O mundo antigamente era menos complicado. Acordava-se de manhã cedinho, ia pra labuta (eu disse “labuta”), parava-se um pouco para comer, voltava-se ao batente e ia pra casa de noite, onde uma refeição quentinha (ou não) estava esperando, junto com uma esposa quentinha (ou não). Pelo visto, não se mudou muita coisa ao longo da história.
O homem não sabia grandes coisas, não tinha acesso à informação, não sabia nada. Outra coisa semelhante aos nossos dias, com a diferença que hoje somos bombardeados com todos os tipos de informação, como TV, rádio, jornais, revistas da Avon, propagandas, outdoors, galhardetes, placas, carros de som, celulares, fax, homens-sanduche, animadores de lojas etc. Com o tempo, chegou a Internet, com e-mail, websites, vídeos pornô de amadoras educativos, documentários, TV do restante do mundo, conteúdo pirateado e até um vídeo com a vergonha que você passou na formatura, quando bebeu todas e quase morre afogado na privada, devidamente postado no Youtube por algum “amigo seu”. É muita informação. Mas quanto dela é realmente útil? O quanto dela é realmente conhecimento (informação NÃO É conhecimento).
Cientistas da Universidade de San Diego, Califórnia conduziram uma pesquisa, na qual chega-se à conclusão que a sobrecarga de informações pode ter um efeito negativo sobre os nossos cérebros. Parabéns, Capitão Óbvio!
Eles afirmam que a tensão no processamento de tantos dados significa que nós estamos nos desligando das demais pessoas, e desenvolvendo uma péssima falta de capacidade de concentração. Segundo o Dr. Roger Bohn, co-autor do estudo chamado Quanta Informação, “uma coisa é clara: a nossa atenção está sendo cortada em intervalos mais curtos e que provavelmente não é bom para pensamentos mais profundos.”
Alguns especialistas como o psiquiatra Edward Hallowell acham que as pessoas gastam muito tempo na frente dos computadores, quando poderiam estar estudando coisas mais úteis. “Eles são tão ocupados com o processamento dessas informações, que estão a perdendo a tendência de pensar e sentir”, disse Hallowell, sem se dar conta que a informação de suas palavras estão viajando pela Internet TAMBÉM. Irônico, não acham?
A crítica recai sobre o fato que muito do que as pessoas estão expostas na Internet é superficial, e o resultado disso é que acabam se desligando de outras pessoas. Pode ser, pode não ser.
Não espero que os Orkuts da vida sejam um primor de estreitamento de relações. As pessoas não estão ficando mais amigas, estão criando contatos. Alguém que escreva frases inteligentes e de uma profundidade intelectual ímpar como “Aê leke. Tamus vendu pra markarmus um rolo este findi. Manda um um hi aí pra galera firmeza, mais num isquessa de ir ein!. Demorô”, ou então as lindinhas (e totalmente desmioladas) aborrecentes com seus meeguXxXxXeis FoFeEnHuxXxX, forea as que se acham Miss brasil e posam seminuas com dinheiro que seu “namorado” traficante arrumou. Assim, o retardado mantém 300 mil contatos para dizer que é “o bom”, apesar de continuar sendo um imbecil, usando um computador de 700 reais, parcelado em 30x nas Casas Bahia, sem saber direito o que é um byte. Internet para estudo? PARA QUÊ? Melhor entrar nas comunidades pedindo pro pessoal fazer o dever de casa pra eles. Daí, quando chegam num site de verdade, com informação de verdade, que prioriza conhecimento de verdade, só lhes resta dizer algo como “num axei ou que tava proukuranu”.
As estimativas da pesquisa diz que a leitura de informações, como em e-mails, mensagens de texto na internet (isso inclui aqueles amaldiçoados PPT de Nossa Senhora que vai fazer um milagre se eu repassar para 500 mil pessoas) ou em publicações, bem como o que vemos e ouvimos na televisão e no rádio, chega a cerca de 34 gigabytes. Se você não sabe o que é um gigabyte, usa a droga do Google pra saber. Estou contribuindo para você aprender mais e deixar de preguiça.
As pessoas se tornaram imediatistas. Querem tudinho mastigado. Leituras como artigos de mais de 2 frases dão dor de cabeça. Numa postagem em outro blog, vi imbecis reclamando que o artigo não tinha imagem. Eu, educadamente, disse que não era necesário, principalmente para quem lia livros, pois normalmente livros não possui imagens gráficas não-relevantes, na maioria dos casos. Eu ainda fui um doce de pessoa recomendando que passasse a ler Caminho Suave, afim de se acostumar com este tipo de escrita.
