O que é Vidro de Safira?

O atual mercado de smartphones está em polvorosa. Não que isso queira dizer alguma coisa, claro. Ele sempre fica assim quando se é anunciado alguma bobagem pseudotecnológica. Sites, portais e blogs de tecnologia (ODEIO ESTA EXPRESSÃO!) ficam divulgando coisas sem o menor conhecimento de tecnologia MESMO. Porque, meus queridos, falar que empresinha tal lançará aparelho tal não é ser um blog de tecnologia. É repassar informação que te deram e você engoliu, por falta de conhecimento técnico.

Então, é lançada a incrível novidade: o vidro de safira, que será usada nos próximos smartphones. Safira, a pedra preciosa, cara, linda e elegante. Uma pena que o vidro de safira NÃO É feito de safira. O que diabos é um vidro de safira, então? Esse tipo de coisa você só aprende no LIVRO DOS PORQUÊS.

As pessoas pensam que a indústria de bens de consumo produz coisa incrivelmente mágicas. A falta de um mínimo conhecimento técnico e científico as fazem cair na 3ª Lei de Clarke: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia". Isso vale para qualquer coisa mais complicada que "se eu colocar sal na água, ela fica com sabor salgado". As pessoas se deixam poluir-se pelo marketing das empresas e o único marketing honesto que eu já vi foi o do personagem do Duddley Moore no filme Crazy People, Muito Loucos.

Antes de falar sobre o vidro de safira, deixem-me explicar como o marketing funciona: A empresa cria um produto. Este produto pode até ser mais do mesmo, não importa. Daí, ela quer vender o produto, claro. Ela não está interessada que você fique feliz com o produto, basta que você compre o produto. Ela está interessada em fazer seus investidores felizes. Você NÃO É um investidor. Você é um mané que comprou as bugigangas desta empresa. Isso vale pra qualquer empresa, desde Apple até o boteco da esquina que vende quentinha.

Ok, o boteco da esquina não têm acionistas, mas tem o dono do boteco, que quer vender sua comida.

Diferentemente do boteco da esquina, empresas mais… cahan… tecnológicas precisam lhe convencer que o produto delas é inovador, incrível e mágico, palavras vazias, pois se tentar usar jargões mais técnicos podem cair em propaganda enganosa. Quando a Apple lançou o iPad 4G (de 4ª Geração), deu a entender – e aqui ó que não foi intencional – que o dispositivo se conectava à internet usando tecnologia 4G de transporte de dados (wikipédia de verdade lhe explica sobre ela. Lusófona é sacanagem!). A Austrália achou que isso violava o direito de seus consumidores e meteu a empresa no pau. A Apple deu uma de Steve-Sem-Braço alegando que sim, era 3G, mas podia ser considerado 4G na Austrália. Isso não colou e ela teve que desembolsar um dinheirinho, além de ter que modificar o nome do seu aparelho para iPad Cellular.

Com isso, ela aprendeu a voltar aos termos vazios como "incrível", "mágico" e blábláblá. A pareidolia das pessoas faz com que elas vejam o que a equipe de marketing quer que vejam. Mas não é exclusivo delas. Você olha os anúncios do McDonalds e OHHH, QUE LEGAAAL (Canal do Otário feellings) você compra aquele maravilhoso sanduíche dos banners e leva uma tranqueira. Você come acha que é gostoso e depois reclama que não era aquilo do comercial, para depois comprar mais. Isso vale pra lasanha congelada,biscoito, carro novo e produtos de informática. Lançam um Sistema Operacional dizendo que é bem mais rápido e você fica "Caraleo, eu PRECISO daqueles 2 segundos mais rápido no carregamento!"

Outro dia, indo numa loja de eletrodomésticos (sim, apesar da Internet, ainda é necessário visitar fisicamente as lojas, exatamente para não ser enganado pelo que os fabricantes dizem. Depois compro na loja online. FIKADIKA). Lá, a vendedora me mostrou a maravilha moderna das geladeiras: uma geladeira que tem uma espécie de sensor, que quando você coloca um copo na reentrância, cai água gelada. A menina estava tão sorridente, mas tão sorridente que eu fiquei até com vergonha de dizer, mas contei pra minha mulher e filha: curiosamente, isso já existia quando eu tinha uns 12 anos.

