Eu nunca entendi porque algumas pessoas são implicantes. Cada um tem a sua visão particular das coisas, mas o ser humano possui a tendência de forçar que os demais façam e atuem segundo a vontade de uns poucos. Afinal, eu estou certo e você tem que aceitar e ponto final.
Algumas pessoas possuem problemas com sua auto-estima, e quer que os demais aceitem suas opiniões, senão choram e batem o pézinho. Triste, não? E fica mais evidente quando chegamos nesta época de natal, onde alguns religiosos toscos, ao verem que seus mitos estão sendo relegados ao esquecimento, sapateiam e querem suas bolas de volta. Só que a bola nunca foi deles. C’est la vie.
Abbadon me enviou uma seção de cartas do jornal Correio Popular. Este jornal fica numa cidadezinha pequena, menor que Ipuaçu, cuja economia é basicamente a padaria do Seu Joaquim e um boteco da Dona Dolores. Campinas nem por isso deixa de ter em sua população gente absurdamente idiota, que na falta do que fazer, escreve pro jornal pra expor seu grau de estupidez. Acaso, ou não, o distinto é sacerdote E jornalista. Já viram que vem merda por aí, né? Afinal, esta é sua SEXTA INSANA!
As seções de cartas sempre são uma fonte inesgotável de sandices. Sites como o G1 não me deixam mentir. Mas vejam que pérola temos abaixo, retirada da seção de cartas do Correio Popular de Campinas (fiquei impressionado: eles têm computadores lá!)
Papai Noel
Luiz Carlos F. Magalhães
Jornalista e sacerdote, CampinasInventaram essa história de que é preciso tirar o crucifixo das repartições públicas. Que pobreza de espírito! Que mentalidade obtusa! O que fazer com o presépio? Como contar a história do nascimento de Jesus se não podemos usar imagens? Contudo, trocaram a imagem da criança pela imagem do Papai Noel. Que contradição! As árvores dos shoppings estão cheias de Papais Noéis, mas não há nenhuma imagem da figura principal, que é a criança. Estão com vergonha de mostrar a criança e o que ela representa. Nem mesmo conseguem entender a história do Papai Noel. O que essa figura representa, ensina, questiona, condena e propõe?
Tudo muito bem, tudo muito legal. Primeiro, por causa de QUE tirar aquela ode à tortura chamada crucifixo é pobreza de espírito? Aliás, espíritos têm riqueza? E por que seria obtuso? Aliás, é mesmo! Eu proponho que tenhamos também despachos, com uma imensa imagem de eu logo na entrada. Ou então de Afrodite, devidamente despida, e com muitos detalhes expostos. Poderíamos ter também o deus Jotalhão Ganesh. Imaginem a cena: “Meritíssimo, quero que a tromba de Ganesh me puna se eu estiver mentindo”.
Mas não. Não podemos deixar os pobres cristãos ofendidinhos, pois eles possuem coraçãozinho fraco. Eu digo: Dane-se você e seu crucifixo. Coloque um na sua casa, enfie em qualquer lugar que melhor lhe aprouver, mas o Estado não tem nada a ver com suas idiotices.
Em seguida, ele pergunta de uma forma tentadora onde vai enfiar o presépio. Tenho várias sugestões, seu padre. Deixe o pobre coroinha em paz, e divirta-se com o menino Jesus. Ou com o burro, mesmo. O senhor é quem sabe. A bem da verdade, nem sempre se usou presépios para representar o nascimento do mendigo palestino. Quem o inventou foi São Francisco, que tinha umas visões doidas, possivelmente porque fumava cigarrinho do capeta.
Chiquinho de Assis resolveu que seria legal ensinar sobre o nascimento de Jesus por meio de um presépio, já que em 1223 foi convidado para celebrar a festa numa gruta com pastores e animais (zoofilia?), desejando recriar o nascimento do Jóquei de Jegue. Resultado? Os manda-chuva da época ficaram indignadíssimos e por pouco ele não foi pra fogueira. A sorte dele é que ele viveu no séc. XIII. 2 séculos depois e ele viraria torresmo por heresia.
Quanto a mim, eu gosto de presépios, mas não tenho um em casa. E se ninguém quer mais, qual o problema, padreco? O senhor, que provavelmente nunca leu seu livrinho mágico, deveria saber que o Senhor dos Anéis Bíblico proibiu terminantemente que se venerassem imagens. Assim, o senhor, que defende esta apostasia, deveria ser apedrejado até a morte, como ordena a Torah. Como não acredito em pecado, podem me dar uma pedra para começar o serviço, amém graças a Deus.
O festival de boçalidade chega ao auge quando, mais uma vez, lá vem o ataque contra o pobre do Papai Noel, o que, em minha opinião, é a única coisa decente no Natal (fora as belas moças potiguares).
Analisem a figura do Papai Noel. Ele é legal, gordinho, bonachão e sempre sorridente. Ele presenteia as crianças boazinhas, usando de justiça. As más não são recompensadas (aguardem o texto sobre Krampus). Os presentes são lembrancinhas simples, mas muito importantes para as crianças, afinal, ganhar um presentinho é sempre legal. Papai Noel não pede nada em troca, só que nos comportemos bem, sem dar trabalho pros nossos pais e tratando os outros com respeito.
Alguns idiotas acham que isso tudo é besteira, mas eu não. Acho que é bonito cultivarmos certos mitos e lendas, faz parte de nossa formação. Um dia descobre-se que é tudo uma fábula, mas nada tão grave que nos cause transtornos psicológicos. Agora, o que o tosco aí do comentário prefere? Que rezemos para uma entidade maléfica, ruim, pérfida, escravocrata, que pune selvagemente quem não se curvar perante ele.
Tal qual aquele padre italiano retardado, que noticiamos ano passado, o “sacerdotezinho” possui a necessidade de estragar a vida das pessoas, simplesmente porque não quer que outros vejam o mundo de forma diferente. Simplesmente, porque ele precisa que o mito dele tenha algum significado. E o mito cristão precisa ser passado de boca-em-boca, pois caso contrário cairá no esquecimento, como tantas outras religiões do passado.
Figuras míticas como Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa e outras criaturas advindas do ideário popular ainda existirão em nossa memória afetiva, pois eles sempre serão sinônimo de bondade, pureza e candura, enquanto que zumbis só conseguem sucesso em videoclip de música pop.
Papai Noel não condena ninguém, padreco. Ele apenas reconhece quem é bom, independente de raça, cor ou credo. Para ele, pouco importa se você rezou Ave Maria ou acendeu vela pra Zoroastro. Toda criança no mundo todo conhece o Bom Velhinho. Talvez não recebam um presente. Noel tenta, mas há coisas mais fortes atuando no mundo, e nem mesmo ele pode dar um jeito nas mesquinharias da política ou do jugo selvagem de ditadores e maníacos terroristas.
Seu zumbi vagabundo não prestou nem pra ensinar aos que o seguiram (fazendo de conta que o seu mito seja verdadeiro). O lugar dele é ser pregado num pedaço de pau, dilapidado e jogado num buraco numa montanha mesmo, com o destino de ser esquecido, e definitivamente morto de uma vez por todas. Papai Noel sempre estará viajando no seu trenó; pois o que é bom é eterno, já que viverá para sempre em nossos corações.
PS. Se sua notocorda não conseguir entender que eu estava sacaneando um amigo que mora em Campinas, meta a cabeça na privada e dê descarga, antes de vir aqui falar besteiras. Trolls campineiros não serão bem-vindos. Vão pra Pelotas e curtam servirem de piadas dos outros.
Moro em Campinas a alguns anos (ui!)… Ficando longe da água não tem problema algum :razz:
Sim, existem computadores por aqui… o que não existe são bons motoristas. Mas ainda sim é melhor que São Paulo e Rio, porque não precisa de bote (ainda…)
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Bote? Modere as suas palavras. Submarino!
