Dilemas filosóficos: se você morrer, seu crime prescreve?

Este é um artigo delicioso para imprimir, amarrar numa pedra e atirar pela janela do Departamento de Filosofia de uma universidade. Afinal, quando acaba a vida, acaba tudo inerente a ela, inclusive nossos crimes? Bem, é o que Benjamin Schreiber argumenta. Ele foi condenado à prisão perpétua depois de ter espancado um homem até a morte com o cabo de uma picareta em 1996. Problema que ele morreu na prisão. Acabou a pena, certo?

Problema que reviveram ele. E aí?

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Quando a comida torna-se mortal: a história de Locusta da Gália

O silencioso farfalhar do vestido não traduz o que acontecerá dali a instantes. O som do couro da sandália contra o piso de mosaico não ecoa, pois não era alto o suficiente. A desenvoltura com que anda pelos corredores, salas, aposentos, solaria e todo o restante do palácio não reflete o perigo iminente trazido por mãos pecaminosas que seguram a ameaça sob a forma de um cálice, um cálice ornamentado e belo. Um cálice que trazia nada mais do que um produto orgânico, natural, de origem vegetal… e totalmente letal. Passo após passo, volitando na calada da noite, no silêncio sepulcral da escuridão, sendo vigiada por olhos que nada fazem, bocas fechadas na discrição juramentada de não intervir, o fim encontrará a sua última linha escrita na vida de alguém. Em instantes, o conteúdo da taça será sorvido e nada mais aquele que saboreará o letal doce/amargo sabor da morte verá em sua vida que já estará finda.

E esta foi mais uma vítima de Locusta da Gália. Continuar lendo “Quando a comida torna-se mortal: a história de Locusta da Gália”

Momento True Crime: Um assassinato religioso

A vítima não tinha a real compreensão do iria lhe acontecer. Ela estava lá, admirando o céu como um imenso chumaço de algodão, sem sinais de tempestade; o ar puro a envolvia, os pássaros ergueram a cabeça e cantaram. Era uma boa vida, mas isso não iria durar. Seu algoz levantou cedo, saiu das cobertas de um sono reparador. Um deles sabia o que ia acontecer, mas não exatamente quem iria encontrar, enquanto o segundo estava na doce ignorância do seu dia fatídico. Continuar lendo “Momento True Crime: Um assassinato religioso”

Grandes Nomes da Ciência: o Homem Velho de Croghan

O Irlandês levantou cedo, como era de seu costume. Tomou um modesto café da manhã, embora estivesse acostumado a boas refeições, ergueu seu corpanzil, ajeitou a tira de couro trançado em seu braço – um símbolo de status que lhe era digno – e saiu de casa; para fazer o que, ninguém sabe, mas saiu. Saiu e era aguardado. Sorrateiramente aguardado.

O Irlandês foi atacado. De surpresa! Ele tenta se defender, se machuca até que uma facada em seu peito é fatal e ele cai, vencido. Seus algozes não terminaram aí. Cortam-lhe fora a cabeça, como se por ordem da Rainha de Copas, partem seu corpo ao meio e jogam o corpo do Irlandês vencido no pântano. O motivo do crime? Ninguém sabe. O Irlandês lá ficará por anos, décadas, séculos, milênios… até ser descoberto. Continuar lendo “Grandes Nomes da Ciência: o Homem Velho de Croghan”

Quando comeram, espancaram e enforcaram um político. Não nessa mesma ordem

Este foi um caso que aconteceu nos Países Baixos, apesar de todo mundo chamar de Holanda, mas quando falam Holanda, não é bem Holanda, ok? São os Países Baixos, ainda que o caso tenha acontecido na Holanda, a província. A República dos Países Baixos foi estabelecida depois que sete províncias holandesas (pois é, o gentílico é esse. Mais para frente eu volto a este assunto) se revoltaram contra o domínio espanhol, no evento do chamado Guerra dos 80 anos. Com isso, as províncias de Groningen, Frisia, Overijssel, Guelders, Utrecht, Zelândia e… Holanda formaram uma aliança em 1579 – no que foi chamado União de Utrecht – e mostraram o dedo médio para a Espanha, declarando sua independência em 1581 por meio do “Ato de Abjuração”. Continuar lendo “Quando comeram, espancaram e enforcaram um político. Não nessa mesma ordem”

