Academia de Inumanas: Reforçando idiotas na área da Educação

Volta e meia me criticam porque eu “persigo” os coitadinhos dos departamentos de Humanas (não, nenhuma ciência aqui. Sorry). Afinal, eles também desenvolvem conhecimento, ajudam a melhorar o mundo, faz o ser amado voltar em 3 dias, caminha sobre as águas e cura sua espinhela caída. Entretanto, quando vemos os trabalhos, dissertações e teses, vemos o lixo pseudointelectual que produzem. Não, o Tedson, que ganhou 30 mil reais para ficar fazendo sexo oral em banheirão púbico, não é algo raro.

Me mostraram, por exemplo, uma bela dissertação de uma mestranda em Educação. O trabalho é… interessante e nos mostra como as Universidades hoje estão um lixo, e antes que você diga, não, não foi uma universidade particular, mas federal.

A dissertação tem o título: Uma educação esquizita. Uma formação bricoleur processo ético e estético e político e econômico (sic).

Bricoleur é definido como “amador de bricolage, pau pra toda obra, manhoso, faz-tudo”. Ou seja, a pesquisa foi feita com amadorismo? Pode ser. Vamos ver no resumo sobre o que é:

Meu tema é o instante? meu tema de vida. Procuro estar a par dele, divido-me milhares de vezes em tantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentária que sou e precários os momentos – só me comprometo com vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim. Escrevo-te toda inteira e sinto um sabor em ser e o sabor-a-ti é abstrato como o instante. é também com o corpo todo que pinto os meus quadros e na tela fixo o incorpóreo, eu corpo-a-corpo comigo mesma. Não se compreende música: ouve-se. Ouve-me então com teu corpo inteiro. Quando vieres a me ler perguntarás por que não me restrinjo à pintura e às minhas exposições, já que escrevo tosco e sem ordem. É que agora sinto necessidade de palavras – e é novo para mim o que escrevo porque minha verdadeira palavra foi até agora intocada. A palavra é a minha quarta dimensão. Hoje acabei a tela de que te falei: linhas redondas que se interpenetram em traços finos e negros, e tu, que tens o hábito de querer saber por quê – e porque não me interessa, a causa é matéria de passado – perguntarás por que os traços negros e finos? é por causa do mesmo segredo que me faz escrever agora como se fosse a ti, escrevo redondo, enovelado e tépido, mas às vezes frígido como os instantes frescos, água do riacho que treme sempre por si mesma. O que pintei nessa tela é passível de ser fraseado em palavras? Tanto quanto possa ser implícita a palavra muda no som musical…. E eis que percebo que quero para mim o substrato vibrante da palavra repetida em canto gregoriano. Estou consciente de que tudo que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. E se tenho aqui que usar-te palavras, elas têm que fazer um sentido quase que só corpóreo, estou em luta com a vibração última. Para te dizer o meu substrato faço uma frase de palavras feitas apenas dos instantes-já. Lê então o meu invento de pura vibração sem significado senão o de cada esfuziante sílaba, lê o que agora se segue…. Ouve-me, ouve o silêncio. O que eu te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão. Um instante me leva insensivelmente a outro e o tema atemático vai se desenrolando sem plano mas geométrico como as figuras sucessivas em um caleidoscópio….Ouve apenas superficialmente o que digo e da falta de sentido nascerá um sentido como de mim nasce inexplicavelmente vida alta e leve…. Há muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido. E o que é proibido eu adivinho. Se houver força. Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras: fica atrás do pensamento. Nesse terreno do é-se sou puro êxtase cristalino. Ése. Sou-me. Tu te és.

Primeiro, ele não diz sobre o que é. Segundo, depois dos pontos e inícios de frases a inicial não está em maiúscula. As reticências (desnecessárias) possuem, não três, mas quatro pontos. Vírgulas ou são inexistentes ou colocadas no lugar errado, entre outras coisas que fariam este “texto” ser reprovado em qualquer exame de redação em nível de Ensino Fundamental.

Reiterando: eu não alterei nada. Vou até dar o link de novo, e é da Universidade Federal de Juiz de Fora.

