Todos sabemos que ele, o Salvador, o que veio nos trazer à iluminação chegou à Terra e nos trouxe muitos ensinamentos. Depois de aceitar sua missão ainda jovem, ele percorreu vilas, cidades etc ensinando e trazendo conforto aos corações das pessoas, dando início a uma nova religião. Estamos falando de Sidarta Gautama, o Buda, é claro. Esse, pelo menos, temos registros que realmente existiu.
Como? Jesus? Yo no lo conoco señor.
Agora, arqueólogos que trabalham no Nepal descobriram evidências de uma estrutura no local de nascimento do Buda datando do século VI A.E.C., sendo o primeiro material arqueológico ligando a vida de Buda a um século específico.
A Rainha Maya ganhou status de deusa e foi a mãe de Buda. Não, ela não pulou a cerca com microempresário. Ela era esposa de um rei! O templo dedicado a ela fica em Lumbini, Nepal, e que pode ser examinado AQUI. Sim, vai lá. Eu espero.
O lugar ganhou título de Património Mundial da UNESCO, e é referenciado como o local de nascimento de Buda, o deus fofolete (sim, meio certo. Ele não é deus. Apenas fofolete).
O dr. Robin Coningham da Universidade de Durham , Reino Unido. Ele é professor do Departamento de Arqueologia e Pro Vice-Chanceler da Faculdade de Ciências Sociais e da Saúde. Ele não usa fedora (o chapéu, mas provavelmente também não usa nenhuma versão de Linux), não vai pro trabalho de chicote nem sai por aí dando tiro em assassinos árabes. Ele ralou peito pro Nepal para estudar os templos e sim, ele tinha o ticket.
Robin – que também não usa sapatilhas e uma ridícula capa amarela – descobriu os restos de uma estrutura de madeira com data do século sexto antes da Era Comum. O que isso significa? Nada ou muita coisa.
Alguns acadêmicos têm defendido que Sidarta Gautama, o Buda ("Buddah’ é um título, não um nome. Até você pode se tornar um buddah, um "iluminado"), nasceu no século III A.E.C., mas, pela primeira vez , arqueólogos têm uma sequência arqueológica em Lumbini , que mostra um prédio lá tão cedo quanto o século VI A.E.C.
Peraí! Por que Buda tem provas e Jesus não tem, se há relatos escritos?
Na verdade, Jesus não tem. Tem a Bíblia e um monte de texto apócrifo louco dizendo que cruzes andavam por aí, Jesus era uma criança ruim pra cacete e coisa e tal. Fora a Bíblia, temos um longo tempo sem nenhuma indicação que Jesus tenha existido. Daí aparecem textos apologéticos defendendo que Jesus tenha existido, mas os relatos bíblicos não passam no crivo historiográfico, quando o restante dos autores contemporâneos a Jesus não escreveram uma linhazinha sequer. Buda, entretanto, aparece em muitos escritos, não necessariamente religiosos. Claro, as passagens mais fantásticas devem ser descartadas, é claro.
Para determinar as datas do santuário de madeira e de uma antiga estrutura de tijolos, foram usados testes de radiocarbono e técnicas de luminescência opticamente estimulada, já que tijolos não contém carbono para ser datado por Carbono-14.
O templo Maya Devi é ainda; um santuário bem ativo, e os arqueólogos trabalharam ao lado de monges meditando e peregrinos, onde havia respeito de ambos os lados e onde fé e ciência mantinham um bom convívio, no qual ninguém tentava se intrometer no assunto do outro, como é assim que deve ser (agora, vão lá escavar perto do Muro das lamentações pra ver o que acontece).
A pesquisa é financiada pela National Geographic Society e temos videozinho para vocês:
PS. O Buda da foto de abertura não fica no Nepal e sim no Sri Lanka. Ele também não está fazendo sinal de "aqui ó". Este símbolo é o Dharmachakra, a Roda-da-Lei. Nessa posição, Buda está calmo e ensinando a Verdade, a mesma que lemos em vários livros. Pois a Verdade é a Verdade.
