O mesmerizante mosaico na superfície do Sol

Se você é algum tipo de fixista, achando que o universo é paradinho e só com um pouco de sorte os planetas viajam pelo céu, tenho tristes notícias. Não, nada é paradinho e mesmo o Sol se move. Mais do que isso, a própria superfície do Sol se move; nada no universo é estático, ao contrário do que Cláudio Ptolomeu possa ter achado, mas nem era culpa dele. Ele viveu na Idade do Bronze, e só um imbecil ainda continuaria com aquele mesmo conhecimento arcaico, no qual faltam uns planetas, planetas-anões etc.

O Telescópio Solar Daniel K. Inouye é um telescópio que fica apontado pra cima e usado para estudar o Sol. Sim, é algo óbvio, mas você leu assim mesmo e teve certeza. Aquela lindeza possui um senhor espelho primário, de 4,25 metros de diâmetro, capaz de capturar imagens de alta resolução, em uma taxa mais rápida e em mais cores do que outros telescópios. Apontado pro Sol, consegue ver em detalhes áreas de cerca de 20 km de diâmetro, e levando em conta que o diâmetro do Sol é cerca de 1,4 milhões de quilômetros (a Terra é de “apenas” 12.742 km), podemos dizer que ele praticamente tira uma “macro” da superfície do Sol. Seu nome oficial é “Telescópio Solar de Tecnologia Avançada”, e Daniel K. Inouye é o nome de um político havaiano. Puxar saco de políticos é legal, principalmente na hora de pedir verbas.

Oficialmente, o Telescópio Solar Daniel K. Inouye – que fica no observatório de Haleakala, em Mauí (you’re welcome!), no Arquipélago do Hjavaí – ainda não começou os trabalhos a sério. No máximo, passou por uns testes e as imagens capturadas foram processadas e lançadas em janeiro de 2020. Não, ninguém captura as imagens e solta imediatamente. Há um longo processo de estudo e processamento de imagens. Só depois que chega nas mãos do populacho e de blogs de divulgação científica. As observações científicas de rotina estão programadas para começar em julho de 2020, quando sua construção estiver terminada (sim, isso que você leu!)

O vídeo abaixo foi obtido com as imagens capturadas. Cada frame representa uma área do tamanho da Terra, apresentando “grânulos” que se mexem, formando um mosaico animado, quase um caleidoscópio!

As bordas dos grânulos são muito brilhantes, sendo janelas magnéticas mostrando as camadas mais interiores do Sol. Como o campo magnético do Sol está em atividade, movendo-se e não parando quieto, estas “janelas” também se mexem, com este efeito mesmerizante. Eu aqui estou só aguardando ansioso para quando as observações começarem pra valer.

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