O cérebro é o órgão mais complexo, esquisito, gambiarrento, problemático e desconhecido que temos. Não é questão que só usemos 10% dele. Isso é boato. O certo é que mal conhecemos 10% dele. Há algumas partes do cérebro que simplesmente não sabemos pra que serve (se é que serve para alguma coisa. Ninguém nunca disse que tudo no corpo humano tem que ser 100% eficiente o tempo todo). Agora, pesquisadores estão dando atenção a algo que vem sendo ignorado por muitos e muitos anos: a parte associada à leitura!
O dr. Jason Yeatman é pesquisador do Instituto de Ciências do Cérebro e Aprendizagem, na Universidade de Washington. Ele estuda basicamente o desenvolvimento do cérebro infantil e a aquisição de habilidades de leitura. Dizem que ele tentou estudar o pessoal que comenta em site de notícias, mas não encontrou o órgão no local.
Yeatman baseou seus estudos na premissa que em algum lugar do cérebro há uma região responsável por desenvolver capacidades de leitura e fixação de informações, a principal via do cérebro que envolve a percepção visual, atenção e movimento. Só que esta "via" já tinha sido descoberta antes. Em 1861, Paul Broca descobriu o que mais tarde foi denominado "Área de Broca", a região especializada na linguagem. Baseando nesse trabalho, Karl Wernicke encontrou a área que foi chamada "Área Wernicke", que junto com a Área de Broca, é outra parte do córtex cerebral ligada à fala, compreensão da linguagem falada e escrita, e está localizado na seção posterior do giro temporal superior no hemisfério cerebral dominante.
Tá. Beleza. Significa que Yeatman está descobrindo algo que foi descoberto no século XIX?
Não. Yeatman não está estudando linguagem, mas precisa dos estudos sobre como o cérebro processa a linguagem para entender como se dá o aprendizado. Então, Yeatman e seus colaboradores observaram que uma parte do cérebro vem sendo ignorada ao longo dos anos: O Fascículo Occipital Vertical. Era como ter o brinquedo e não saber para que ele servia, então brincava-se de qualquer jeito (isso soou como outras partes anatômicas, mas deixa quieto).
Este "esquecimento" muito provavelmente foi por causa de biurra acadêmica, e só quem trabalhou na Academia sabe o quanto o pessoal pode ser presunçoso, mesquinho e totalmente idiota com seus feudos particulares. Theodor Meynert foi um um neuroanatomista alemão-austríaco, aluno de Wernicke. Como ele teve uns desentendimentos com o professor, fez seus trabalhos ignorando os trabalhos de Wernicke. Por isso o fascículo Occipital Vertical foi negligenciado. Simples ataque de piti e quem perdeu foi a Ciência.
Meynert tinha proposto a teoria original da organização destas vias, só que seu trabalho direcionava as vias longitudinalmente, de frente pra trás, ao invés de cima para baixo, como realmente é, e teria feito certo, se tivesse dado atenção a Wernicke, mas assim são as vaidades desse mundo.
Yeatman e seus colaboradores examinaram os cérebros de 37 indivíduos, e empregaram um algoritmo que pode ajudar os pesquisadores atuais a estudar aquela área safadinha. A pesquisa foi publicada na PNAS.
Estudos da década de 1970 demonstraram que pessoas com danos nessa região perderam a capacidade de ler, já que não conseguiam reconhecer palavras. Pesquisas nesse senti visam, portanto, melhorar a capacidade de pessoas que sofreram traumas neurológicos e, claro, vão utilizar para estudar o Alzheimer, pois tudo que se estuda no cérebro acaba virando algo para tratar Alzheimer.
Fonte: Mãe da Criança
fazendo um trabalho sobre o sistema motor e terminações nervosas, depois de googlear encontrei um site interessante sobre aprendizado… lembro de ter ouvido sobre a forma com que muitas áreas subcorticais trabalharam ao longo da evolução humana a capacidade de assimilar e “gravar” informações motoras(andar de bicicleta, andar de carro, tocar algum instrumento musical, escrever etc) de forma mais articulada… de acordo com que aprendemos tarefas novas nosso sistema motoro teria um gatilho para armazenar essas informações… não sei se tem alguma comprovação cientifica
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