Saúde Pública do Rio diz que pseudociência é o cacete e pessoal dá chilique

O grande problema da Saúde Pública é que ela precisa tratar pessoas, mesmo as pessoas não querendo ser tratadas por um ou outro motivo, mas que corre pro hospital quando dá muito, muito errado. É tipo o que aconteceu com Steve Jobs que ficou tratando seu iCancer com práticas alternativas e quando viu que não estava dando certo correu para a Medicina de Verdade e comprou domicílios em todos os estados americanos para entrar nas diferentes listas de transplantes. Ele conseguiu (cof cof cof nos sabemos como), fez o transplantinho, mas já era tarde demais.

Eu tenho muitas críticas para o governo do Eduardo Paes, mas quando acertam, eu sou honesto e admito, como foi o caso da Secretaria de Saúde do Rio retirar coisas da lista do SUS em seus postos de saúde, alegando que a saúde pública é realizada baseada em Ciência. Obviamente, pessoal clamou, reclamou e proclamou que era racismo religioso. Quais as práticas? Banho de erva e defumação.

Fazendo ê ê e pedindo uns passes par todo tipo de merda religiosa que inventam de enfiar nas pessoas, este é seu SÁBADO INSANO! (a semana tá ótima, como podem ver).

A revogação foi feita na última terça-feira (25/03), e eu só não postei antes porque eu só soube hoje. Não reclame comigo, reclame com os jornais que ficaram sem pauta e só hoje foram ver o que os políticos andaram fazendo.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima e a Secretaria de Saúde tinham cometido o disparate de assinar uma resolução que, absurdamente, reconhecia “tradições de origem e influência africana” como práticas complementares. Curiosamente, quilombolas e indígenas correm pro primeiro hospital quando estão com dor de cabeça. O texto ainda teve a audácia de classificar terreiros e casas de santo como supostos “equipamentos promotores de saúde e cura”, algo que, na visão de qualquer pessoa sensata, jamais deveria ter sido sequer cogitado para integrar uma lista oficial. Mas quem disse que Brasil é uma terra de pessoas sensatas?

Então, os membros de religiões afro que mantém terreiros de umbanda e similares, estão chamando de racismo religioso, ou seja, nem pra dar o nome de “intolerância religiosa” se deram ao trabalho, mas tudo é racismo para esse pessoal. Falar racismo garante mais notícias.

Entre as chamadas “práticas integrativas” reconhecidas estavam banho de ervas, defumação, chás, escalda-pés, além do conhecimento das benzedeiras e a prática de entrega de oferendas.

Sim, você tá passando mal pra caralho, chega no postinho e a “profissional”, que já tá de branco, te leva pra um quartinho para você arriar um ebó. Foda vai ser se tiverem que sair com o paciente e arriar o despacho na encruzilhada. Mais foda ainda é que o posto de saúde perto da minha casa não fica próximo a um cruzamento. Tem que pegar um retão. Terá uma ambulância só pra isso? Mais fácil o banho de ervas.

Daqui a pouco vão querer médium com pão e manteiga fazendo cirurgia espiritual, o que sai mais barato que cirurgia de verdade. Só precisa de um médium, mais nada. Nem sala nem equipamentos esterilizados e muito menos anestesistas. Eu sou favorável a isso, mas com uma ressalva: quem optar pelo tratamento alternativo não poderá usar o tratamento de verdade. Começou com banhinho de ervas, vai continuar no banhinho. Se não melhorar, bem, é culpa da falta de fé das pessoas.

—> Aqui você adiciona a piadinha do fé demais e fé de menos. <—

Eu ainda acho que deviam deixar Darwin fazer o seu trabalho.


Fonte: Folha (de arruda?)

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