Eu pensei em começar este artigo com alguma piadinha tipo "Yo momma…", mas não seria possível, pois yo momma não podia estar perambulando por aí, pois ela é tão gorda que acarretou a quebra de Pangea.
Pesquisadores ingleses encontraram vestígios de nossos parentes afastados em rochas em uma praia em Happisburgh, sudeste da Inglaterra.
No ano passado, o dr. Nicholas Ashton e sua equipe estavam meio sem ter o que fazer lá por aqueles rincões. Ashton é Vice-Diretor do Departamento de Coleções do Paleolítico e Mesolítico, coordenando um projeto sobre antigas ocupações de hominídeos naGrã-Bretanha.
Imaginem o quanto deve ser divertido ficar em algum lugar pro interiorzão catando alguma evidência de passagem humana (ou quase-humana), como pinturas, restos de fogueiras ou mesmo pegadas. É o sonho de qualquer um ficar de 4, catando essas coisas, enquanto reclama consigo mesmo porque a vida não é igual aos filmes do Indiana Jones.
Ashton e os pobres coitados que o seguiam iam fazer uma pesquisa geofísica na área costeira de Happisburgh, um lugar que eu nunca ouvi falar antes, mas que você pode ver no mapa abaixo (e mesmo assim não lhe fará a menor diferença, mas isso agrega valor).
Ao ficarem passeando pelo local, eles viram algo meio esquisito. O local é formado por falésias, compostos de argila e areia moles, e por causa disso, são facilmente erodidas, mostrando camadas de rochas sedimentares que estão abaixo. Conforme o mar foi lavando o local, aos poucos o que estava embaixo ficou à mostra e o que estava abaixo é um tesouro. Um tesouro de 800 mil anos, mais velhos que yo momma.
O local era um antigo estuário lama, consistindo de sedimentos laminados planos, com uma área de cerca de 12 m2, ali, as depressões alongadas se mostraram ser pegadas. Pegadas de homens que não eram homens modernos, não eram Homo sapiens. Não eram humanos, como o Estadão fez crer inicialmente, apesar do corpo explicar que se tratavam do Homo ancestor. São as pegadas mais antigas fora da África que se tem notícia e, claro, não tinha nada a ver com dinossauros.
Depois de muito trabalho com análises fotográficas, Ashton conseguiu identificar que, pelo menos, ali havia passado 5 indivíduos, com adultos e crianças, cujo infográfico abaixo ilustra qual pé era de quem. A descoberta foi publicada na PloS One.
Ainda não se sabe quem eram, o que faziam e quais os hábitos do pessoal que passou por ali. Tal como hoje, eles faziam o melhor que podiam para sobreviver em seu meio e assim como nós hoje, eles deixaram uma singela marca, que por puro acaso não ficou enterrada, escondida de nossos olhos, o que nos leva a pensar se nossas "pegadas" ficarão de alguma forma para posteridade para provar que, sim, nós estivemos aqui.
Para saber mais: Cientistas encontram pegadas de 1,5 milhões de anos.
“…e haviam gigantes sobre a terra.” A primeira foto do post pode confundir muita gente heim! Ainda vão dizer que tinham razão.
O que mais excita-me no estudo é saber como descobriram qual pegada pertence a quem. Dá pra saber a diferença entre pegada de menino e menina?
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Você nunca assistiu Bones?
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@André, acredito nunca ter assistido Bones. Sinceramente, TV, ou cinema não me atraem.
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Quisera que deixássemos apenas pegadas. Já imaginou os milhões de toneladas de lixo que estamos deixando?
Considerando que no oriente médio cada vez que alguém mete uma pá para cavar qualquer coisa acaba achando restos de cidades e construções antigas , imagine alguém cavando daqui a mil anos em qualquer continente. Os arqueólogos vão ficar pirados. Já ocupamos quase tudo que é local pouco inóspito. O arqueólogo vai meter a pá e la vem um objeto de estudo: garrafa pet ou lata de cerveja. Essa atividade vai perder toda sua poesia.
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