internacional ao sugerir que isso seja possível ancestral humano início viveu em uma dieta floresta diversificada, incluindo alimentos duros misturado com casca de árvore, frutos, folhas e outros produtos vegetais.
Os doutores Lee Berger e Kristian Carlson, do Instituto de Estudos Evolutivos (ESI) da Universidade de Witwatersrand, que fica em Joanesburgo, África do Sul, um país que fica no sul da África, que não é um país, mas um continente. De acordo com a pesquisa deles, o Australopithecus sediba não tinha lá uma mandíbula decente, com uma estrutura dentária capaz de manter uma dieta constante de alimentos duros.
Mas por que eu deveria me preocupar com a dentadura do A. sediba? Bem, costuma-se apontar como ele sendo um dos mais próximos do Homo sapiens. A n]ao ser que você tenha recebido iluminação espiritual que tudo isso não passa de invenção de cientistas ateus satanistas. De qualquer forma, o que a pesquisa aponta é que o A. sediba tinha uma limitação importante na sua capacidade de morder. Nós, humanos, somos os que possuem as mandíbulas mais poderosas (guardando devidas proporções), em comparação com outros primatas. Mas se o Sedibão colocasse coisas duras na boca como nós estamos acostumados (êpa!), teria tido sérios problemas.
Através de testes biomecânicos modelados em computador (ter australopitecos servido de cobaia em algum laboratório para testar as mordidas anda meio difícil. Vai que o pessoal da Luísa Mel resolve libertá-los?), Berger e Carlson estudaram o quão poderosa seria essa mordida, e quais os problemas que morder algo muito duro acarretaria.
Berger e Carlson construíram o modelo com base num fóssil de um crânio encontrado em 2008, no sítio de Malapa, uma caverna a uns 40km a oeste de Joanesburgo. O crânio era bem resistente. Um verdadeiro caveira! (Não resisti. Me processe!). Os dois pesquisadores estudaram os processos da mesma forma que engenheiros testam aviões, automóveis ou outro tipo de bagaça construída de forma a estudar sua resistência estrutural. E bem sabemos que para construir coisas, engenheiros adoram pensar em métodos para quebrá-las primeiro. Depois de terem esgotadas as possibilidades, aí mandam para a linha de produção. Ou seja, se Jeová fosse engenheiro, muitas cagadas evolutivas não existiriam.
A modelagem contou com o apoio do pessoal do Departamento de Ciência e Tecnologia da África do Sul e do European Synchrotron Radiation Facility em Grenoble, França. Deve ser bom morar em país de primeiro mundo. Lá eles não odeiam Ciência, pagam os faxineiros em dia e não perdem tempo ovacionando mandiocas. Eu só queria saber se assim como existe Mulher sapiens, existe Australopicosa. Bem, deixemos de lado isso.
Como você vai querer ler a pesquisa na íntegra, ela foi publicada no periódico Nature Communications , e clicando no link você terá o PDF inteirinho digrátis Corre antes que acabe o estoque. Divirta-se!
A Evolução é uma coisa incrível mesmo,nunca me canso de descobrir mais como através da Seleção Natural acabamos chegando aonde estamos.
O texto foi muito bom,informativo e também engraçado,continue com os textos assim Dr.André.
Enfim,mas ainda acho que exista Mulher sapiens,e também as vezes é bom saudar a mandioca assim como a nossa presidenta faz de vez em quando.
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