Os especialistas acreditam que o excesso de informação pode levar o cérebro a evoluir de uma maneira nova, o que eu concordo. Colin Blakemore, professor de neurociência das universidades de Oxford e de Warwick, disse ao Sunday Times que “uma das coisas que aprendemos nos últimos 20 anos é que o cérebro tem uma capacidade de crescer e aumentar de tamanho dependendo de como ele é usado. Talvez a experiência pessoal de ter que lidar com toda esta informação irá provocar novas células nervosas para nascer e criar novas conexões nervosas no cérebro.”
A verdade é que cada coisa que aprendemos estabelece ligações sinápticas, que ajuda no aprendizado. Ou seja, quanto mais você sabe, mais você trerá condições de aprender com mais facilidade. Isso não significa que lendo bobagens ou vendo vídeos toscos nesta montoeira de BPA (blogs para retardados) fará de você um Einstein, muito pelo contrário. O cérebro é um órgão que se desenvolverá se fr desafiado, mas atrofiará se for péssimamente usado. Aborrecentes possuem um cérebro excelente, já que o não-uso deles os deixa inteirinhos.
Fui o fluxo constante de informações que permitiu que nossos cérebros se tornassem mais desenvolvidos e eficientes. A seleção e organização dos dados coletados nos propiciou mecanismos cognitivos mais complexos. O bombardeamento com informação inútil faz com que nossas mentes não processem direito as informações, já que haverá uma sobrecarga para, no fim, não haver nada que precisasse ser processado, gastando joules preciosos de nossa reserva energética. Em termos leigos: burrice cansa e deve ser por isso que o bando de idiotas soltos por aí dormem o dia todo.
Temos que ser seletivcos com o que vemos, ouvimos e lemos. Só assim estaremos evitando que filmes como Idiocracy se tornem realidade, mas não tenho muita esperança com relação a isso.
E você, fora este artigo aqui, o que leu de útil hoje?
burrice cansa e deve ser por isso que o bando de idiotas soltos por aí dormem o dia todo.
HAHAHAHA Com certeza.
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Alguns especialistas como o psiquiatra Edward Hallowell acham que as pessoas gastam muito tempo na frente dos computadores, quando poderiam estar estudando coisas mais úteis.
Acho que ele é mais um daqueles idiotas que só conhece a utilidade do computador com internet pra msn e orkut. Muito do que sei vem do conhecimento que adquiro pela internet, e passo muitas horas na frente do computador. Isso é um desrespeito para com o ceticismo.net e seus leitores ávidos. Muito senso comum e pouco senso crítico também é um perigo à saúde mental.
Esses cientistas, ao invés de pesquisar coisas óbvias, deveriam pesquisar porque nossos cérebros desenvolve certa capacidade dinâmica de aprendizado pra certas funções. Eu por exemplo: Assuntos relacionados com informatica eu aprendo super rápido, bastando meia leitura pra entender o assunto. Agora quando envolve assuntos relacionados a biologia e física, preciso ler e reler duas ou mais vezes pra captar a informação. As pessoas chamam isso de “Dom” ( de Deus [?] ) quando uma pessoa tem uma facilidade extrema em aprender e usar o conhecimento sobre determinado assunto.
Acho que o Dom está relacionado a curiosidade e interesse.
Talvez, o processo de inteligência entre os primórdios do ser humano tenha se iniciado assim.
Mas como não sou cientista e só estou dizendo merda, espero que esses cientistas gastem o tempo deles com coisas mais úteis.
E ainda não encontrei ninguém pra me explicar como são feitas as pesquisas de percentagem das informações nutricionais dos alimentos.
Somebody help me!
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E não me mandem esse link. Eu já usei ele.
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“E você, fora este artigo aqui, o que leu de útil hoje?”
Scientific American Brasil, não exatamente hoje, mas gostei desta revista. Seria legal se vcs recomendassem algumas publicações, tem muita coisa fútil pelas bancas. ;)
“Leituras como artigos de mais de 2 frases dão dor de cabeça.” Que digam os ultraviciados em twitter…
Fabricio, “dom” não seria pseudociência? Acho que tem mais a ver com gosto pessoal, por isso vc aprende melhor assuntos de informática, ou talvez pré-configuração genética. Exemplo: A elasticidade física da Nana Gouveia. (Ai ai..)
Quanto a idiocracia, infelizmente pode ser mesmo que pessoas percam mais tempo com msns e orkuts da vida do que melhorando seu conhecimento ou aprendendo algo útil e importante, como ler o Cet.net. Por aí pode-se constatar
o caráter, cultura e educação de qualquer um….Qual será o fim com tanta gente assim?
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Por aí pode-se constatar o caráter, cultura e educação de qualquer um….Qual será o fim com tanta gente assim?
Ser eleito presidente da república.
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@André,
kkkkkkkkkkkkkkkk!
Ou técnico da seleção brasileira de futebol!
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[[COMENTÁRIO EDITADO PELA MODERAÇÃO]]
Vocês poderão ver o texto quilométrico que foi postado aqui no link: http://educacao21pugalde.blogspot.com/2011/06/informacao-conhecimento-comunicacao-e.html
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