No abstract – que deve ser em inglês, de acordo com a ABNT, salvo seja feito em outro idioma estrangeiro, mediante consulta prévia – vem:

You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. v You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. v You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. v You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese. You have to learn Portuguese.

(sic, inclusive aqueles “v”)

Lembrando que este é o Programa de Pós-graduação em Educação, financiado pelo CNPq.

Vocês acham que acabou? Que nada! Se vocês se dignarem a ver o *.pdf verão que a primeira página não é uma capa, mas…

Não perguntem (e sim, é desse jeito que está lá).

Mais uma vez é repetido o abstract em inglês conforme mostrado anteriormente (diga-se de passagem, eu pensei que fora algum erro do site, mas não).

O trabalho parece uma imensa egotrip de uma adolescente que apanha dos pais e está cheia de drogas na ideia, nada faz sentido, nada angariou de importante, não tem bibliografia, não tem conclusão, não tem estilo reconhecido pela ABNT não tem NADA! Não parecem ter consultado a página da própria UFJF que traz toda a normatização (em *.pdf), senão saberiam que as imagens têm que estar referenciadas, a capa não pode começar com um monte de fotos de diarinhos sem sentido, tem norma para as margens e NEM PENSAR ter trecho escrito com fonte tamanho 20 ou variando as fontes entre Times Roman, Arial e até Courrier (EU NÃO ESTOU INVENTANDO. Baixem o pdf e vejam por si só).

A escrita é pobre, problemas de ortografia e gramática, elementos textuais desconexos, respeito pela norma culta nula, respeito pelas normatizações desdenhadas, sem conclusão, sem sentido, sem nem dizer sobre o que é a dissertação. Mas o Tarcísio, autor desta imensa MERDA, não é o culpado. A culpa é da sua orientadora ridícula, que cagou e andou para tudo o que uma pesquisa acadêmica séria prega. A culpa é da Banca, que aceitou esta mixórdia imunda, já que orientador de hoje fará a banca de amanhã e ninguém quer correr o risco de bater de frente com quem avaliará o próprio orientando depois. A culpa é do CNPq que financia qualquer lixo, deixando pesquisas sérias sem um centavo de verba, porque o que interessa é quem pede, quem orienta como no caso da fábula da tese do coelhinho ser um grande predador.

Aí, o Governo corta a bolsa e investimento das universidades e todo mundo começa a chiar. Querem saber? TEM MAIS QUE CORTAR, MESMO! Se é pro meu dinheiro de impostos financiar este LIXO digna de enfiar na bunda do autor, que parece ter feito alguma peça de teatro de vanguarda de 3ª classe, eu prefiro que não se faça nada.

E para finalizar os 5 minutos de ódio? Este inútil é que dirá aos professores como se deve ensinar, pois ele… OOOOOOOOHHHHHHHH tem mestrado, está no doutorado e tudo isso por uma universidade federal, que ficam cagando goma por ser a melhor. Não é, nunca foi e mesmo que fosse, eu não quero ver as piores.

34 comentários em “Academia de Inumanas: Reforçando idiotas na área da Educação

  1. Eu abri o PDF. Que arrependimento.

    No bendito arquivo estão todas as antilições de como não se fazer uma publicação científica. Quanto mais uma dissertação de mestrado.

    Parece até que a orientada e o orientador fizeram isso de propósito. Para que ninguém levasse a sério e todo mundo tripudiasse do mesmo.

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  2. Conclusão, p. 190.
    Bibliografia, pp. 196-198
    Índice, pp. 199-200.
    Eu não leria uma tese dessas, mas acho que deve ter algo a ver com algum tipo de “tentativa de fazer arte em tese”. Não aprovo, não leria, e a crítica é válida.

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  3. Eu realmente não sei o que dizer, eu não esperava que as coisas chegassem a este nível, e pensar que este parvo jumento tem Mestrado, só me faz acreditar que cada vez mais estamos entrando em um abismo sem fim.
    Me desanima ver uma coisa deste tipo, pois só mostra o quanto estamos longe de financiarmos pesquisas sérias. Só irá ficar mesmo para a imaginação, um Brasil com avanço sério na Ciência.

