artigo sobre os males dos cigarros eletrônicos (os e-cigarrettes). Vários dependentes químicos vieram me xingar, claro. E sim, ao ponto que você é dependente de nicotina, pois esta tem um poder viciante maior que o da cocaína, você é um dependente químico sim. Aceite que dói menos (depois, procure uma clínica para desintoxicação).

Uma das alegações é que usavam o dispositivo pois ele fazia menos mal que o cigarro e viciava menos (aham!). Infelizmente, existe algo chamado Realidade, a Destruidora de Mundos,e  uma pesquisa mostra que, sim, cigarros eletrônicos, longe de afastar, estão servindo de porta de entrada para cigarros convencionais. Onde está seu Mata-Rato agora?

O dr. James D. Sargent é professor de Pediatria da faculdade de Medicina da Universidade Dartmouth. Ele e sua equipe analisaram dados sobre hábitos tabagísticos de jovens norte-americanos, incluindo pessoas com mais de 18 entre os seus participantes, formando uma leva de cerca de 700 pessoas, entre 16 e 26 anos. Os participantes foram consideradas “não-suscetíveis” para iniciar o fumo tradicional cigarro no início do estudo, porque eles tinham respondido “definitivamente não”. No ano seguinte, 38% dos usuários de cigarros eletrônicos tinham iniciado o fumo em cigarros tradicionais. Em comparação, apenas 10% dos jovens que não eram usuários de e-cigarrettes começaram a fumar cigarros tradicionais.

Como explicado no outro artigo, o problema está no alto poder viciante da nicotina, mas os dependentes químicos que foram lá falar besteira disseram que nãoera nada disso. Essa pesquisa foi publicada no periódico JAMA Pediatrics. Como os cigarros eletrônicos entregam nicotina mais lentamente do que os cigarros tradicionais, o usuário acaba pedindo mais e mais, e de forma mais rápida, já que a nicotina é rapidamente aliminada do organismo.

Aliado a isso, os pesquisadores alegam que como o cigarro eletrônico tem a forma e mimetiza o uso de cigarros convencionais, acaba acostumando o usuário a isso. E, para finalizar, esses cigarros, ao menos nos EUA, não estão sujeitos aos mesmos regulamentos que os cigarros tradicionais. E eu nem vou citar os altos índices de formaldeído nos cigarrinhos eletrônicos. O que é formaldeído? É o nome daquilo que você conhece por formol.

Claro, ainda vão alegar que pesquisas indicam que cigarros eletrônicos fazem bem menos mal que os cigarros convencionais. Um documento do Public Health England, da Inglaterra, dizia que cigarros eletrônicos eram 95% mais seguros que os cigarros convencionais. Como sempre, a Realidade, my dear friend, mostra algo bem diferente. O Lancet mostra que a escolha dos “especialistas” que analisaram o trabalho foi desleixada e os “especialistas” não eram tão especialistas assim.

Querem mais uma surpresinha? Lembram dos idiotas dizendo que pesquisas apontando os malefícios do cigarro eletrônico eram financiados pela indústria do tabaco? Pois bem, essa “pesquisa” na qual o PHE se baseou era um relatório de 2014, cujo etudo tinha sido financiado exatamente pelos fabricantes de cigarros eletrônicos.

Ou seja, esta baboseira que o cigarro eletrônico era 95% menos prejudicial que o cigarro convencional tinha sido paga pelas empresas que fabricam o famigerado cigarro eletrônico. Como será que  o Public Health England deiou passar uma coisa dessas? Terá sido só desleixo? Erro do estagiário? Ou certas gorjetinhas passadas por debaixo da mesa?

Agora, vamos esperar os dependentes químicos, viciados e congêneres virem me xingaar de novo, dizendo que tudo isso é mentira, sem postar um único link sequer.