O Papa, no uso de suas atribuições (e quando não está sendo explicado que ele não representa os católicos e lhe mandam ler a Bíblia), adora palpitar sobre tudo. Acho enfadonho, mas vá lá. Hoje estamos num Slow News Day. A questão agora é que ele disse que a Inteligência Artificial deveria servir à Humanidade.

Eu não vou entrar na discussão do significado desse “servir”. O Ronaldo fez isso e eu fiquei com preguiça. Motivo? É irrelevante em toda a sua essência.

Entendam, não tenho nada contra o Papa. Acho que ele é um cara legal. O problema é que estes pronunciamentos são vazios. Existem 2 bilhões de cristãos no mundo; desses 1,3 bilhões são católicos (incluindo os “católicos não-praticantes” no Brasil). Desses tem pessoas muito ricas, mais ou menos e completamente fodidas, vivendo na Fossa Das Marianas abaixo da linha da miséria. Ninguém desses se importa com Inteligência Artificial. Ninguém se importa com robôs.

Este côro tipo Elon Musk e Bill Gates BUÁÁÁÁ, A IA VAI SER UM PROBLEMAAAAAAAAAAA são apenas vozes vazias. Não precisa nem ser a Turma do Busão. O dia-a-dia ninguém, em todos os espectros, se importa. Só uns e outros deslumbrados e autores de blogs de tecnologia.

O Papa disse isso. AHAM, E DAÍ, MEU PHYLHO?

Quem comprou um Alexa não está preocupado com os males da IA. Quem está passando fome, tem, acho eu, outras preocupações. Não faz diferença, é irrelevante e sequer deveria ser manchete de jornal; mas por gerar buzz por ser o Papa (se o Papa falar que limpa a bunda com papel higiênico Primavera, gera buzz também), os jornais publicam, mas como valor de notícia e informação é nulo.

Mas enquanto se diz frases inúteis e sem utilidade prática na vida de bilhões de pessoas, se dá aquela ignoradinha gostosa nos problemas reais das pessoas. E é por isso que a praga do evangelho da Prosperidade ganha mais adepto e as Universais da vida ganham mais seguidores.

O que é mais importante na sua vida? Um robô da Boston Dynamics subir escada ou aquela pilha de boletos que você tem pra pagar?