A Vingança das Tias: Cérebro surta quando vê mensagens de alerta

Todos nós congelamos ao ver algum aviso ou advertência. Não importa se é um policial na rua fazendo você parar ou a sua tia que liga pra você perguntando o que fazer, quando o aviso na tela apenas diz para clicar OK. Você pensa na hora "Que saco, tia!", mas a verdade é que isso acontece com todos nós, e isso inclui você também, que se acha o phoda!

Resultados de ressonâncias magnéticas mostram que nosso cérebro parece desligar quando vemos quaisquer tipos de alertas ou avisos de segurança. Tia Teteca está vingada!

A drª Bonnie Brinton Anderson é professora associada de Sistemas de Informação na Universidade Brigham Young. Junto com seus colaboradores, Bonnie, sem o Clyde, mapeou determinadas regiões do cérebro de vários voluntários. Regiões estas responsáveis ??pelo processamento visual.

As imagens de ressonância magnética mostraram uma "queda abrupta" no processamento visual, mesmo após uma exposição repetida a um aviso de segurança padrão e uma "grande queda global", depois de 13 deles. Em outras palavras, o cérebro congelou, deu GPF, deu tela azul, deu kernel panic. a bola de praia maldita apareceu.

O experimento realizado com 25 manés, digo, participantes tinham seus cérebros escaneados por um aparelho de ressonância nuclear magnética, um brinquedinho maneiro que eu gostaria de ter em casa. Os voluntários ficavam vendo imagens projetadas num monitor e cada participante viu um único conjunto de 560 imagens. Um segundo experimento rastreou respostas dos participantes para avisos de segurança em um ambiente mais natural ao usar um computador normal. Para medir a atenção dada a uma advertência particular, os pesquisadores analisaram os movimentos do cursor do mouse dos usuários ao longo dos eixos x e y, analisando o tempo de resposta para cada movimento com precisão de milissegundos.

A desatenção é o resultado de um fenômeno conhecido como "habituação", ou seja, a tendência dos cérebros simplesmente passarem a ignorar estímulos para exposições repetidas. Ha uma explicação para isso.

Seu querido cérebro funciona 24/7 a todo vapor. Ele consome 20% dos joules de energia do seu corpo. Ficar atento é primordial para garantir a sobrevivência, mas isso tem um preço: energia consumida, que muitas vezes pode ser de maneira inútil. Tente colocar um objeto imóvel na frente de seus olhos. Em poucos minutos você não estará mais vendo o objeto. Seu cérebro passa a ignorá-lo, pois chegou à conclusão que aquele treco ali não oferece perigo nenhum. O problema é que imagens semelhantes poderão ser interpretadas como algo sem perigo, como ver um ursinho cuti-cuti-cuti, porque assistiu muito ao Zé Colmeia, até a hora que aquele monstro coloca as garronas pra fora.

Você pode pensar que isso é recente, ainda mais quando guíquis acham que o mundo começou quando instalaram seu Windows XP. Entretanto, na década de 1970 já se estudava o efeito da habituação com relação a estímulos sonoros em estradas da França.

Imaginem num ambiente em que seu cérebro preguiçoso entra em stand by e simplesmente ignora os avisos na tela. Isso pode significar uma invasão ao seu sistema, um ráquer pegando suas nudes ou coisa parecida. Os dados do RMN mostraram redução da habituação quando as repetidas advertências eram mudadas. Entra aí o conceito de "aviso polimórfico", em que os avisos aparecem em diferentes formatos, com cores e diagramações diferentes, com animações, sons etc. Como este exemplo a seguir:

A pesquisa pode ser lida neste PDF e, segundo os pesquisadores, usuários são tidos como burros, desinteressados e preguiçosos. Mas isso simplesmente é uma questão neurológica. A habituação vinda com os 3 bilhões de anos de evolução gambiarrenta do cérebro os fez assim. Dessa forma, ao se alterar a aparência do aviso revigora atenção, especialmente em regiões do cérebro que acabam por ignorar repetições exatas de estímulos visuais. Assim, seja mais paciente com sua tia, ok?

3 comentários em “A Vingança das Tias: Cérebro surta quando vê mensagens de alerta

  1. André lendo essa sua postagem pensei numa analogia (não li o artigo em PDF que você postou) com uma placa de pare do trânsito, seria por causa dessa “travada” que muita gente a ignora?

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  2. OFF: André, dei uma empapuçada do Giz e tô bem away do Meiobit, então agora tô dando uma lida nos textos aqui do blog (muito bons, por sinal). Caso precisem de um apoio principalmente contra conspiraciotários e/ou assuntos espaciais, tô na área. ;)

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