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Não entendo por que as pessoas precisam de datas pra fazer coisas boas. Durante o ano é cada uma pro seu lado e ninguém sabe da situação do outro. Quando chega natal e ano novo, fica aquela babação de chamar pra festejar, dar presentes, botar a conversa em dia. E isso pra mim é tudo bosta. O pior de tudo é quando chega meia-noite pro dia de natal… puta que pariu! Todo mundo de mãos dadas, aí um toma a palavra e fala que essa data é uma data especial, pois festejamos o nascimento do menino jesus [?] Agradecem pela farta comida na mesa e se lamentam por existirem pessoas que moram de baixo da ponte e não tem porra nenhuma pra comer (como se isso fosse tirar a fome dos moradores de rua) e dizem que não devemos reclamar de alguma situação ruim pois tem pessoas com condições piores que a nossa, e propõe uma oração para essas pessoas e, começam com o tradicional e velho “Ave maria” e “Pai nosso”. Tudo um besterol²! Ir lá dar uma ajuda, um presente, algo que faça diferença de verdade na vida da pessoa que é bom, nada! Cada um vira pro seu lado no final da festança, pegam suas nissans e vão pra casa felizes. Imagine a situação: você como morador de rua, quando criança, sua familia pobre não te deu oportunidade pra estudar e te obrigava a ir pra feira conseguir o alimento pra alimentar poder alimentar seus 3 irmãos e o pai doente. Você cresce, a familia se separa, a situação piora, você não tem como arrumar um serviço que preste e acaba virando morador de rua. Com fome, sujo, sem absolutamente nada, chega o natal, e você passa na frente das casas com as pessoas festejando, comendo pra valer, com roupas super caras, pessoas que só conhecem a dificuldade das pessoas pela televisão. Aí numa dessa, você escuta alguém falando que vai orar às pessoas necessitadas, é que “Deus as ajudem”, enquanto se empanturram de comida. Eu ficaria muito puto! Não quer ajudar, beleza! Mas não venha com humildade falsa só pra se sentir melhor achando que está fazendo alguma coisa. O pensamento que reina nesse dia é que “outras pessoas ajudam”, sendo que não dá em merda nenhuma, pois as “outras pessoas” estão tendo o mesmo pensamento inútil. E ainda se perguntam por que existe tanta violência e pessoas revoltadas sem nenhum sentido de vida, e que não ligam a mínima se precisarem estourar a cara dos outros pra conseguirem o que precisam. Ao contrário da criação do Deus perfeito, a evolução tem seus defeitos e nem todos tem força o bastante pra superar as dificuldades e entender que não se deve fazer mau às pessoas pela situação de vida em que se encontra.
Vou parar com minha revolta agora por que já alcancei um Overkill. Mas ainda hei de fazer um artigo sobre essa tralha.
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@Fabricio_R.S,
Natal jah virou o dia internacional da hipocrisia
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E qual dia não é?
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@Fabricio_R.S, vista uma camiseta bege, calça jeans, botas de borracha, um boné da national geographic, peque uma câmera filmadora, uma prancheta pra anotações, e comece a documentar as atividades e comportamento dos teus vizinhos durante essa época do ano. :grin:
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@Sorete, Até parece que eu vou me fantasiar desse jeito pra perder tempo perdendo tempo.
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Faça o artigo e manda pra gente. ;)
Mas use parágrafos, sim?
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Se eu tivesse colocado parágrafos no comentário, além de ficar um overkill ³, o artigo já estaria pronto.
Vou ver se consigo fazer um artigo pouco ofensivo pra ser aceito pelo ceticismo.net
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@Fabricio_R.S,
Hum. Inspirado.
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Papai Noel aqui em casa é negociador, vai levar as chupetas do pequeno, e vai lhe dar um presente.
Será que ele vai se decepcionar? Bom pelo menos já estou avisando faz tempo, e ele disse que aceita trocar. :lol:
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Vasculhando meu pc, achei uma pérola de Natal perdida. Não sei a fonte, e nem analisei os dados inseridos, mas vale a pena conferir:
Existem no mundo cerca de 2 bilhões de crianças (i.e., pessoas com idade entre 0 e 18 anos) no mundo. PORÉM, dado que Papai Noel não tem sua crença entre as crianças muçulmanas, hindus, judias e budistas (para não falar de um sem-número de outras religiões não cristas), temos nosso universo reduzido para 15% deste total, isto é, 378 milhões de pessoas, segundo o US Population Reference Bureau. Supondo que há uma media de 3,5 crianças por lar (segundo o último censo), nós temos 91,8 milhões de lares.
