Analisando séries e filmes de super-heróis XXXII

The Age of Fans is Now!

O filme do Wolverine & Deadpool está, como diria uma gíria antiga (porque eu sou antigo), arrebentando a boca do balão. Os anúncios da DC Studios e da Marvel Studios estão voltando a empolgar depois de um festival de flops sequenciais de uma maneira geral. Ok, DC está confortável, mas a Marvel tem tomado na cabeça direto. O que está gerando esta empolgação?

A resposta é simples: Finalmente quem é o verdadeiro fã dos filmes.

Marvel só tem tomado na cabeça ultimamente, e isso por causa do seu próprio sucesso e uma incompetência ímpar. Depois de Vingadores Ultimato, Marvel se viu num problema: não pensou no que fazer depois, daí correu pra todo canto. Apelou pra série do Loki, um dos seus personagens mais populares, um vilão que caiu na graça de todos. Ela tentou com isso consertar a Sagrada Linha Temporal, mas o que fez foi cagá-la ainda mais.

Dr. Estranho no Multiverso do Raimi faturou US$955,8 milhões em 2022, mas ele causou outro problema na Linha Temporal, mas foi um sucesso, embora tenha parado por aí, mas deixou no ar que ele precisava resolver a cagada que deu com o reino de Dormmamu, mas aí tem um detalhe, porque ali é outra dimensão, não um reino ou linha do tempo. Loki nos apresentou a TVA e com isso entramos em contato com Kang, o Conquistador, abrindo as portas para Vingadores: Dinastia Kang. O problema é que o ator tinha uns probleminhas comportamentais de ordem a sentar a porrada na esposa, e isso pegou mal, muito mal. O filme do Formigômem Quantumania tomou na fuça e faturou apenas US$ 476,1 milhões, bagunçando mais ainda a Linha Temporal e Dimensões.

No primeiro Formigômem, é dito que ele reduziria o tamanho até chegar no reino quântico. No Formigômem 2, ele expande isso e traz de volta de lá Janet Van Dyne, a Vespa original, mas com “poderes”. Ela estava com medo do que encontrou lá. Ah, ela volta com poderes. Mas como? No Quantumania, vamos para mais um exemplo de criança prodígio, gênio da ciência: a filha do Scott Lang.

Para dar mais problemas, veio o filme da Capitã Marvel que não era da Capitã Marvel, mas 3 juntas. Cap Marvel, a Fóton e a Miss Marvel. Apostaram num filme girl power, mas foi tão ou mais mal executado que o filme da Mulher Hulk. Disvel perdeu a chance de emplacar Capitã Marvel 2 na sequência do sucesso do primeiro. Esperou muito, o personagem esfriou, todo mundo se lembrou que Brie Larson era uma insuportável cuzona. Alegaram que o flop foi por causa da misoginia, só que leiam acima: Formigômem flopou.

A verdade é que Marvel tá perdidaça. Deixou de lançar sequências importantes e agora amarga prejuízo, com o Feige tendo que dar muitas explicações ao Bob Iger.

O grande, enorme, colossal motivo para isso é simples: Marvel esqueceu uma coisa importante, uma coisa que James Gunn na DC está trazendo de volta: o fã, o verdadeiro fã. Não o moleque de cabelo azul que fica contando quantos segundos as mulheres têm de tela ou quantas falas empoderadas há no filme. O fã, aquele que como eu contava moedinhas para comprar gibis. O fã que preocupado em Crise nas Infinitas Terras, o fã que chorou quando o Super-Homem morreu, o fã que vibrou de alegria quando Metrópolis estava em perigo e o Super saiu do casulo kryptoniano dizendo “Metrópolis? Só sobre o meu cadáver”. O fã que viu a Queda do Morcego e o Batman ficar aleijado, o fã que viu o Lanterna Verde ser possuído por Parallax, o fã que viu Hal Jordan fazer o último sacrifício e conter o Devorador de Sóis.

James Gunn está trazendo de novo o Super-Homem, o filho de Jonathan e Martha Kent, o Homem do Amanhã, o maior de todos os heróis, com direito a usar cueca por cima da calça, aquele Super-Homem que aprendemos a amar. Gunn, assim como todos os diretores, está enterrando fundo o que o Isnáider fez e, não apenas isso, enforcou, apunhalou, empalou, cremou, enterrou e jogou sal sobre o campo onde tudo o que o famigerado Isnáider fez. Para 2026, ficou The Batman 2, e é grande a chance de ele ser no mesmo universo do Super, num imenso reboot generalizado.

Marvel, em seu desespero, e sem opções, enterrou fundo Dinastia Kang, já que teve o prenúncio que ia dar ruim, porque poderia muito bem ter substituído o ator, já que o Kang iria aparecer de diferentes formas e a maquiagem daria conta. Preferiu apelar para o dr. Destino com a próxima saga: Vingadores: Doomsday. E quem escolheram para ser o dr. Destino? Robert Downey Jr., naquele desespero desenfreado e… vai funcionar, dado o carisma do autor. A Internet, claro, não perdoou.

Marvel ainda não entendeu que precisa voltar com os fãs antigos, porque as crianças de hoje não viram os filmes dos Vingadores, so os pais, mas isso porque os pais deles os levaram para ver, mas estes pais não são consumidores de quadrinhos. A saída pra Marvel? Tirar o Feige e colocar o Ryan Reynolds no lugar para trazer os fãs de volta, os fãs que como eu se emocionaram com a morte do Capitão Marvel, o que viu o Capitão América erguer o Mjolnir e que soube da história de como o exército americano testou vários soros de super-soldado em negros. Os que viram Tony Stark cair nas profundezas em o Demônio da Garrafa, que acompanhou os X-men, mesmo com aquela cronologia louca.

Então, Disvel, pare de ouvir quem não compra ingresso e muito menos quadrinhos e passe a dar atenção aos seus verdadeiros fãs. Quem lucra é você.

2 comentários em “Analisando séries e filmes de super-heróis XXXII

  1. Eu, como fã e (ex)leitor ávido de quadrinhos, estou amando o que está (re)surgindo (você não Star Wars); Deadpool e Wolverine é uma carta de amor ao que a Fox fez pelo cinema baseado em quadrinhos, fez muita cagada é verdade, mas ela foi a grande responsável, com o primeiro Blade lá em 98 e depois, aí sim com sucesso, com X-Men em 2000 (que por sua vez foi responsável indireto pelo Miranha do Sam Raimi em 2002) pela onda que ainda existe hoje não tem data pra acabar, dá uma baixada de vez em quando, vide Disvel, mas a onda ainda tá aí… E que cada vez fique mais forte! E sim, eu fui na estreia (nessa época ainda não havia pré-estreia) tanto de X-Men quanto do Miranha e em ambas eu fiquei num fila que dobrava quarteirão (e sim, nessa época ainda não havia poltronas numeradas e haviam basicamente só cinemas de rua) debaixo de um sol fervente de meio dia. Se isso não é ser fã, não sei mais o que é ser.

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