Da vida nada se leva, e você vai virar um banquete para bactérias, fungos ou algum pigmeu canibal (aqueles que comem pessoas pelo bom e mal sentido). Eu acho que ser doador de órgãos deveria ser obrigatório (já foi, mas "não pegou"), enquanto que, de minha parte, eu quero que meus restos sejam doados para uma faculdade de medicina, para que os alunos estudem, aprendam e evitem que se repita o que quer que haja comigo. Este será meu último ensinamento, minhas últimas informações a serem dadas.
Na Unioeste, a falta de corpos nas aulas de anatomia chegou a ser problema sério. Ter corpos depende unicamente de receber corpos. E esses corpos não aparecem vindo de um acontecimento em Raccoon City. Esses corpos precisam ser doados. Seria possível dar um jeito nisso? Sim, é.
A maioria dos corpos doados para as universidades brasileiras são indigentes, enviados pelo SVO, o Serviço de Verificação de Óbito. Os SVO são instituições que têm por finalidade a determinação da realidade da morte, bem como a sua causa – desde que natural e não sob suspeita de violência – nos casos de óbitos ocorridos sem assistência médica ou com assistência médica, mas em que este sobreveio por moléstia mal definida. O SVO é uma instituição responsável pela vigilância de enfermidades de notificação compulsória e coleta oficial de dados epidemiológicos, que permitem avaliações de riscos epidemiológicos de enfermidades. Maiores informações neste PDF das Faculdades de Medicina de Marília e Serviço de Verificação de Óbitos do Interior. (obrigado pelas informações, Gabriel).
O problema: e quando não tiver corpos doados? Bem, o dr. Paul McMenamin é pesquisador do Departamento de Anatomia e Biologia do Desenvolvimento da Faculdade de Medicina da Universidade Monash, na Austrália. Ele defende que nem sempre é necessário ter um defunto na sala de anatomia. Ter um corpo plastinizado sai meio carinho, também. E se os estudantes pudessem imprimir seus próprios corpos para estudar?
Um kit exclusivo contendo partes do corpo anatômicas produzidos por impressão 3D já está disponível para estudantes de medicina para usar em todo o mundo. Este kit, foi desenvolvido pelos colaboradores do dr. McMenamin, e é o primeiro recurso disponível comercialmente de sua espécie, estando já disponíveis kits contendo regiões representativas do corpo, como pernas, tórax, abdômen, cabeça e pescoço. Nenhum tecido humano foi usado.
Em qualquer lugar do mundo, poder-se-á (adoro mesóclises) comprar peças anatômicas pela Internet, que serão impressas e enviadas para uma faculdade ou mesmo colégios, custando bem mais baratinho que corpos plastinizados, ou esperar alguém fazer o favor de andar de moto sem proteção, a mais de 100 por hora, numa noite chuvosa.
Essas "impressões" impressionam pelos detalhes, já que até a vasculatura do cérebro, com base em uma série de tomografias computadorizadas poderão ser vistas. Peças anatômicas verdadeiras são escaneadas a laser, para depois serem impressas com a melhor resolução possível. Eu até quero algumas para decorar a minha sala! Abaixo, uma entrevista com o bom doutor:
O trabalho foi publicado no Anatomical Sciences Education.
E pensar que eu passei meses e meses aprendendo anatomia através de livros…
Mas o problema em não ter corpos verdadeiros, pelo menos na área médica, se baseia em não poder dissecar e “operar” em defuntos primeiro para depois operar em vivos, experiência essa que faz muita diferença na prática. Agora, nas demais áreas da saúde, esse 3D é riquíssimo, apesar de eu preferir livros, mesmo.
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oquê? aula de anatomia sem intoxicação com formol! quebra logo a patente e manda para as universidades
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Doação de órgãos obrigatória e automática deveria ser algo natural. Corpo morto não serve para nada. Aliás, serve para doação e estudo, apenas.
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