Podemos supor, sem medo de errar, que pelo menos uma criança por lar acredita em papai noel. Devido aos diferentes fusos horários e à rotação da terra, Papai Noel tem 31 horas, no dia de natal, para executar seu trabalho, supondo que ele viaja de leste para oeste (o que seria mais lógico) Isto nos dá 822,6 visitas por segundo. Resumindo, para os que não conseguiram acompanhar nosso raciocínio, para cada lar cristão, com uma criança que crê em Papai Noel, ele tem aproximadamente 1/1000 segundos para: estacionar, pular a cerca ou o muro, escalar a casa, descer pela chaminé (quando for o caso), encher as meias das crianças, eventualmente comer alguma coisinha, depois subir pela chaminé (pressupondo que ele a utilizou para entrar) pegar o seu trenó e partir para a casa seguinte. Supondo, para simplificar, que os 91,8 milhões de lares são uniformemente divididos no globo (isto não corresponde a verdade, mas o cálculo exato levaria a horas de simulação) isto nos dá 1,25 quilômetros por lar a visitar, totalizando uma viagem de 120 milhões de quilômetros.
Isto quer dizer que o trenó de papai noel se desloca a uma velocidade de mais de 1.000 quilômetros por segundo, ou seja, 3.000 vezes a velocidade do som. A titulo de comparação, o veiculo mais rápido jamais construído pelo homem, a sonda espacial Ulisses, tem uma velocidade de míseros 44 quilômetros por segundo. vale sempre lembrar que uma rena normal consegue alcançar a velocidade de 25 quilômetros POR HORA!
A carga do Trenó pode fornecer também pistas importantes a nossa investigação. Supondo que cada criança ganhará uma caixa media de LEGO (marca registrada), o peso útil da carga do trenó seria de 321.300 toneladas!. Isto sem contar o próprio Papai Noel, invariavelmente descrito como obeso. Uma rena normal (que não voa) pode puxar mais ou menos 150 quilos. Mesmo supondo que uma ” rena voadora ” possa puxar DEZ VEZES esta carga, papai noel não poderia se contentar com apenas 8 ou 9 renas voadoras: seriam necessárias 214.200 renas voadoras. Com isto aumentamos a carga, sem contar o peso do treno, para 353.430 toneladas. Mais uma vez, a titulo de comparação, este numero representa 4 vezes o peso do navio Queen Elizabeth.
Ainda, 353.000 toneladas viajando a mais de 1.000 quilômetros por hora implica numa enorme resistência do ar – isto queimaria as renas voadoras da mesma maneira que queima um foguete quando da reentrada na atmosfera. Deste modo as duas renas da frente deveriam absorver uma energia de 14,3 quintilhoes de joules, por segundo, cada uma. Logo elas se evaporariam em chamas, quase que instantaneamente. As renas seguintes teriam o mesmo destino. Isto tudo provocaria um ruído supersônico ensurdecedor. O desaparecimento total de todas s renas levaria apenas 4,26 milésimos de segundo. Durante este tempo, papai noel seria submetido a uma forca centrifuga de 17.500,06 G. Um Papai Noel de 125 quilos (obeso) seria colado ao fundo de seu trenó por uma força equivalente de 2.157.507 quilos.
CONCLUSÃO: Papai Noel não existe.
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https://ceticismo.net/2007/12/03/calculos-natalinos-papai-noel-na-visao-dos-engenheiros/
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Gosto muito do mito do Santa, mas ainda acho a história do Rudolph mais bonitinha. O referido sacerdote parece ter alguma raiva obscura do bom velhinho, terá sido rejeitado na infância? De qualquer modo acho tão estranho quando as pessoas se apegam à imagens e representações variadas de qualquer personalidade da biblia quando a mesma vem com a mensagem de que é pecado adorar essas imagens. Cheguei a fazer tal pergunta ao padre da igreja aonde fiz (obrigada) catequese. Já se passaram dez anos e até hoje a única resposta que tive foi: Deus hoje não vem problemas com isso. Então André, Deus não vê problema nas representações atuais… O que me faz pensar que crianças penduradas nas àrvores realmente seria mais cristão do que laços/bolas/instrumentos musicais e etc; É, ano que vem vou decorar minha àrvore de natal com um monte de crianças penduradas. Se der eu penduro umas Marias e Josés e Reis Magos… É, definitivamente minha árvore do ano que vem será a melhor de todas ;D
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