Panderichthys e a origem dos dedos

Panderichthys é largamente reconhecido como a forma transicional da evolução dos tetrápodes (sabe como é, né… aqueles fósseis transicionais que os criaBURRIcionistas alegam que não existe). Um belo espécime lindamente preservada para horror de toscos que ainda têm a esperança que o mundo apareceu do nada foi encontrado em 2005.

O Panderichthys é (ou melhor, era) um bichinho muito interessante. Ele é mais parecido com um peixe do que com uma salamandra e para um criaBURRIcionista, é apenas um peixe, como uma sardinha em lata ou o imenso peixão que engoliu Jonas (ou era uma baleia? Não, não, era um monstro marinho! Não era… ah, esquece!), no entanto suas barbatanas eram ósseas.

Antigamente, a hipótese de que o Panderichthys tenha sido um dos elos da linha evolutiva dos dedos foi cogitada por um tempo, mas descartada porque não foram encontradas as divisões nas aletas radiais nos fósseis analisados. Assim, não tinha como se provar e faltava-se embasamento científico para determinar que era uma teoria científica válida.

Para horror daqueles que não entendem nada de ciências, o pesadelo tornou-se realidade: Após um novo exame dos fósseis, ficou constatado que as barbatanas radiais têm divisões com uma forma parecida com a dos dedos.

Na passagem de um meio aquático para uma vida completamente terrestre, ao apoiar os seus membros, as cintura escapular (peitoral) e pélvica sofreram mudanças. Os que não mudaram, não puderam seguir adiante na caminhada evolutiva. Dizer que eles se adaptariam, mediante o ambiente seria lamarckismo, e completamente errado. Somente os espécimes que possuíam estas características puderam passar gradualmente de animais aquáticos para animais terrestres.

Uma das maiores características dos vertebrados tetrápodes (vertebrados com membros) é a presença de dedos, mas não é só isso. Nos peixes, as cinturas escapulares estão atreladas ao crânio, enquanto que as cinturas pélvicas são pequenas e “flutuantes” na musculatura. Para suportar o peso do animal, as cinturas perderam sua conexão com o crânio, e ambos se tornaram mais espessas, mais fortes e mais estreitamente vinculada ao esqueleto axial. As barbatanas sofreram mudanças com o tempo, de modo que pudesse depositar maior carga sobre os dedos. Nos Panderichthys, vemos uma mistura dessas mudanças no processo.

A pesquisa de Catherine Boisvert e colaboradores resultou em belíssimas imagens em 3D através de escaneamento, com direito a filminho e tudo mais. Seu estudo sobre o Panderichthys está na Nature, onde vocês poderão ter acesso aos filminhos e outras imagens AQUI.

Mas, é claro que o Panderichthys é apenas um peixe e não tem relação alguma com outros mamíferos, da mesma forma que seria impossível cabras mudarem de cor só porque foram postas em frente a varas colocadas na frente delas. Como brinde, apresentamos uma árvore filogenética. Dê um “Oá” para os seus parentes distantes.

Um comentário em “Panderichthys e a origem dos dedos

  1. O tempo de vida humano é muito curto para observarmos a evolução das espécies… por isso a descoberta de fósseis transicionais é tão importante para o desenvolvimento dos estudos evolucionistas.

    Mesmo que tão poucos tenham sido encontrados, ainda sim são em quantidade superior às evidências criacionistas, que se resumem a um livrinho que diz, entre outras coisas, que unicórnios existem. :mrgreen:

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