Pesquisadores caçam o esconderijo da Peste Negra

A Peste Negra é uma demonstração do que Evolução Biológica associada à falta de saneamento básico e estupidez humana acarreta em uma perda considerável de vidas. Foi assim no caso da Praga de Justiniano, no século VI da Era Comum, em que a Yersinia pestis, a bactéria do mal, se espalhou por causa de ratos, e estes se espalhavam por causa de um saneamento básico inexistente e porque um bando de idiotas matou o predador dos ratos. Mesmo porque, gatos são animais satânicos, matem todos e deixemos que Jesus entre em nossos corações, enquanto se morre de forma horrível.

O genoma da Y. pestis já foi sequenciado, mas ainda falta saber umas coisinhas. A peste Negra do século XIV matou entre 30 e 50% da população europeia em 5 anos. Só que não ficou por aí. Não foi um caso isolado. Essa safada desta bactéria ressurgiu em toda a Europa nos séculos seguintes, mandando grande quantidade de pessoas pra vala. As perguntas que surgem são Onde e como os surtos começaram? Onde esta bactéria fidamãe se esconde? Como podemos prevenir que ela reapareça?

O dr. Alexander Herbig chefia um grupo de análise computacional especializados em traçar a ação de agentes patogênicos, no Instituto Max Planck de Ciência da História da Humanidade. Ele escavou dados da ação da Y. pestis para criar um mapa computacional dos surtos para entender como eles aconteceram e se espalharam.

Dados arqueológicos levou uma equipe do Instituto Max Planck chefiados por Herbig a mapear todas as ocorrências de surtos de Peste Negra na Europa, como no caso da Peste de Londres, que durou entre 1665 e 1666, matando algo entre 75 e 100 mil pessoas, e fez Isaac Newton ralar peito para o interior da Inglaterra, local onde fez suas investigações matemáticas e o levou até o Cálculo Diferencial e as proposições sobre a Lei da gravitação Universal. Tempo passou e aí veio a Peste de Marselha, que durou entre 1720 e 1722, e matou 100 mil pessoas, apesar de Marselha ter se recuperado relativamente rápido (em termos históricos). Demorou só uns 45 anos.

O problema em entender como acontece estes surtos é saber quem teria sido o paciente zero (ou “os” pacientes). Acontece que Londres e Marselha eram duas cidades importantes, tanto intelectual como comercial. Logo, havia uma miríade de várias pessoas vindos de vários cantos do mundo.

Bem, hora de trabalhar. Os pesquisadores fizeram trabalho papa-defunto, analisando ossadas (principalmente dentes) de pessoas que morreram na ocasião e resgataram traços de DNA ainda intactos. O que foi descoberto até agora foi…

Nada.

Sim, nada. Os pesquisadores estão trabalhando com arqueólogos para coletar, analisar, tabular e organizar os dados de forma a construir um modelo computacional do que ocorreu. As coisas não acontecem de modo rápido. A pesquisa, mediante análise genética de cinco cepas da bactéria do mal, ainda tem sido insuficiente para determinar um padrão de espalhamento, mas aponta que a cepa original está por lá, em algum lugar, e é exatamente essa bactéria a responsável por muitas ressurgências de Peste Negra na Europa ao longo dos séculos. Só é preciso saber onde está.

A pesquisa publicada no periódico eLife.

8 comentários em “Pesquisadores caçam o esconderijo da Peste Negra

        1. Certamente estava entoando algum encantamento antes de aplicar o tratamento nas pessoas. Costume comum onde o misticismo e a ignorância reinam.

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