Esse tal jezzuis com a possível lábia que ele tinha, deveria ser um ‘casa grande’, se esse tal de jezzuis viveu mesmo, muitas perderam o cabaço.
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Apesar de eu conseguir enxergar arte nos contos e histórias expostas dentro do livro sagrado dos cristãos, eu admito que tenho preconceito com a bíblia. Apesar disso, eu tento nunca me esquecer de que a qualidade da obra geralmente tem a sua relevância injustiçada por conta da ignorância de seus ditos mais fiéis e súditos seguidores. É difícil manter o foco e a compostura com a enxurrada de asneiras que temos que aturar.
Por enquanto, ‘Yo no lo conozco’ nenhum budista fanático e fundamentalista como os cristãos daqui. Mas também não posso esquecer que basta algo cair no mainstream para abundarem os idiotas.
Fiquem com um vídeo relevante ao post:
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E lá vamos nós para a mudança de assunto!
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@André, Eu sei que a sua intenção com o post não foi alimentar o monstro do hype e cair na vala comum jornaleira, mas a mídia está em polvorosa com mais um prego naquela velha e cansada alegação cristã de que a ‘Golden Rule’ nasceu com Jesus Cristo. Inclusive você também comentou no PS. sobre a Verdade compartilhada entre as religiões (os ensinamentos morais), por isso eu achei válido comentar sobre o assunto, mas eu não me expressei direito…
Quando eu digo que tenho dificuldade em enxergar (ou melhor dizendo, apreciar) arte na bíblia, eu me refiria à arte como o veículo pelo qual os ensinamentos morais são ensinados nas religiões, através da arte literária: poesias, hipérboles, contos, epopéias e histórias fantásticas. Como em todas as religiões, estas são expressões da cultura regional com uma lição de moral nem sempre explícita, a ser interpretada pelo público.
Para os leitores que ainda não viram, aproveito o espaço para deixar aqui um link de uma palestra muito boa (e breve) da Karen Armstrong sobre o assunto, promovida pelo TED Talks:
A regra de ouro deveria ser a lição mais importante de qualquer judeu, muçulmano, cristão, hindú, budista ou seja lá o diabo que o for. “Aquilo que é odioso para ti, não faças ao teu vizinho. O resto são comentários” – Hilel, o Ancião.
Se um respeitável rabino contemporâneo de Jesus conseguiu interpretar os ensinamentos do Torah e de seu Deus genocida dessa maneira, então, não deve ser necessário um esforço monumental para o Deus encarnado chegar à mesma conclusão.
Mas ao invés disso, o que mais vemos são pessoas discutindo sobre obscuridades teológicas, dogmas e a literalidade das suas religiões, ou o que é pior, utilizando a religião para justificar o ódio e a violência. Essas firulas são apenas distrações e tiram o foco principal do que é realmente importante, amar ao próximo como a ti mesmo.
Desculpe o overpost :oops:
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Cara, vocês acreditarem em Jesus como enviado de Deus, Filho de Deus tudo bem, é um direito de vocês crer ou descrer. Agora, negar o Jesus histórico é muita idiotice.
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Se por “Jesus histórico” vc quer dizer algum mendigo tosco e maluco, com mania de pregador, que nem aqueles que tem no Largo da Carioca do Rio de Janeiro ou na Praça da Sé em São Paulo, vá lá. Mas daí a dizer que ele tinha poderes mágicos…
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Um “mendigo tosco e maluco, com mania de pregador” iria muito, em pouco tempo, arrebanhar um multidão de seguidores.
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Tem gente que segue Silas Malafaia e o Edir Macedo, pois não?
E não, ele não tinha MUITOS seguidores. Isso começou MUITO depois. História é uma coisa que vc não saca muito, não é?
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