O Special Air Service (SAS) da Inglaterra tem um lema: Quem ousa, vence. Mas, claro, não depende só de ousadia. É preciso planejamento e investimento, ou seu lindo projeto corre o risco de virar míssil balístico para assustar pinguim. Nisso, hobbistas adoram criar trecos inusitados, como o japa que criou um satélite open source. Agora, um estudante da Universidade de Cornell criou um projeto de um satélite pouco maior que um selo, registrado e podendo voar.
O projeto do KickSat foi idealizado por Zac Manchester, um estudante de engenharia aeroespacial. Para transformar o projeto em realidade, Zac criou uma página no KickStarter, um site de crowd founding em que você doa uma grana e se conseguir levantar toda a grana, ótimo! Se não conseguir, o dinheiro não é debitado do seu cartão. Dos 30 mil dólares pedidos, Zac conseguiu US$ 74.586,00.
Em 22 de fevereiro próximo, 100 dessas gracinhas irão ao Espaço. O conjunto cabe num módulo do tamanho de uma caixa de sapato, pesando 3kg, e vai num cantinho que seria alugado por alguns dólares, mas a NASA está levando o Kicksat inteiramente digrátis, como parte de seu lançamento Educacional de programa nanossatélites. No caso específico, cada satelitezinho é um femtossatétlite. O Brasil até poderia pegar carona, mas isso ficou a cargo da B2W e o máximo que levaria seria um tijolo.
Alguns desses satelitezinhos só fará BIP, oque não é muito diferente do Sputnik, mas convenhamos: uma coisa é um monte de cientistas desenvolver o Sputnikl, outro é um estudante criar vários deles. Outros satelitezinhos, no entanto, farão mais que isso. Eles irão transmitir códigos de identificação e alguns vão mesmo ser usado para a ciência. Aqueles equipados com magnetômetros irão transmitir os dados sobre o campo magnético da Terra, enquanto outros enviarão informações sobre temperatura , orientação ou radiação.
Quala graça disso? Total! Se você tiver o equipamento certo, e souber um pouquinho sobre o assunto, poderá acompanhar todos eles aqui da Terra. Imaginem: seu próprio controle de rastreamento, sem ter que contratar datilógrafos!
Eu espero muito que o programa dê certo. O Brasil já passou vergonha mesmo, quando uma bebida energética mostrou ter um projeto espacial melhor que a AEB e seus 7 barnabés. Abaixo, um videozinho, como sempre:
Ao infinito e além!
Zac é ousado. Zac construiu. Zac com certeza irá vencer!
Muito interessante o artigo. Parece ser algo relativamente ao alcance de alguém com um bom nível técnico.
Infelizmente, estamos longe ainda de promover iniciativas como esta, pois como o André lembrou no artigo, somos uma vergonha no quesito tecnologia espacial.
Basta lembrar o caso do Brasil ser chutado para fora do rol de países que participam ativamente da ISS. E olha que tínhamos apenas de fazer um pallet express (não sei bem o que é isso. :oops: ) Coisa de cerca de 30 milhões de doletas. E não damos atenção que a ciência e a tecnologia merecem.
O problema é gerencial, porque temos o FEBRACE
Com a velocidade que os processadores evoluem não me admira que no futuro todos os satélites serão assim.