Bem, devo dizer que não tinha um "sensor", era uma espécie de gatilho, mesmo, mas não importa. Há mais de 30 anos (e aqui no Brasil!!) já existiam geladeiras nas quais você podia pegar água gelada sem abrir a porta. Com a vantagem de ter menos peças para estragar (dica: JAMAIS comprem máquina de lavar eletrônica. Prefiram controles mecânicos. Você irão me agradecer depois). Vendem tudo hoje como magnífica e incrível tecnologia, que já existia antes, cobrando preços absurdos. Assim é o Mercado.

Entendido isso, vamos examinar agora o que é este Vidro de Safira, e comecemos pelo básico: ele NÃO É um vidro de safira. Você caiu na pegadinha de portais brasileiros idiotas que traduzem tudo com o Google Translator, sem fazer a menor ideia do que estão falando.

Sapphire Glass é uma marca registrada pela sua inventora, a Apple GT Advanced Technologies. O Sapphire Glass NÃO É vidro de safira. É uma safira sintética. Usar diamante industrial não é a mesma coisa que diamante natural, nem tem o mesmo valor e muito menos a mesma beleza, porque diamante industrial não foi criado para ser bonito. Isso é coisa de arquiteto. Diamante industrial é coisa de engenheiro!

Safiras (as de verdade) são uma variedade do coríndon. O Coríndon é uma classe de minerais de diferentes tipos, sendo basicamente constituídos de óxido de alumínio, ou alumina ou Al2O3. É uma substância resistente e que, sem ela, nossa vida moderna não seria do jeito que é. Antes, falemos um pouco sobre o alumínio.

O alumínio é um belíssimo metal com sua cor prateada característica. Mas ele não é brilhoso. pelo contrário, é fosco e feio, sem o devido tratamento estético. É um metal extremamente usado na indústria, por ser leve, facilmente trabalhável, com baixo calor específico, mas facilmente atacado por ácidos e outros agentes corrosivos. Ele se oxida muito facilmente, pois seu potencial de oxidação é bem maior que o ferro. A rigor, ele jamais seria usado na indústria, se não fosse uma característica sua: o seu maior problema é seu protetor.

Assim como o ferro, o alumínio é atacado pelo oxigênio muito facilmente. Ele nem é encontrado isolado na Natureza. A diferença é que enquanto os óxidos de ferro são porosos, permitindo a entrada de maios moléculas de oxigênio, que eventualmente atacarão ainda mais os átomos de ferro, o óxido de alumínio é uma substância que forma um filme mais resistente. Este óxido possui uma rede tridimensional forte e protetora. O Al2O3 é um óxido anfótero que resiste mais ou menos bem ao ataque ácido, formando uma película impermeável, pois é insolúvel em água e isolante elétrico (mas não pense que você não tomará um choque se ligar um fio numa placa de alumínio). Entretanto, sais de cloreto dissolvem este óxido, o que é um problema em se instalar esquadrias de alumínio em regiões próximas ao litoral, o que demanda prévio tratamento contra a corrosão. O alumínio é muito usado na carcaça de telefones e notebooks não por causa do seu apelo ecológico ou de reciclagem (apesar de ser ótimo falar isso nas propagandas), mas por ser muito leve e resistente, mas não tanto quanto o titânio, que é bem mais caro. Um dos mais importantes motivos é porque ele tem baixo calor específico, isto é, facilita muito a troca de calor com o ambiente, evitando que seu aparelho superaqueça, danifique os circuitos, derreta na sua mão e exploda a bateria (o que acontecer primeiro). Os dissipadores de calor normalmente são feitos de alumínio por causa disso.

O coríndon é basicamente óxido de alumínio com "impurezas". Essas "impurezas" conferem características diferentes a ele, modificando suas propriedades, como apresentar cores diferentes (o Al2O3 é transparente e veremos isso já). Mediante essas impurezas, temos a variantes que costumamos dar o nome de rubi, esmeralda e safira.


Safira. Sim, é feia mas será lapidada.

A tela de safira não é de safira, portanto. É um "vidro" feito com óxido de alumínio. A bem da verdade, nem vidro, vidro mesmo, é. Vidros são feitos de dióxido de silício, o chamado SiO2. Coisa que você sabe, porque leu meu artigo (depois o atualizo). Um dos mais puros e resistentes é o vidro de quartzo, que não é barato. então a indústria preferiu pesquisar outros tipos de vidros, principalmente pros dispositivos móveis. É um vidro projetado à base de aluminossilicato alcalino (não, gente. Parem de replicar as besteiras da wikipédia. Não é álcali-aluminossilicato). Ele é obtido através de troca iônica, onde os silicatos de sódios são submergidos em metais fundidos (no caso, o alumínio), formando óxidos de alumínio numa rede intrincada com o dióxido de silício. A presença do óxido de alumínio reforça a estrutura cristalina do vidro, e este mesmo princípio é usado no Sapphire Glass, que tem tanta safira quanto o Gorilla Glass é feito de gorilas.

