A arma dura grega que fazia estrago nos inimigos

Todo mundo gosta das histórias medievais com seus cavaleiros e suas armaduras reluzentes. A saber, eram bem poucos que podiam arcar com o custo de uma armadura completa, mas isso não significa que na Idade do Bronze fosse assim. Pelo contrário, os soldados tinham armaduras padronizadas. Uma dessas remanescentes ficou conhecida como A Panóplia de Dendra (ou Armadura de Dendra), descoberta em maio de 1960 em um túmulo na vila grega de Dendra por arqueólogos suecos, sendo a armadura com peitoral inteiro totalmente feito de bronze batido, datada do final do século XV A.E.C.

Até então a pergunta: soldados realmente usaram esta armadura ou era apenas para fins cerimoniais (porque tudo oque se encontra é quase sempre “para fins cerimoniais”.

A vila de Dendra se mostrou um magnífico sítio arqueológico, pertencente ao município de Midea na Argólida, Grécia. Por lá, floresceu a civilização micênica, conhecida por sua arquitetura monumental, durante a Idade do Bronze, de cerca de 1600 a 1100 A.E.C.. Entre os vários itens encontrados lá, a Armadura é, com certeza, o item mais importante e precioso. Então, é natural que se debrucem para saber mais sobre ela. Mas o que foi aprendido?

Uma nova pesquisa – conduzida por uma equipe internacional de pesquisadores – examinou a useabilidade da armadura, sugerindo sugere que, sim, ela era adequada para a guerra ativa. O estudo revelou que uma armadura micênica de 3.500 anos pode ter sido usada em batalha, e não apenas para fins cerimoniais, como se pensava anteriormente.

Essa descoberta foi feita através de uma série de simulações de batalha realizadas por voluntários militares gregos que usaram uma réplica da armadura Dendra. Durante as simulações, os voluntários usaram a réplica da armadura por 11 horas, seguindo protocolos de combate da Idade do Bronze baseados em detalhes da Ilíada de Homero.

Sim, chamaram um monte de gente para brincar de guerra antiga usando réplicas de armaduras. Isso é tão maneiro que até eu me voluntariaria… Com armas de verdade, claro!

Os resultados mostraram que a armadura permitia total flexibilidade de movimento e não exercia estresse fisiológico excessivo no corpo. Isso indica que, apesar de sua aparência pesada, a armadura poderia ser usada por indivíduos aptos durante períodos prolongados em batalha.

De acordo com as conclusões da pesquisa publicada na Plos One, a Armadura Dendra mudou a compreensão do mundo antigo em dois aspectos importantes. Primeiro, há muito se sabia que os primeiros guerreiros gregos, os micênicos, estavam bem abastecidos de armas, mas nenhuma armadura havia sido encontrada até aquele momento. Em segundo lugar, refutou a afirmação popular de que as referências à armadura de bronze na Ilíada de Homero foram interpolações posteriores para que seus heróis épicos se assemelhassem aos típicos “soldados hoplita” vestidos de armadura da Grécia Arcaica e Clássica.

Por fim, apesar de não estar escrito no trabalho, aquela visão do cara só com um coletinho ou um bando de idiotas de capa DI-VI-NA fica mais no campo dos filmes do que a realidade, e que só muito mais tarde passaram a dar mais valor aos soldados ao invés de achar fáceis substitutos. Um soldado profissional precisa estar protegido para lutar por mais um dia. O Homem Antigo sabia disso. Deveriam pensar mais nisso hoje, também.

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