Governo do RJ dá ordem de despejo no Instituto de Arqueologia Brasileira

Ciência no Brasil sempre foi motivo de piada. A única piada que ninguém ri. Enquanto o governador passeia pra lá e pra cá, mediante benesses de empresários, a sede do Instituto de Arqueologia Brasileira tomou como reconhecimento uma ordem de despejo de forma que seu Centro de Estudes rale peito da Casa da Fazenda Capão do Bispo, depois de 37 anos.

Tá com essa cara por quê? Depois de tantas mazelas que o magnífico Brasil-IL-IL vem demonstrando no tocante à Educação e Cultura, o que esperavas, ó filisteu? Nah, para de drama e continue lendo.

O imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1947 e hoje o mesmo imóvel está sob risco de tombamento literalmente falando, já que manutenção que é bom e todo mundo gosta não passa pela cabeça da ralé que deveria se preocupar com isso, ao invés de ficar inventando besteira, como obrigar as Bibliotecas a terem livros de contos de fadas mal-escritos. Assim, o belíssimo prédio situado na Av. Dom Hélder Câmara, em Del Castilho, bairro da Zona Norte do município do Rio, volta para o controle da Secretaria Estadual de (des)Cultura.

Segundo a Secretária de Subcultura, digo, Sub-secretária de Cultura, Bia Caiado, nunca houve acordo por escrito sobre as renovações de contrato de locação. Assim, como ela dá tanta importância ao local, ela resolveu meter o pé na bunda de todos os cientistas que lá trabalham.

O instituto possui outras sedes em Belford Roxo. Eles não vão simplesmente ficar na rua.
— Bia Caiado no seu momento Maria Antonieta, mas sem os brioches.

Queremos transformar o Capão do Bispo num centro cultural totalmente voltado para a população, sem nenhuma área restrita, como fizemos recentemente num espaço que inauguramos em Manguinhos.
— Bia Caiado jogando um "migué" pra ver se cola.

Você quis dizer: "Estamos te chutando daqui para podermos fazer bailes Funk pro pessoal em ano de eleição, de forma que os doidão possam fumar seu baseado em paz."
— Google sobre o comentário de Bia Caiado.

Eu convivi com alguns arqueólogos quando era estagiário no Museu Nacional. Ainda tenho boas lembranças de uma certa menina de cabelinhos desgrenhados, óculos com o tradicional esparadrapo e usava camiseta que parecia estar sempre fazendo escavação em algum quintal esquecido por Deus. Apesar de achá-los meio estranhos (um quase saiu na porrada comigo por eu ter sugerido usar HCl em um mineral para ter certeza que era calcário), eram companheiros de trabalho, na tola ilusão que o Brasil levava Ciência a sério. O que seria desse mundo sem os idealistas? (melhor, pois os realistas teriam espaço para trabalhar.)

Arqueologia é um ramo da Ciência respeitado em muitos países, mas não na pocilga em que vivemos, onde um pesquisador ganha uma miséria quando parcerias idiotas, como a da Fundação do Cacique do Diabo a Quatro, são feitas, dilapidando o dinheiro da merda do MEU imposto! Quero arqueólogos trabalhando e não Adelaide, a Anã Paraguaia feita na China! No mínimo, isso seria crime de lesa-pátria, mas quem perguntou a minha opinião?

Nesse ínterim, os pobres dos arqueólogos que trabalham no Instituto de Arqueologia Brasileira (visitem o site e sua versão mobile, deixem os malditos droids pra lá) resolveram agir como cientistas e xingaram muito no Twitter criaram uma petição online. Olha, senhores, acho que isso não vai dar em nada, não.

As pessoas possuem uma visão meio que equivocada da profissão. Arqueologia não é uma vida de glamour e aventura como nos filmes do Indiana Jones (também não tem uma bola de 50 mil toneladas rolando atrás de vocês nem um bando de "chinas" querendo de matar só por causa de um diamante). É um trabalho sério, demorado e que nos traz histórias perdidas de nossos antepassados, ajudando a construir nossa própria história. Mas a secretária de subcultura, digo, a sub-secretária de cultura não se importa com isso. Políticos não se importam. Assim, resta-nos listar:

Dr. Israel Finkelstein
Departamento de Arqueologia, Universidade de Tel-Aviv

Dr. Zahi Hawass
Secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.

Arqueólogo brasileiro.

PS. Maiores informações sobre o Instituto de Arqueologia Brasileira na página da Wikipédia.


Fonte: O Globo, mas não acredite. É tudo invenção sa Imprensa Golpista, de forma a macular a imagem dos políticos que apoiam o governo federal. Nada disso é verdade, você está sendo manipulado pelos Illuminati.

28 comentários em “Governo do RJ dá ordem de despejo no Instituto de Arqueologia Brasileira

  1. Vários artistas japoneses morreram agora no mês de Julho… Mas nenhuma morte me deixou tão triste quanto essa notícia. Eu pensava que ainda poderia formar uma carreira neste país… É, vou voltar a sondar universidades estrangeiras.

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  2. Nosso digníssimo governador Cabralzão que além de bombeiros e professores, também não deve gostar de cientistas. Se depender dele só vai ter PM e UPP neste estado olímpico e maravilhoso. Ótimo artigo.
    Sobre a petição online, creio que devem ter formas melhores de conseguir patrocínio ou, melhor dizendo emprego.

