Como nós desenvolvemos nossas características emocionais? De onde essas emoções vêm? Bem, claro que é do coração, pois nós pensamos com ele, enquanto o cérebro só serve para refrigerar o sangue. Ainda bem que desenvolvemos Ciência, ou você estaria acreditando nesta bobagem até hoje, já que o grande gênio científico do Aristóteles falou essa e muitas outras idiotices, como mulheres tendo menos dentes que homens, mesmo tendo sido casado duas vezes. O amigo da sabedoria não gostava tanto assim de sequer olhar pro que tinha na sua frente.
Uma pesquisa estudou 35 famílias ´para saber como (e se) as emoções são características que passam de pais para filhos. Bem, o que foi descoberto não é uma regra dessa forma, mas que podem ser transmitidas de mãe para filhas, mas não tão comumente no caso de mães para filhos (homens). Pais não entraram na história, como sempre. Mas como isso acontece?
Ao contrário do que você possa pensar, não foram as emoções propriamente ditas que foram passadas das mães para as filhas, mas sim a estrutura dos circuitos do cérebro conhecidos como o sistema córtico-límbico. Este sistema regula o processamento emocional e desempenha um papel em transtornos do humor, como a depressão, por exemplo.
A drª Fumiko Hoeft, a japinha que mexe com a sua cabeça, é professora adjunta de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, San Francisco. Como ela não é pesquisadora no Brasil, não conta com apenas 6 mil reais para fazer sua pesquisa. Por isso, ela consegue estudar desenvolvimento cognitivo, pesquisando como a genética e o meio-ambiente influenciam no desenvolvimento da linguagem, comportamento social e de redes cerebrais e funções executivas, isto é, processos que apoiam muitas atividades diárias, incluindo o planejamento, o raciocínio flexível, concentração e inibição comportamental. A pesquisa da drª Fook Mi Fumiko estuda crianças saudáveis ??e as que possuem dificuldades de aprendizagem, como a dislexia do desenvolvimento, e perturbações do desenvolvimento neurológico, como o autismo idiopático.
Pesquisas clínicas já determinaram uma ligação entre tendências maníaco-depressivas entre mães e filhas. Só que até agora ninguém sabia direito o porque. Segundo a pesquisa da drª Fook Yu Fumiko, as filhas herdam as estruturas córtico-límbicas das mães. É como se eu chegasse na sua casa, visse as dimensões da sua sala, com um formato próprio, inusitado. Dai, ao construir a minha casa, eu fizesse uma sala igual em formato e dimensões. Obviamente, é muito provável que as disposições dos móveis deveriam ser as mesmas, mas isso não é bem uma regra, assim como não é uma regra que filhas de mães que sofrem de depressão sejam automaticamente acometidas deste mal. Mas a arquitetura cerebral está lá. Bem escondidinha.
Obviamente, nem tudo são flores. De acordo com a própria doutora, o estudo tem limitações, já que ele não faz distinção entre os efeitos potenciais da genética nem de condições pré e pós-natal sobre a herança de estruturas cerebrais. Mas quem disse que estudos assim param pela metade?
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Neuroscience.
Muito bom o artigo,informativo e engraçado,espero que a pesquisa continue para conseguir entender mais sobre o sistema córtico-límbico.
Ainda bem que a pesquisa não é financiada aqui no Brasil,e sim em outro país mesmo,a dra.Fook Yu vai conseguir continuar as pesquisas.
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Eu entendi como pesquisa da hereditariedade de condicionante. Pode ser que descubram algo sobre o sistema cortico-limbico, mas o objetivo é entender a herança da estrutura.
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