Escurecimento global

Céu azul? Nem tanto. Pelo menos não como costumava ser há apenas três décadas, segundo pesquisa publicada nesta sexta-feira (13/3) pela revista Science. O estudo, feito por pesquisadores das universidades de Maryland e do Texas, nos Estados Unidos, analisou dados de concentrações de aerossóis desde 1973 e apontou que a visibilidade sobre os continentes tem caído seguidamente. Vocês podem ler o resumo AQUI.

Aerossóis são partículas sólidas ou líquidas em suspensão na atmosfera, que podem ser, por exemplo, fuligem, poeira e partículas de dióxido de enxofre. Ou seja, poluição, principalmente derivada da queima de combustíveis fósseis.

Segundo o estudo, está justamente na poluição promovida pelo homem o maior motivo para que o céu sobre a superfície terrestre não esteja tão visível hoje como há 36 anos. Kaicun Wang, da Universidade de Maryland, e colegas analisaram as concentrações de aerossóis e a profundidade óptica, isto é, a visibilidade em céu aberto.

Os pesquisadores verificaram que em todos os continentes a visibilidade piorou, com exceção da Europa, onde a situação está melhor do que em 1973, sinal de que as medidas antipoluição têm surtido efeito no continente.

Os dados foram obtidos de 3.250 estações meteorológicas em todo o mundo, compiladas pelo Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos. Também foram usados registros feitos por satélites. Visibilidade foi considerada a distância que um observador consegue ver com clareza a partir de um determinado ponto – quanto mais aerossóis estão presentes no ar, menor a distância vista.

Em 58% das estações, a queda na visibilidade foi pelo menos cinco vezes maior do que na média mundial. Segundo os autores do estudo, o cenário mais grave está na Ásia, onde a visibilidade caiu principalmente na última década.

“É a primeira vez que conseguimos informações globais de longo prazo a respeito de aerossóis sobre a superfície terrestre, que se somam aos dados já existentes sobre os oceanos. A base que reunimos se configura em um importante passo à frente na pesquisa sobre mudanças de longo prazo na poluição do ar e na correlação desse fator com as mudanças climáticas”, disse Wang.

Aerossóis afetam a temperatura superficial da Terra ao refletir a luz solar de volta ao espaço – reduzindo a radiação na superfície – ou ao absorver a radiação, aquecendo a atmosfera. Os efeitos de esfriamento e aquecimento promovidos pelas partículas suspensas modificam as formações de nuvens e de chuvas.

Diferentemente dos aerossóis, o dióxido de carbono e outros gases, apesar de causadores do efeito estufa, são transparentes e não afetam a visibilidade.


Fonte: Agência Fapesp

15 comentários em “Escurecimento global

      1. Se eu soubesse responder facilmente, pá-pum, eu teria ganho o Nobel de Meio Ambiente (se inventassem um). Isso, na minha visão, só pode ser respondido por um bom grupo de cientistas, que ainda teriam que contar com a boa vontade dos tiranos do PC.

        Certas questões ambientais ainda parecem em aberto, da mesma forma que as discussões sobre como suceder o cartesianismo nas ciências.

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      2. @André,

        Quais as alternativas energéticas vc sugere para um país com quase 2 bilhões de pessoas?

        Se o conceito de MATRIX (em relação à bioeletricidade) estivesse correto, eu iria propor – uma plantação de chineses.

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        1. Huh, huh!

          A onda de canibalismo jah passou, ocorreu no finalzinho do século XIX, onde crianças eram vendidas como comida. Pra quem acha que ‘nunca ocorreu’ :roll:

          Isso não me parece religioso e nem de um povo primitivo.

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          1. Carta de Albert Fish, Fonte: Wikipédia.

            “Em 1894 um amigo meu embarcou no Steamer Tacoma, Capt. John Davis. Eles navegaram de S. Francisco para Hong Kong, China . Quando chegaramlá, ele e dois outros desembarcaram e embriagaram-se. Quando eles voltaram o barco tinha ido. Na altura houve fome na China. A carne de qualquer espécie foi de $1-3 por libra. O sofrimento era tão grande entre os pobres que as crianças com menos de 12 anos eram vendidas para comida, para impedir outros morrerem de fome. Meninos e meninas com menos de 14 anos não estavam seguros na rua. Você pode entrar em qualquer loja e pedir bifes. (…) “

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  1. Percebe-se que o desenvolvimento da consciência científica real se sucedeu ao desenvolvimento da ciência em si mesma. O advento do século XX marcou o período de grandes conquistas no campo dos saberes humanos, inclusive empregando-os com fins práticos. Hoje, principiando este século da informação e de um relativo esclarecimento, lamentamos que a ciência tenha sido tão precipitadamente empregada no passado, ferindo, na ilusória busca pelo benefício a curto prazo, o equilíbrio ambiental de nosso precioso planeta. Deveríamos admitir que não nos cabe a responsabilidade em relação a este mundo? Sustentaríamos que estamos plenamente seguros nesse sistema de Gaia autorreparável e firme? Poderíamos nos assegurar de que somos o plano essencial de um deus e que, consequentemente, desastres ambientais são predições infundadas, posto que os interesses divinos divergem para a nossa transladação? Ora, melhor seria concordar com os fatos, por mais intrigantes que sejam. Melhor seria adquirir a consciência científica (consciência de espécie), já disponível aos seres humanos dispostos a renunciar às suas crenças falazes e suas perspectivas científicas pouco consistentes.

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  2. Parece-me que uma das soluções para o desenvolvimento sustentável no Planeta é o controle da taxa de natalidade. A China vem fazendo isso tardiamente. A Ìndia precisa começar. Sinceramente, eu não gostaria de está vivo, e certamente não estarei, quando a população mundial atingir 9 bilhões de pessoas. Não posso nem imaginar o que poderá ocorrer.

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