O Espaço Sideral é maravilhoso. Ou seria, se não fosse a falta de oxigênio e pressão atmosférica, microgravidade, temperaturas próximas ao zero absoluto ou muito quentes, dependendo se você está virado pro Sol ou não, raios cósmicos que farão muita coisa com o seu DNA, menos lhe dar poderes fantásticos, meteoritos do tamanho de um grão de areia “voando” a 30 mil km/h… enfim, o Espaço te odeia e fará tudo para acabar com o seu dia. Podiam chamar de “Sogra Sideral” que seria a mesma coisa.
Se desgraça pouca é bobagem e queijo, em francês, é fromage, pesquisadores mostram como astronautas são extremamente sujeitos a terem problemas de coluna. Show, né?
O dr. Douglas G. Chang é pesquisador da Universidade da Califórnia, em San Diego. Ele estuda os efeitos da longa permanência em missões espaciais. Que os músculos são os primeiros a se ferrarem, já é lugar-comum. Quanto mais tempo, pior fica, pois esses músculos vão atrofiando. Dessa forma, os astronautas são submetidos a rigorosos testes físicos.
O problema começa com a microgravidade. Você pode levantar qualquer tipo de coisa “pesada”.
Não a loirinha, seu idiota
Como os músculos se atrofiam, a sua querida coluna vertebral também acaba sendo afetada, que não volta ao normal, mesmo várias semanas após seu retorno à Terra. Para tanto, seis tripulantes da NASA foram estudados antes e depois de passar entre quatro e sete meses, em condições de microgravidade, na Estação Espacial Internacional. Cada astronauta passou por exames de ressonância magnética da coluna antes da missão e imediatamente após o seu regresso à Terra, e, novamente, entre um a dois meses mais tarde.
O objetivo era compreender os fatores que afetam a força da coluna lombar e o que causa as fortes dores nessa região, quando astronautas voltam à Terra. É ruim o bastante? Calma que piora! Os astronautas ainda possuem maiores riscos de hérnia de disco nos meses após o retorno do voo espacial – cerca de quatro vezes maior do que em controles de missão.
Parte das mudanças observadas foram o crescimento em altura, o que pode ser evidenciado até aí na sua casa. Você cresce alguns centímetros durante a noite, já que está deixado e a coluna não sofre ação da gravidade, comprimindo os discos. No Espaço, é ainda pior. Aí o caboclo chega do Espaço e a coluna começa a sofrer com a Gravidade, que agindo sobre a atrofia dos músculos e perda de cálcio, começa a sentir os efeitos físicos na coluna.
A pesquisa foi publicada no periódico Spine.
Em mais de 50 anos de aventura espacial, ainda sabemos pouco sobre os efeitos sobre o nosso organismo ficar longas temporadas no Espaço. Para que estudar isso? Para entendermos melhor nosso próprio corpo e desenvolver tecnologia médica para minimizar esse sofrimento e trazer melhor qualidade de vida às pessoas aqui na Terra.