O Sapphire Glass é baseado na produção de safiras industriais. A safira, como dito acima, é um mineral à base de óxido de alumínio, e é bem resistente. A saber, é o segundo material natural mais resistente, perdendo apenas pro diamante. Mas o que isso significa? Tudo começa com a escala de Mohs. Friedrich Mohs era um mineralogista alemão, nascido em 29 de janeiro de 1773. Examinando os minerais,. ele resolveu montar uma escala que ordenasse o grau de dureza deles. Ele pegou o talco [o silicato de magnésio alcalino – Mg3Si4O10(OH)2], um dos minerais mais moles e definiu como o "1" da escala. O diamante, o mineral mais duro encontrado naturalmente, ficou no outro extremo da escala, recebendo o grau "10". Isso, entretanto, não significa que o diamante é 10 vezes mais duro que o talco.


Fonte. Mas você pode ver uma escala mais detalhada no Geology.com

Essa "dureza" significa que um determinado mineral não consegue ser riscado pelos minerais e corpos que estiverem abaixo dele na escala. Se você pegar um pedaço de quartzo e esfregá-lo no vidro da janela, você conseguirá duas coisas: Uma é fazer um riscão no vidro e a outra é tomar um esporro dos seus pais.

Como vocês podem ver, o aço risca tudo o que estiver da escala 6 para baixo, mas é riscado pelo que estiver acima. Facas e vidros riscam o que estiver abaixo da escala 5 e aquela palhaçada de ficar esfregando um canivete, faca ou chaves na tela do celular, para provar que ele é resistente, é simplesmente jogada de marketing, e os manés caem! Pegue um copo de geleia e fique espetando a faca nele, ou passe as suas chaves, moeda ou o que quer que seja feito de metal, e veja se o vidro do copo de geleia arranhará. Curiosamente, apesar do diamante ser formado basicamente de átomos de carbono, o grafite também o é. São o que chamamos de formas alotrópicas.


Fácil de perceber por que o diamante é muito mais duro que o grafite, não é?

Entretanto, dureza não tem nada a ver com resistência de material. Apesar do diamante ser muito, mas muito mais duro que o ferro, um martelo pode simplesmente esmigalhá-lo em pedacinhos. Diz-se, portanto, que o ferro é mais tenaz que o diamante, e é por isso que quando cai no chão, mediante a posição, a tela do seu celular se parte, coisa comum nos iPhones, cujo vidro é bem fino e, portanto, pouco resistente e bem menos tenaz que outros aparelhos que usem uma tela mais espessa. O atual Sapphire Glass promete mudar isso, sendo mais flexível, distribuindo melhor a energia da pancada, deformando e dispersando essa energia. Mais uma vez, a carcaça de alumínio ajuda, pois é um metal mais mole. O alumínio vai amassar, mas evitará que parte da energia seja direcionada para a tela.

Não obstante, este vidro não é safira, safira, mesmo. Se fosse, o preço seria absurdo de caro! A dureza do material realmente empregado não passa de 7, o que significa que apesar do quartzo não poder riscá-lo, ele poderá ser riscado por algo simples como lixa para madeira, dessas que compramos em casa de material de construção. Quanto menor a numeração da lixa, maior será os grãos do abrasivo, normalmente, feito de carborundum, que é carbeto de silício, ou SiC, o qual não ocorre na natureza, mas é muito usado em todo tipo de abrasivo, desde lixas até pedras de amolar e perfuratrizes.

Seus lindos smartphones serão mais resistentes? Sim, mas se seu telefone cair de uma altura respeitável, direto no concreto e de quina, sim, ele vai estilhaçar a tela, ainda mais sem nenhuma proteção que absorva parte do impacto (como capinha, por exemplo). Claro, o teste de deixar cair o parelho de, digamos, 3 metros, de quina, não é feito nos magníficos vídeos feitos pros comerciais.

