A Missão Cassini-Huygens foi lançada em 15 de outubro de 1997, e agora sua missão está chegando ao fim. Enquanto a sonda Huygens beijou Saturno, a Cassini ficou lá em cima, passando por anéis e fotografando e filmando tudo o que podia. Cada imagem é uma poesia à parte. Mas tudo tem que terminar um dia.

Depois de 7 anos perscrutando o Senhor dos Anéis de nosso Sistema Solar, o combustível da Cassini está acabando. Seria simples deixá-la se esborrachar de qualquer jeito, mas não pode ser assim, não seria justo. Não seria digno.

Já começa que é inglório você se estabacar de qualquer jeito em algum satélite de qualquer jeito, como se a Cassini fosse lixo. Não apenas isso, a química dos satélites naturais de Saturno têm capacidade de abrigar vida, e a Cassini poderia acabar despejando alguns micróbios daqui. Estaríamos literalmente semeando outro planeta, o que não é certo. A Vida tem que surgir nos ambientes em que deve surgir. Isso seria uma questão interessante: teríamos o direito de colocar vida onde não havia? Nós fizemos isso na Terra, criamos a agricultura e por meio de cruzamentos fizemos aparecer espécies totalmente novas, séculos, milênios antes da descoberta do DNA.

Pesquisadores da NASA resolveram honrar a Cassini com uma última missão: fazê-la mergulhar de cara em Saturno, de forma com que este assimile nossa querida viajante que tem trazido imagens tão bonitas e dados tão importantes. Este choque sepultará a sonda que amou e cortejou o Senhor dos Céus e, no choque, ainda trará mais informações ainda.

A última missão da Cassini será transmitir imagens do que estiver acontecendo quando ela estiver mergulhando para o seu destino final em Saturno, o planeta-deus. Ela não morrerá em vão, ela sequer morrerá. Ela se tornará uma com Saturno, e ambos estarão juntos pela Eternidade, olhando de longe a Aventura Humana.

Ah, sim. Temos vídeo sobre isso: