Pesquisadores da Universidade de Granada (UGR), na Espanha, desenvolveram um simulador que, segundo eles, permite reproduzir qualquer parte do sistema nervoso do corpo humano, como a retina, o cerebelo, os centros de audição ou os centros nervosos.
O simulador, chamado EDLUT (Event driven look up table based simulator), permitirá que os cientistas analisem e compreendam as funções dos centros nervosos do corpo humano, pesquisem novas patologias e até mesmo testem novos medicamentos. O programa também deverá ser útil para o desenvolvimento de melhores robôs e máquinas inteligentes inspiradas no funcionamento das diversas partes do sistema nervoso humano.
O simulador do sistema nervoso permite a simulação de milhares de neurônios simultaneamente. Os melhores programas disponíveis até agora não passam de algumas dezenas.
A incorporação de um grande número de neurônios foi possível porque o novo programa usa uma arquitetura parecida com o funcionamento dos programas de computador. Na primeira passagem, ele “compila” o comportamento de um neurônio, ou de vários tipos de neurônios. A seguir, ele simula os sistemas neuronais de média e grande escala a partir desses modelos pré-compilados.
Outra grande vantagem do novo simulador neuronal é que ele foi disponibilizado como software livre, podendo ser baixado gratuitamente AQUI
Este simulador desenvolvido na UGR foi financiado por diversos projetos de investigação como SpikeFORCE e SENSOPAC (SENSOrimotor structuring of Perception and Action for emergent Cognition), iniciativas da Comissão Europeia através da qual os grupos de investigação de diferentes áreas, como neurociência, biocomputação e engenharia elétrica, que vêm trabalhando desde 2002 para robôs que têm capacidades semelhantes ao movimento de animais, e pode receber um grande número de sensores e de sinais motores para extrair noções cognitivas.
Eduardo Ros Vidal, professor associado da UGR, salientou que o projeto SENSOPAC, que também envolveu DLR (Agência Aeroespacial Alemã), além de várias universidades, tais como Edimburgo, Erasmus Pavia, Lund, Cambridge, “destina-se a ser o empurrão final que a tecnologia necessária para generalizar utilização de robôs em nossas vidas diárias “. Parte dos resultados deste projecto de investigação têm sido publicados em prestigiadas revistas Neural Computation e Biosystems.