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  3. Enquanto isso, aqui no Ceará, o espetáculo “Disney Live – As Mágicas do Mickey” é bancado por leis federais e estaduais de “incentivo á cultura”.

    Falar o que?

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    1. @SandroCeara, o que importa é sustentar a fanfarra com os tais “incentivos fiscais”.

      Aposto um grão de bico que se não tivesse essa jogada da renúncia fiscal, não teriamos nem isso.

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  4. Eu até poderia voltar a estudar no Brasil, mas logo sairia. Fico triste em saber que o governo tupiniquim não sabe o que é ciência e cultura de verdade.

    Lembro-me que, depois do terremoto e tsunami de 11 de março, muitos cientistas vieram para o Japão examinar o solo das regiões mais atingidas. Alguns até examinaram a região do epicentro com submarinos não-tripulados. Eles eram americanos, ingleses e australianos em sua maioria. Brasileiros? Talvez tenha, mas, ao contrário destes, provavelmente não veio com ajuda do governo.

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    1. @Nihil Lemos,
      Talvez tenha, mas, ao contrário destes, provavelmente não vieram com ajuda do governo.

      Desculpe, gente. Voltei a trabalhar com muitos brasileiros (no meu emprego anterior eu era o único estrangeiro) e me parece que o analfabetismo dos mesmos é contagioso…

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  5. Para que precisamos de arqueólogos???

    A Bíblia já diz tudo que o homem precisa saber!! :twisted:

    O problema é a hipocrisia. As pessoas não dão valor para a ciência e nossos políticos, nada bobos, tomam essas medidas “populares” para ganharem uns votinhos da galera.
    Acho mesmo que cada povo tem o político que merece…
    Gosto do Brasil, mas está complicado assim.

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    1. @skin,
      Vergonhoso como é o status de cientista no Brasil, bispos e padres tem muito mais respeito do alguém que passa anos e mais anos em uma faculdade para se tornar um químico , físico , biólogo e etc. A solução é pensar em ir para o exterior e ver o que é educação de verdade.

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    1. @Hugo L, Tem ex-BBB no congresso e tem um escrevendo livro. Não vai demorar teremos um na ABL. Se bem que lá já está uma zona mesmo.

      Agora some tudo isso com essa e outras lamentáveis. O Brasil terá futuro assim?

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  6. Estou indignado com isso, mas nem um pouco surpreso. Em um país onde o povo reelege o Lula, reelege o Fernando Henrique (digo, Nosferatus :mrgreen: ), elegem o Tiririca e ainda querem eleger o Bolsonaro, esse tipo de coisa acontece.

    Mas ciência pra que? A gente já tem o Orkut e o Youtube pra falar merda…

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  7. E o antigo Cine Belas Artes na capital paulista, será que já virou igreja evanHELLica? Não fiquei sabendo o que aconteceu com o prédio, até porque esse tipo de assunto, ninguém sabe, ninguém viu.

    Agora a sério, o Paes cachorrinho de madame e o Cabral faustão do passado não tem tipo de quem vai deixar rolar baile funk na pocilga. Mais provável jogarem tal traça para algum manolo demolir e colocar uns prediões no lugar ou então deixar um espaço pseudocultural para pseudointelectuais desfrutarem seu prazer regado a fumadas de maconha e cheiradas de pó.

    E assim que anda o Brasil, rumo ao buraco.

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    1. @marciel, O Belas Artes foi de fato desapropriado, e permanece fechado pois o dono não quer mexer na fachada devido ao processo de tombamento, o que é mentira, ele poderia continuar sendo usado mesmo durante o processo. O que aconteceu é que ele reajustou o valor do aluguel a um valor proibitivo e não aceitou nenhum tipo de negociação da parte da administração do cinema ou dos próprios frequentadores, preferindo perder a fonte de renda a reduzir o preço.

      A fachada já foi devidamente pichada, a calçada ocupada por moradores de rua e os livreiros das passagens subterrâneas sofrem devido a falta de movimento.

      Mais aqui: http://migre.me/5sRoW

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      1. @Cyber Ramses, bom saber.

        No entanto, acho que essa história de “não utilizar o prédio” é migué.

        Sempre considerei duas possibilidades para o prédio caso não fosse mais utilizado para o cinema: Igreja Evangélica ou Demolição.

        Eu não estranharia se um Valdemiro da vida tivesse proposto um aluguel gordo ao dono do imóvel (se aproveitando da reputação do Belas Artes para arrebanhar mais ovelhinhas) e depois, com a repercussão, tivesse ralado peito e deixado o dono do imóvel com o mico na mão.

        Não acredito muito que o processo de tombamento do Belas Artes tenha êxito, sendo por isso mais provável que o prédio venha a ser demolido, nem que seja para dar lugar a algum estacionamento.

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  8. E meus amigos todos os anos os alunos graduados em Química, Geografia, História, Física e outros cursos disputam para ver quem passa mais necessidade.

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  9. Minha mulher é arqueóloga do Museu Nacional e foi sócia mantenedora do IAB, onde estagiou no laboratório de cerâmica. Não é de hoje que o IAB, como entidade particular que depende de contribuições, enfrenta dificuldades. Mas o caso em pauta é só um exemplo do descaso com que os cientistas são tratados pelo poder público.

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