Claro está que eu não sou nenhum idiota a ponto de achar que qualquer um que chegar neste artigo lerá lido até o último parágrafo. Não há vídeo mágico, não há efeitos especiais nem alguém com grande poder de marketing e convencimento. Sou só um professor de química que está cansado de ler besteiras por aí, repetidas ad aeternum por gente que compra qualquer besteira propagandística por se deixar seduzir por gente bem falante, mas sem nenhuma preocupação de lhe informar. Essas pessoas, seduzidas pelos apelos de especialistas em publicidade, irão repassar suas bobagens aprendidas e decoradas, e eles servirão fontes para outras pessoas, as quais repetirão quais papagaios, pois pesquisar dá trabalho, questionar é coisa de gente de mal com o mundo! O ceticismo não é apenas com relação à religião ou entidades místicas. Ceticismo é pensar primeiro, consultar fontes baseadas em pesquisas científicas e conhecimento aprendido com gente que entende do assunto e não com aqueles que são especialistas em lhe convencer que entendem do assunto.

Foram 27 parágrafos 13940 palavras. Espero que, pelo menos, 10% dos que chegaram aqui tenham lido. E destes, 10% tenha entendido. Obrigado a vocês, 5 que compreenderam o que falei. Foi para vocês que eu me dei ao trabalho de escrever cada linha deste artigo e qualquer blogueiro ou professor adora quando pelo menos um está atento para as informações que estamos passando. Muito obrigado mais uma vez!

29 comentários em “O que é Vidro de Safira?

  1. Bem eu li tudo, mas não entendi tudo. Depois eu leio de novo :mrgreen:

    Ainda bem que sempre espero algum tempo para comprar/usar alguma novidade que “todo mundo tem”, assim eu consigo perceber se o produto realmente vale a pena.
    Exemplo: Na minha cidade não tem sinal nem 3G, mas todas as lojas vendem telefones e planos 4G, e o pessoal compra, pra depois ficar reclamando de internet pior que a antiga discada

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        1. Não vou discutir com manés que acham que pilha que se carrega sacolejando, fica com carga eternamente.

          Não sei nem por que fica me visitando, se eu escrevo tanta coisa errada aqui.

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          1. @André, você distorceu o que eu coloquei.
            Não afirmei que a pilha fica carregada eternamente. Só disse que ela é viável se carregar com o movimento, acumulando carga em capacitores, tal qual um relógio mecânico acumula em sua mola. Inclusive lhe enviei o link de venda de uma lanterna que opera nesse princípio. Apesar dessa lanterna usar pilha pois não acumula energia suficiente para o led, mas o dínamo é operacional (já testei uma equivalente).
            Não lhe dirijo comentários com sarcasmo ou desrespeito. Mas vejo que minhas observações lhe incomodam. O site é seu, não quero causar conflito e então não farei mais comentários.
            Marco Aurélio

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          2. @André, Talvez uma abordagem a la Sagan/deGrasse Tyson faça a mente questionadora de “maurelio” entender a dúvida dele:

            Tom de voz grave, um tanto imperativo, mas sereno, com algumas pausas com o propósito de se pensar a respeito do que se está falando:

            -Maurelio, parabéns pela sua curiosidade! Por mais tolo que me pareça o seu questionamento (Risada diabólica em silêncio! :grin: Foi uma piada, sem graça talvez…), creio que seja porque você não entendeu que os dois conceitos que você tentou diferenciar são complementares, não opostos. Mas é esse tipo de pergunta que faz com que a ciência avance e, quem sabe um dia, possamos ter um material adequado para a construção de elevadores espaciais, ou de uma nave Enterprise para fazer viagens interestelares, como em Star Tr… Jornada nas Estrelas!

            Muito bem, você diz que alumínio tem “baixo calor específico” e “alta condutividade térmica”, mas que um não está relacionado ao outro.

            Sabemos que o alumínio, um metal, aquece e resfria com muita facilidade, isto é, ele transfere temperaturas com muita facilidade. Alta condutividade térmica significa facilidade em transmitir temperaturas. Vejamos a definição wikipédica (Wikipédica? Vou registrar essa palavra! SQN) de calor específico:

            “Calor específico é uma grandeza física intensiva que define a variação térmica de determinada substância ao receber determinada quantidade de calor.”