Mentira tem perna curta, é cabeluda e mata pessoas

Eu vivo falando para as pessoas não compartilharem merda. Claro, sou ignorado. Pessoal acha que as historinhas tristes merecem ser compartilhadas, mesmo quando está na cara que são mentira. Mas o que custa? Vai que é verdade? Bem, pergunte a Daniel Picazo. Por causa de uma fanfic, ele foi assassinado.

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Igreja assassina mata criança mas jura que foi pro bem dela

Tem coisas que só as religiões fazem por você, como ferrar a sua vida. Sempre dizem que a Ciência não tem resposta pra tudo, mas as religiões, sim, têm. Isso e verdade, já que a Ciência lida com dúvidas para encontrar as respostas. As religiões têm certezas demais, nenhuma dúvida. Por exemplo, um grupo de religiosos não tiveram nenhuma dúvida em fazer um ritual de exorcismo numa menina que tinha 3 anos que estava doente.

Perceberam no termo “tinha”? Continuar lendo “Igreja assassina mata criança mas jura que foi pro bem dela”

Antecedendo as comemorações do Dia Internacional da Mulher, família mata moça pelo crime de querer ser mulher

Tik Tok é uma praga, eu sei e admito. Mas não é por causa disso que alguém iria matar uma dessas celebridades desta maldita plataforma. Uma dessas celebridades era Eman Sami Maghdid (notem o tempo verbal). Ela tinha até algumas boas ideias, mas parece que tinha o probleminha de ver a realidade, e essa realidade é morar no Curdistão. Eman teve a brilhante ideia de se converter ao cristianismo e adotar o nome “Maria”. O irmão dela não gostou nada desse negócio de liberdade individual e matou Eman a facadas dois dias antes do Dia Internacional da Mulher, se é que este tipo de data significa alguma coisa lá (aposto que não).

Dando graças a qualquer coisa bem longe da Religião da Paz™, esta é a sua SEXTA INSANA! Continuar lendo “Antecedendo as comemorações do Dia Internacional da Mulher, família mata moça pelo crime de querer ser mulher”

O crime perfeito na ponta de uma agulha

O corpo lívido, sem vida, estava submerso na água serena numa casa às escuras e só a luz trêmula do banheiro banhava de uma luz amarelada o que ocorrera. Seu corpo nu e belo, alvo mesmo quando era viva, não veria a luz do sol novamente, mas em contrapartida não indicava sinais de violência. Uma morte em paz, sem dor ou desespero… ou assim parecia. Sapatos engraxados adentraram o banheiro, sujando-o. Outra pessoa, com o pijama encharcado, mostrara a cena. O homem do sapato engraxado parou em frente à cena; sim, ela está morta, senhor. Outros sapatos chegaram, analisaram criticamente o que estavam vendo. Não havia sinais de crime, mas algo não parecia certo perante aquela visão que poderia ser vista como uma foto artística, mas era um acontecimento bizarro por causa dos detalhes que pareciam não se encaixar.

Eram 23 horas e 30 minutos do que parecia ser uma noite calma do dia 3 de maio do ano de nosso Senhor de 1957. Elizabeth Barlow então desprovida da luz de seus olhos, jazia morta em Bradford, Yorkshire, no Reino Unido. E ninguém sabia como… ou por quê. Se era um crime, era um crime perfeito. Continuar lendo “O crime perfeito na ponta de uma agulha”

Artigos da Semana 22

Domingão de Sol. Por causa da quarentena que todo mundo está violando e eu não sou idiota de ir nessa onda, não pude alugar um caminhão para ir comer feijão. Bem, é isso. Estou pouco inspirado hoje. É só abertura para postar os artigos que publiquei durante a semana.

Não, não me olhe assim. Você também está com preguiça que eu sei!