Enceladus e o Sopão da Vida

Na vastidão misteriosa do nosso Sistema Solar, um pequeno globo suspenso nas marés gravitacionais de Saturno pode muito bem ser a garrafa com a mensagem cósmica que traz um segredo surpreendente. Enceladus tem cerca de 504 km de diâmetro, e isso pode parecer insignificante à primeira vista. Talvez seja, mas ainda assim esta relíquia congelada do início do Sistema Solar esconde uma joia rara: um vasto oceano líquido subterrâneo que poderia ser um berço para formas primordiais de vida alienígena. Continuar lendo “Enceladus e o Sopão da Vida”

Extinções em Massa

A vida é um fenômeno raro, raríssimo. Alguns acham que dada a vastidão do universo, deve ser grande a possibilidade de haver vida, o que faz sentido. O problema é que a Vida é um problema sério em seu surgimento: qualquer evento pode limar tudo de uma vez por todas, e quase deu o pior aqui na Terra. Nós chamamos estes eventos de Extinção em Massa, e é quando a larguíssima maioria dos seres vivos do planeta é simplesmente mandada pra vala evolutiva, e ao longo dos 4,6 bilhões de anos da história da Terra, houve cinco grandes eventos de extinção em massa que aniquilaram a esmagadora maioria das espécies que viviam em cada época. Continuar lendo “Extinções em Massa”

Pesquisa japonesa garante: Bactérias conseguem viver no Espaço. Só não garante que não nos escravizarão

Vida em outros planetas é sempre uma possibilidade, mas é preciso entender uma coisa básica: será que eles conseguiriam sobreviver? Volta e meia alguém aparece com a teoria da panspermia, que efetivamente não soluciona como a vida surgiu na Terra; afinal, ela teve que surgir de algum jeito em outro lugar. Como? Será que o que temos aqui seria capaz de sobreviver lá fora?

Uma pesquisa japonesa que começou em 2015 parece ter algumas respostas e mais um zilhão de perguntas. Uma das respostas? Sim, bactérias podem viver no espaço, tomando radiação ultravioleta no quengo. O “como” foi uma das perguntas.

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Como flores coevoluem com polinizadores

Evolução, você sabe, seleciona aqueles que estão melhor adaptados de forma a viver por mais tempo e gerar descendentes. Você pode pensar que isso é algo solitário, mas não é, pois enquanto você está evoluindo (você, espécie. Não necessariamente você, você), outra espécie também está. Se você depende da outra espécie. Serão selecionados os que, juntos, evoluírem de forma a um ajudar o outro. Este é o conceito de Coevolução, em que a pressão seletiva favorecerá duas ou mais espécies que adquirirem capacidades que beneficiem ambos. Caso contrário, um vai pra vala evolutiva.

Um perfeito exemplo disso são insetos polinizadores e flores. Alguns insetos são ótimos para polinizar, desde que sejam atraídos. A pressão seletiva selecionará a flor que melhor atender ao polinizador. Tem flores, por exemplo, que têm cheiro de carne podre, o tipo de coisa que abelhinha fofa odeia, mas moscas adoram, como acontece com a flor-cadáver (Rafflesia cantleyi).

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Cobra mergulhadora “respira” debaixo d’água para ser assassina mais eficiente

Vocês já devem ter visto a notícia da serpente da banda azul que respira pelo alto da cabeça, certo? Bem, se não leu nada disso, não se preocupe, pois está apenas meio certo (e tudo que está meio certo está meio errado também!). De qualquer forma, o que foi descoberto é que a Hydrophis cyanocinctus, uma cobra marinha venenosa a dar com pau, tem um sistema de vasos complexo no alto do cocuruto da cabeça (cocuruto é qualquer coisa mais elevada, não apenas a cabeça).

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Como moldamos os cérebros de nossos cães

Eu já escrevi várias vezes sobre cães. Cães são as melhores pessoas! Isso vai desde o garboso collie até o vira-latas caramelo. Não existe cão como o caramelão amigão! Já falei também como eles nos escolheram para sermos amigos deles numa simbiose de amizade em que eles cuidavam de nós em troca de uns petiscos que sobrava.

Durante séculos, os seres humanos criaram cães para aparências ou capacidades específicas. Desde companhia até caça, passando por aqueles camundongos de madame com capacidade de latir. Alguns deles são calmos e tranquilos, enquanto outros têm surtos de ansiedade, destruindo os seus móveis e tudo o que você ama. Pesquisadores resolveram estudar como a pressão seletiva afetou a morfologia dos cérebros caninos, até eles chegarem onde são hoje.

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Renderização mostra como era tatatatataravô das cobras

Era uma vez uma cobra com 4 patas que conseguia ficar ereta. Não apenas isso, ela falava e mandou umas ideias de jerico pra uma dona burra feito uma porta, casada com um zé ruela mais burro que ela. Aí veio o chefe da milícia e expulsou todo mundo do condomínio construído de forma irregular.

Assim diz a mitologia Tropa de Elite 3, o Inimigo é Javé. No mundo das pessoas normais, cobras evoluíram de um ancestral que até pouco tempo não se tinha certeza de como era o formato. Só que uma equipe de pesquisadores conseguiu reconstruir como o ancestral das peçonhentas marvadas possa ter parecido.

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O que cães têm nos olhos que lobos não têm? Peraí que eu vou dizer, meu bem!

Eu já falei aqui várias vezes. Cães e lobos são a mesma espécie. Sim, eles são muito diferentes, mas eu também sou diferente do Capitão América (não tão diferente do Thor, agora). Também falei que não fomos nós que domesticamos os lobos até dar origem aos nossos cães. Foi algo mútuo. Cães acharam que era uma boa ideia ficar perto de nos, já que sempre sobrava uns bocados e eles nos serviam como alarmes e companheiros de caça. Humanos e cães evoluímos conjuntamente, e essa evolução acarretou numa diferençazinha entre cães e lobos. Cães possuem musculatura ocular num arranjo que lobos não têm.

E isso deu ao Rex capacidade de expressar-se só pelo olhar.

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A volta do osso misterioso sumido nos tempos de antigamente

Fabela é um nome que dificilmente você ouviu falar. Trata-se de um osso sesamóide, isto é, com formato de uma semente de gergilim, e daí vem o seu nome, que em latim significa “feijãozinho”. Ossos sesamóides são pequenas estruturas de formato esférico localizadas próximo à articulação do dedão com o metatarso, e a função deles é ajudar no impulso, além de auxiliar na absorção de impactos. Só que a fabela é um caso particular, pois o lugar dela é na articulação do joelho e estava praticamente desaparecida nas pessoas há alguns séculos.

Ou, pelo menos, era o que se achava.

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Tamanho é documento e os pequenos que se dão bem

Ela disse que não importa o tamanho, mas lá nos recônditos da sua mente, ela sabe que importa, só não quis lhe magoar. Seja dinossaurão ou dinossaurinho, a Seleção Natural vai chegar junto mais cedo ou mais tarde. Só que o problema é que o dinossaurão precisa de muito, mas muito mais recurso que aquelas galinhas de mau humor que mal chegavam no seu joelho. Isso refletiu em outros animais, principalmente mamíferos, menores, mais bem adaptados e capazes de gerar o próprio calor interno.

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