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  4. “Dedicatória.
    A todos que não sabem.
    A todos que não querem entender, fazem.” (sic)

    Esses parágrafos revelam tudo que precisamos saber sobre o “autor” e sua “obra”.
    Ele não sabe, não quer entender, só quer fazer.
    E fez mesmo!
    Fez um monte de merda.

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  5. Puta merda. Sou de humanas (curso psicologia), e quando vejo um “trabalho” desses, morro de vergonha (e ódio). Não consigo como essas coisas passam. Vai ver que não entendo pq não frequento o DCE/DA, nem uso drogas recreativas. Pessoal não entende que ciência é coisa séria e não um teatrinho hippie ridículo.

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  6. Talvez por que Carl era mais optimista do que a maioria de nós, mas creio que até mesmo ele se tivesse visto esta coisa, iria acabar se arrependido de ter dito esta frase.

    “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” Immanuel Kant

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    1. Interessante essa linha de pesquisa dele (está escrito exatamente assim no Lattes): ZiGuE-zAgUe De PeSqUiZa LíNgUaS, eXpErIêNcIaS e InVeNçÃo De PrOfEsSoReS.

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  7. E eu, há 10 anos atrás, tive que refazer meu relatório de conclusão de curso, em eletromecânica, por causa de uma nota só, de rodapé, não estar na medida conforme a metodologia exigida, e 10 anos depois vejo isso, que evolução na educação hein!?!?!?!?!…

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    1. E se você olhar o currículo lattes dele :

      Formação acadêmica/titulação

      2017
      Doutorado em andamento em Doutorado em Educação.

      Engraçado que a mesma orientadora dele de Doutorado, é a mesma de Mestrado. Acredito que vamos ter um Doutor em Educação, para ensinar para os professores de como se faz educação de verdade.

      PUTAQUEPARIU sinceramente, quero largar tudo e vazar deste país o quanto antes, quando você para para pensar que este ignorante de merda é professor e Mestre (logo mais Doutor), você só vê como estamos em um barco que afundou faz tempo, e estamos tentando fingir que nada está acontecendo.

      Currículo do retardado :

      http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4463170D7

      Currículo da orientadora retardada dele :

      http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760090H3

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      1. Concordo. Tem que ter algum educador pra chamar ele pra algum debate. Queria ver isso. Mas essa galera só faz debate com quem concorda com eles.

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  8. Tive a pachorra de tentar ler. Por amostragem…
    O Finnegans wake foi escrito há uns 80 anos.
    Ou seja, temos um exemplar clássico do FEBEAPA. Borbotões de imensa pretensão de modernidade já natimorta ou, no mínimo, datada.
    Imagino o autor nos esnobando, plebe ignara, por não sermos capazes de apreender a quintessência de sua expressão intelectual superior.
    O interessante é que ele, a certa altura, demonstra sua afeição pelo conceito de “corpo sem órgãos”. Aí, tudo se encaixou !
    É fácil adivinhar o órgão faltante…

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  9. Acho que isso não seria aceito nem em uma graduação de artes plásticas.
    Mas por essas e outras bizarrices, que um amigo artista plástico, resolveu terminar sua graduação em artes plásticas na Alemanha.

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    1. Hahahaha … patética a estatísticas em outros meses. Tinha que ter um mural pro visitante aloprar. Lendo essa bosta só vejo o dinheiro público indo pro ralo. Culpa da Soninha Vegana.

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  10. Falando em universitários que só produzem lixo, André, o que você acha do Prof. Dr. Afonso Emidio de Vasconcelos Lopes, que tem um canal no YouTube chamado “Ciência de Verdade”, dizendo que a Terra é plana? Ele é só um troll ou maluco mesmo ou attention whore?

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    1. É um coitado fracassado, foi expulso da USP por ser imbecil, e agora ele pensa que é fodão no YouTube. Felizmente, a grande maioria, sensata, dá risada dele, e isso é bom…

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