A chave da evolução humana repousa em ferramentas construídas por outros primatas

Julio Mercader é arqueólogo da Universidade de Calgary. Por sinal, ele é um dos poucos pesquisadores no mundo a estudar a cultura material dos parentes vivos mais próximos dos seres humanos: os grandes símios. O Dr. Mercader está reunindo os seus colegas para criar uma nova disciplina dedicada à história da utilização de ferramentas por todas as espécies de primatas espécies, a fim de compreender melhor a evolução humana.

Mercader é co-autor de um novo trabalho intitulado “Arqueologia Primata”, publicado recentemente na revista Nature. Mercader é um dos 18 co-autores que argumentam que as recentes descobertas de ferramentas utilizadas por uma grande variedade de primatas selvagens – bem como evidências arqueológicas de chimpanzés usando ferramentas de pedra de milhares de anos – está forçando os especialistas a repensar a tradicional linha divisória entre os seres humanos e outras espécies de primatas, assim como a crença que o emprego de ferramentas é domínio exclusivo do gênero Homo (em latim: homens, como humanidade; e não, não tem nada a ver com homossexuais diretamente).

Os pesquisadores defendem uma nova disciplina abrangendo arqueologia primata, para examinar a utilização de ferramentas pelos primatas em um longo prazo; num contexto evolutivo, é claro.

“Existe uma necessidade para a colaboração sistemática entre os diversos programas de pesquisa para entender as questões mais amplas na evolução humana e primatologia”, diz Mercader. “Por exemplo, alguns arqueólogos têm visto primatas selvagens utilizando ferramentas, embora alguns tenham tomado parte em escavações arqueológicas de primatologistas”, explica ele.

Mercader foi o autor que liderou uma equipe que lançou as bases da disciplina emergente da arqueologia chimpanzé em dois artigos publicados anteriormente, na Science e na PNAS. Ele é o arqueólogo que descobriu a primeira prova que chimpanzés pré-históricos usavam ferramentas para partir nozes, através de registros arqueológicos num sítio localizado nas florestas tropicais da Costa do Marfim, África Ocidental.

Inteligência e capacidade de manipular o ambiente, produzir ferramentas e prover algum conforto próprio não é, nem nunca foi, privilégio de seres humanos. Obviamente, não espero que qualquer um que leia este artigo entenda a diferença sutil que existe aqui, pois fatalmente ficarão babando e dizendo que não viemos de um macaco, o que é verdade. Da mesma forma que é verdade que nossos ancestrais, comuns aos homens e macacos, desenvolveram habilidades. Tais habilidades foram transmitidas aos seus descendentes, até que estes últimos se dividiram em dois ramos distintos na imensa árvore evolutiva.

Nem eu, e muito menos o Dr. Mercader, temos a estúpida idéia que chimpanzés desenvolverão tecnologia pra levar um macaco à Lua, portanto, esqueça o filme do Planeta dos Macacos. O que vemos aqui é mais uma peça do vasto quebra-cabeça de nossa história. E quem domina a História, entenderá o futuro.

O ser humano é apenas mais uma espécie neste pequeníssimo planeta, e nada mudará isso.

5 comentários em “A chave da evolução humana repousa em ferramentas construídas por outros primatas

  1. A evolução dos seres vivos depende das suas necessidades, não? Sendo assim, a interferência do homem na vida dos outros animais pode prejudicar a evolução destes?

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    1. Evolução é um processo contínuo. Ela independe de qualquer necessidade. Ela acontece… pq acontece. Se algum evento interferir no meio, a tendência do animal/planta de se manter vivo será testada, mediante a Seleção Natural.
      .
      Ações do homem podem influenciar norp ocesdso evolutivo, seja interferindo no meio ambiemte, seja por seleção artificial.

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  2. Uma revisãozinha do texto não ia mal, tem erros em tds parágrafos…

    O assunto me lembrou um ted da Susan Savage, onde bonobos (q te lembra bolovo) aprendem a usar ferramentas , escrever, acender fogueiras e tocar instrumentos musicais

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