A engenharia veio para corrigir os problemas do mundo, nem que ela invente o problema antes para poder consertar. E, de acordo com engenheiros, se algo não precisa de conserto, é porque está com perda total.
Claro, engenheiros sabem que eles não têm motivo nenhum para criar algo absolutamente do zero, se alguém criou algo eficiente. Nesse caso, são os 3 bilhões de anos de evolução biológica. Por isso, porque criar um sistema de construção do nada, se cupins já fazem isso excelentemente bem? É o que cientistas de Harvard estão pesquisando.
O dr. Justin Werfel é esse camarada aqui do lado, cuja foto eu não poderia deixar de postar. Antes que você faça alguma piadinha, ele está sobre uma colônia de cupins na Namíbia, mas ainda assim eu sei o que você está pensando e posso ver seu sorrisinho no canto da boca. Deixe o pobre Justin em paz.
Justin Bieber, digo, Justin Werfel obteve doutorado em computação cognitiva e hoje é pesquisador do Instituto Wyss para Engenharia Bio-inspirada. Ou seja, lá eles dão uma boa olhada na Natureza para ver o que podem pegar de melhor e fazer lindos robozinhos semelhantes, para que estes possam dominar o mundo e acabar com todos nós.
Justin pesquisa métodos de construção e ficou interessado em como cupins constroem seus cupinzeiros. Longe de alguma inteligência superior comandar os passos dos preclaros isópteros, eles não dependem de ordens conjuntas, e sim cada um fazendo sua parte, independente do outro, apesar de serem insetos eussociais, tendo um alto grau de organização. O cupim ajuda a construir sua colônia fazendo seu papel, construindo pedaço a pedaço, onde houver um espaço não-ocupado.
Pense que você tenha que arrumar o piso de sua sala, colocando ladrilho por ladrilho. Você não joga tudo a esmo, vai colocando um por um, nos espaços vazios. É isso que o cupim faz, mas em 3 dimensões. Daí vem o projeto TERMES, Inspirado por cupins e suas atividades de construção,para desenvolver um sistema de construção com robôs cooperando para construir estruturas 3D muito maiores do que eles mesmos.
Os robôs móveis simples, mas autónomas e blocos passivos especializados; o robô é capaz de manipular blocos para construir estruturas altas, bem como manobrar sobre e ao redor das estruturas que cria. O sistema leva em conta vários robôs independentes, cada um construindo sua parte, sem necessariamente depender dos outros. Ele simplesmente constrói onde dá, trabalhando a partir de uma descrição de alto nível como entrada. Take a look:
Não há uma inteligência central. Mesmo que se mude o ambiente, o robô adaptará o que está fazendo na mesma hora. Não porque ele está com alguma inteligência, mas sim porque ele sonda o ambiente e vê onde pode deixar a peça. Depois, sobe na estrutura e coloca a peça seguinte, na mesma hora que vários outros estão fazendo isso. Mesmo que um coloque a peça primeiro, o outro robozinho irá dar de ombros (se ombros tivesse) e colocará a peça em outro lugar, mediante o desenho proposto bem antes.
A pesquisa, publicada no periódico Science, visa um sistema de construção onde seres humanos correm riscos, como áreas de conflitos, ou ambientes inseguros por algum mau-humor da Natureza e até mesmo no Espaço. No Rio de Janeiro não, pois além de não conseguirem construir nada, todas as peças – incluindo os robôs – servirão de matéria-prima para a construção de algum barraco high-tech.
Às vezes, penso que cupins são melhores que as pessoas, mas é melhor deixar isso de lado antes que alguém venha dedetizar o planeta.
O espetacular também são as mecânicas dos robôs. Conseguir andar sobre as estruturas e encaixar as peças corrigindo as posições para o encaixe ficar perfeito. Ainda mais quando se colocam vários em trabalho concorrente.
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É mais um bom exemplo de autômato celular e com microcontroladores baratos e minúsculos atualmente disponíveis em breve veremos eles passarem da teoria à prática.
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