            Isso em português significa que quanto mais baixo for o “calor específico”, mais facilmente a temperatura é transmitida pelo material. Numa tabela qualquer de calor específico temos que a água tem mais calor específico que o alumínio, isto é, o alumínio tem baixo calor específico, como você mesmo afirmou. Se o alumínio é bom condutor de temperaturas e a água não, e o alumínio tem baixo calor específico, isso tem a ver com o fato de que o alumínio tem alta condutividade térmica.
            Entendeu maurelio? Seu raciocínio não está seguindo a devida lógica. Se um material tem baixo calor específico, isso é porque ele tem alta condutividade térmica. Se ele tem alta condutividade térmica é porque ele tem baixo calor específico.
            Estudando lógica você pega o espírito da coisa. Mas cuidado para não viajar demais na maionese e virar felózofo (masturbação mental faz a ciência avançar, mas não é para todos, por isso há tantos felozofos, pedagogos e pós-modernistas por aí. Isso depende de se remover o seu ego do raciocínio) . Ajuda entender se estudar a metodologia científica, matemática básica, programação de computador, ou assistir House! A propósito no próprio cet.net há um artigo muito bom sobre a metodologia da ciência. LEIA-O! Não interessa se é chato ou longo, mas LEIA-O, quantas vezes for necessário! Nâo tenho certeza mas creio eu (baseado em experiências anedóticas e opiniões de especialistas) que o conhecimento entra na sua cabeça e fica no seu subconsciente, você querendo ou não! Vá estudar lógica!

            O mais legal de estudar, aprender e aplicar lógica a tudo é que você consegue enlouquecer qualquer pessoa! Menos mulheres, mas isso é porque elas já são loucas! :grin:

            Sacou, maurelio?

            No final perdi um pouco a abordagem Sagan/deGrasse Tyson, mas o negócio é fazer o cara entender a lógica para que ele aplique-a ao raciocínio dele. É mais eficiente fazer um vídeo, por mais simples que seja, explicando isso, em vez de escrever tudo isso que escrevi. Beakman e Sagan faziam isso e salvaram muitas almas perdidas por aí, a minha inclusa.
            Pergunto-me se boa parte das pessoas que leram e recomendam “O Mundo Assombrado Pelos Demônio” (mudou a minha vida!) o fariam, ou sequer teriam contato com o ceticismo se não tivessem antes disso tudo visto Cosmos, que nada mais é um vídeo, onde um cara com fala serena nos apresenta o que sabemos sobre o mundo, e não tem vergonha nenhuma de apontar depois onde a explicação dele estava errada (SE estava errada), porque o saber evolui. Querendo ou não, estamos cada vez mais próximos da verdade, ou de deus, para os que têm inclinação mística. Percebo que há ciência até no método de se ensinar os outros a serem céticos! Isso tem a ver com ensinar lógica, não ofender ou deixar subentendido que há uma intenção de ofender o cara que questiona e explicar onde ele está errado, por mais bobo que pareça. Sagan fez assim, e hoje temos Neil deGrasse Tyson. Se não fosse Sagan, quem sabe se Tyson hoje não estaria morto ou preso?

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          3. @Ayreon, infelizmente suas explicações não estão corretas.
            Baixo calor específico não significa que tenha alta condutividade térmica.
            Vide dados abaixo (presentes nas tabelas que informei)
            Al 205 0,22
            Pb 34,7 0,031
            Ar 0,024 0,24
            Vidro 0,8 0,16
            Materiais com péssima condutividade térmica possuindo calor específico equivalente ou menor que o do alumínio.
            Baixo calor específico significa que pouca energia térmica faz com que se tenha um aumento grande de temperatura. Não tem nada a ver com facilidade de condução de energia térmica. Isopor, que é cheio de ar é péssimo condutor de calor e tem baixíssimo calor específico.
            Análise as duas primeiras linhas citadas acima e verá que entre o alumínio e o chumbo suas considerações vão por água abaixo.
            Nota : as escalas da tabela acima são as mesmas. Se quiser procure outras tabelas na internet para comparar materiais.
            André, com isso não quero dizer que seus artigos seja errados. Nesse caso acho que foi apenas um pequeno deslize. Apenas fui detalhista. Fiz uma exceção e voltei a comentar. Será a ultima.

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    1. @maurelio, Você entendeu do fundo do seu coração o que eu expliquei? Eu do fundo do fundo do meu coração espero que sim, não porque eu faço questão de estar certo, mas porque a razão é uma coisa objetiva, e eu não tenho vergonha em admitir meus erros.

      Se sim, se você entendeu…

      Ótimo, bem vindo ao mundo real e eu sou Morpheus (ou Neo), e tirei você da Matrix. Parabéns por ter aprendido a raciocinar.

      Se não…

      Caso você honestamente não tenha entendido, leia a minha explicação ATÉ entender que você chega lá. Talvez hoje ou amanhã ou semana que vem você entenda. Uma hora a ficha cai, acredite em mim.

      Caso seja um troll,

      [EDITADO PELA MODERAÇÃO. AQUI NÃO É SUA CASA!]

