Eu já escrevi sobre a nossa relação de amizade com cães. Eles nos acompanham, nos guardam e compartilham suas vidas conosco assim como compartilhamos nossas vidas com eles. Há milhares de anos foi o início de uma bela amizade que perdura até hoje. Não é tão estranho que nós arrumemos um lugar de descanso eterno para nossos amigos depois de uma longa vida de afeição e amizade. Nós os honramos quando eles participam da mais humana das atividades: a guerra. [1] [2] [3] [4] [5] [6]

Mesmo para as pessoas comuns, que não estejam com a intenção de mandar seu vizinho pra vala, cães eram companheiros e suas mortes eram lamentadas. Ritos fúnebres eram feitos, e seus despojos cuidadosamente arrumados, entregando-os para o outro mundo, como um cemitério encontrado por arqueólogos mexicanos.

O cemitério asteca encontrado nos fundos de um prédio na Cidade do México, distrito de Atzcapotzalco, e examinado pela equipe da drª Rocio Morales Sanchez, do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), que parece não ter site próprio.

Os restos mortais de 12 cães encontrados em uma cova de dois a dois metros, junto com vários cacos de cerâmica foram datados como sendo do período pós-clássico tardio entre 1350-1520 E.C. Diferente de muitos outros sepultamentos, não eram cães enterrados com seus donos e sim um cemitério exclusivamente criado para eles; e pelas análises iniciais, os restos encontrados pertencem a cães comuns. Os espécimes encontrados são de tamanho médio, o que corresponde a diferentes idades.

Os cães tinham um papel importante na religião asteca. Os astecas acreditavam que os caríssimos canídeos eram responsáveis por guiar as almas humanas para uma nova vida depois de sua morte, além de guardarem as pirâmides ou quaisquer outros monumentos construídos em homenagem ao morto. Eles sempre foram considerados guardiões de nós, humanos, sejam de nosso próprio corpo, como de nossos bens e, por isso, eram bem tratados, e recompensados depois de morrerem, pois estariam nos esperando para levar nossas almas para luz.

Yes, we have video!

Nossa relação com os animais diz muito sobre nós mesmos e como vemos o mundo. Essa relação nos ensina o que é a amizade em tempos antigos e nos faz pensar sobre nossos próprios laços com nossos animais de estimação. Eles nos acompanham, nos alegram e estarão ali, sempre prontos a nos dar atenção e amizade, mesmo quando nós sequer merecemos. Os antigos sabiam disso, pena que muitos de nos esquecem, em tempos de cultivar bichinhos virtuais.

Vá lá e abrace seu bicho. Eu garanto que ele é mil vezes melhor que todos os humanos que você conhece… juntos.

Fonte: INAH