Escola de Ribeirão Preto não aprende com o passado e destrói livros

O problema do mundo é quando a ficção se torna realidade. Já temos um mundo onde castas se acham superiores e somos adestrados a sentimo-nos felizes em nossas condições. Há leis cuja nomenclatura muda de nome, criando um novo idioma, uma nova língua, em que as coisas deixam de parecer o que realmente são. Pré-cogs parecem, não estar longe e vemos que a cultura virou inimiga do Estado, e a saída é queimar livros.

Próximo passo: Morlocks!

Vivemos num mundo em que a Fundação para o Desenvolvimento da Educação de SP passou a destruir livros. Pensamos que isso é apenas um fato isolado, devido à alguma imbecilidade estúpida de algum burocrata, mas quando vemos uma escola queimando livros, é hora de alguém nessa merda de país exigir um basta!

Já ficou claro que em São Paulo, livros foram decretados como fora-da-lei. Se na época da Inquisição havia o Index Librorum Prohibitorum, em São Paulo nem isso pode ter, pois o próprio Index estaria no Index e o mundo desapareceria mediante um cataclismo espaço-temporal.

Na notícia que eu postei, a desculpa era que havia muitos livros dos chamados Cadernos dos Alunos. Só que em Ribeirão Preto achou-se que isso não era radical o suficiente. Quando vizinhos estavam achando estranha fumaça e cheiro de queimado vindo do terreno da Escola Estadual Professora Jenny de Toledo Piza Schoroeder, no bairro Presidente Dutra, foram ver o que era e a cena digna da mente criativa de Dante, ao descrever o Inferno, revoltou-os. tratava-se de funcionários queimando livros. Mas não é só isso! Os livros eram novinhos em folha. Pelo menos, foi o que o G1 mostrou:


— Burn, babe, BURN!

Queimar livros velhos, ainda que utilizáveis, já é um crime. Queimar livros novos é o quê? Para mim, destruição do tesouro público. O Brasil é um país tão repleto de ridículos nekulturnís que não espera que outros povos venham aqui conquistar tudo e destruir a cultura local. O próprio povo vagabundo faz isso de livre e espontânea vontade.

Uma inútil vice-diretora, que é tão corajosa que não quis revelar o próprio nome, afirmou que alunos haviam colocado fogo nos próprios livros. Mesmo porque, como vemos na imagem acima, vemos como os "alunos" estavam armados e roubaram todos aqueles livros para fazer fogueira. Nem criança acredita nisso, e olhem que eu estou acostumado com aqueles psicopatas. Agora, fiquei sabendo que alunos de escolas estaduais de São Paulo não são obrigados a usar uniforme; então aqueles ali de cima são alunos DESDE QUANDO? (Obrigado pela informação, Solange. ).

A Secretaria Estadual de Educação deu uma de Cap. Nascimento e disse pra diretora pedir pra sair. E por meio da assessoria de imprensa, a SEESP informou que "repudia qualquer tipo de desperdício de material". As informações são do G1, novamente.

Desperdício de material. Para eles, livros e papel higiênico é a mesma coisa. No mínimo, teria entrar como dilapidação de bens públicos, alienação cultural, crime de lesa pátria, alta-traição e qualquer outro crime em que esteja previsto chicotadas em praça pública. Já que tais coisas não estão previstas no Código Penal (infelizmente), a SEE determinou que os nazgûls da Diretoria Regional de Ensino de Ribeirão Preto instaurasse uma apuração preliminar, indo até lá sob o som da Cavalgada das Valquírias, dizendo que adoram o cheiro de psicopedarretardado sendo queimado pela manhã.

Fanáticos religiosos queimaram livros. Nazistas queimaram livros. Comunistas queimaram livros. Maoístas queimaram livros. Toda a escória da humanidade sempre foi o a responsável por destruir qualquer linha escrita. Estamos deixando que isso ocorra de novo.

E lendo isso, perante a revolta que me acomete, só me resta abrandar o espírito por saber que nem sempre governantes viam com desdém o Conhecimento:

Mas até mesmo a Grande Biblioteca de Alexandria foi destruída por povos incultos, selvagens, ignorantes e psicóticos, tendo sua diretora sido assassinada. Aqueles que não estudam historia, correm o risco de repeti-la. Heinrich Heine, poeta alemão, disse que "onde se queimam livros, acabarão de queimar pessoas". Ray Bradbury, membro da Santíssima Trindade Asimov-Clarke-Bradbury e autor de Fahrenheit 451, disse que sem bibliotecas não teríamos passado e nem futuro; mas parece que diretores de colégio não se importam com isso.

9 comentários em “Escola de Ribeirão Preto não aprende com o passado e destrói livros

  1. Ao ler notícias como esta, eu fico torcendo para que o mundo acabe mesmo no fim do ano. Assim, há uma chance mínima de os poucos sobreviventes reconstruirem este planeta de forma racional……

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  2. PQP, isso sim devia aparecer como matéria principal do JN!
    Aliás, pelo que me lembro, essas apostilas ( diferentes daqueles livros didáticos do MEC) não são atualizados, ou seja, só ficam estocados assim quando nem são distribuídos ( isso quando não falta!).
    Eu sei que não justifica, mas essa melda de apostila além de mal formulada só serve para aluno fazer “confete” para comemorar o fim do ano letivo.Não entendo como isso ainda existe.

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  3. Não faz muito tempo, chegaram a mandar esse tipo de material pro lixo e para a “reciclagem”. Como tanto uma atitude quanto a outra ‘federam’ agora resolveram “queimar” mesmo.

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