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  2. De nada, professor, suas aulas são sempre muito proveitosas. Só uma dúvida. Pelo que me lembro, alguns relógios da Tag Heuer eram (ou são, estou por fora) anunciados como tendo visor de cristal de safira. Considerando o precinho salgado destes relógios, seria de safira mesmo ou um outro tipo de “vidro de safira”.

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  3. Li tudo e entendi. Acho que sou um rapaz excepcional…hahahahaha

    Juntos por um mundo onde “novidade” seja sinônimo de utilidade, e não uma maneira de tirar dinheiro de gente otária.

    belo artigo André, abs!

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  4. A indústria SEMPRE VAI TE ENGANAR, em todas as áreas do consumo, caso contrário não venderiam 1/3 do que é produzido.
    Áula de química, física e consumo num mesmo artigo.
    E eu fiquei mais burro aqui hoje, só li 25 parágrafos, por questões óbvias não contei o número de palavras.

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  5. Como sempre, um ótimo texto e bastante explicativa. E, cara, é de dar vergonha vendo os “jornaleiros” espalhando o “vidro de Safira” por aí. Não sei nem como nunca mandaram um “vidro de Gorila” :D

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  6. Consegui fazer uma leitura mais diagonal porque boa parte dos conceitos aprendi há uns 15 anos nas aulas de Princípios da Ciência dos Materiais para o qual fiz até prova oral pra passar e até hoje lembro de muita coisa.

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  7. Muito bom, professor! Sou estudante de engenharia (mecatrônica) e tão exigente com entendimentos quanto o sr! O curioso é que estava estudando processos de fabricação e fundição com alumínio ainda ha pouco e consegui “visualizar” bem boa parte do que explicou.

    Já me ganhou como seguidor do blog! Enorme abraço!

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  8. Não vi o vídeo. Sabe por que? Pq Consumer Report e NADA pra mim é a mesma coisa. Vem com laudo publicado em periódico científico e aí a gente conversa

    E sim, filhota, claro que a tecnologia é real. Mas não essa que vc pensa. Pq saphire glass NÃO É vidro feito de safira. Existe safira sintética? Yep: http://www.aaamaterials.com/synthetic-sapphire.html Ele é saphire glass? Nope. Nenhuma documentação da empresa indicou isso. Porque… caso não notou, o link que eu coloquei é de OUTRA empresa. Logo, a patente é deles e não pode ser copiada em nenhum detalhe :D

    E sim, eu sei que é usado em vidros de câmeras. So what?

    Fatos são os fatos, mas não se preocupe. Pode continuar se sentindo cool com seu Apple Watch.

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    1. Ah, para quem duvida das propriedades da safira sintética (não me ficou claro se é seu caso), aqui alguns artigos científicos da primeira página do google scholar:

      Clique para acessar o 28-206-718.pdf

      Clique para acessar o 0046353147ec047122000000.pdf

      Clique para acessar o commodification_of_fetishes.pdf

      E algumas páginas interessantes tb:

      http://www.gia.edu/gia-news-research-Sapphire-Series-Introduction-to-Sapphire-and-Synthetic-Sapphire

      http://www.jewelinfo4u.com/how-to-differentiate-synthetic-and-natural-sapphire-2

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  9. Até aqui estamos de acordo, ou falei algo incorreto?

    O bronze foi inventado há milênios. Não implica que meu relógio seja de bronze, só pq tem peças de metal

    O que você está me dizendo é que você leu a patente da empresa que a Apple comprou e chegou a conclusão de que o que a patente descreve não é safira sintética

    Não, meu caro ignorante. Estou izendo que não existe “A” safira sintética. Mas fica difícil com quem faz pésquisa de YouTube. Não difere em nada dos fanáticos da fosfoetanolamina.

    e eles só colocaram um nome de marketing?

    Você sabe que safira sintética e vidro de safira são duas coisas diferentes, certo?

    Não, não sabe.

    E você quer que eu ache um artigo científico testando o material específico produzido por essa empresa?

    Quem me acusou de desinformação, mesmo?

    Aproveito para pedir desculpas por dizer que você está espalhando desinformação.

    Enfie no cu suas desculpas, moleque. Você começou dizendo que eu estava desinformando e agora vem de palhaçada. Vai catar paper de safira sintética até amanhã, não desfaz UMA LINHA do que escrevi no artigo. Passar bem, só deixei vc comentar agora para … sei lká, mostrar sua ignorância.

    Divirta-se com seu apple reloginho comprado no camelô

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