STF diz que tá liberado Ensino Religioso nos colégios

O Brasil é um Estado que segue os princípios que todos são iguais perante a Lei, desde que você faça parte de certa parcela da sociedade. Como exemplo podemos citar a democrática participação de direitos e deveres da população, mas que segmentos religiosos não precisam cumprir, como ser obrigado a pagar impostos, serviço militar entre outras facilidades. Já a sua decisão de não ter religião na sua vida é respeitada… pero no mucho.

O STF, enquanto não está julgando roubo de galinha (é sério!) está decidindo sobre como os colégios devem atuar nas conformidades das leis, tendo em vista a Constituição. Bem, a Constituição permite ensino religioso nos colégios e o STF votou por permitir que colégios públicos ofereçam ensino religioso em sua grade curricular, ainda que facultativo. Será mesmo?

Dica: Porra nenhuma!

Sabemos muito bem da necessidade de doutrinar e controlar vontades por parte da religião (qualquer uma delas). Acham, sinceramente, que todas as religiões serão ensinadas no Ensino Religioso? A decisão permite que professores possam expressar a sua fé confessional. Teremos professores budistas ensinando? De religião afro? Judeus? Ba’hai? E o aluno que não quiser assistir ou o pai que não queira que seu filho assista a essas aulas, como fica? Dica: a criança será excluída e execrada publicamente. Essa criança ficará fazendo o que durante a aula? Sozinha não vai ficar, lógico, portanto, não é difícil de entender que a colocarão de castigo ou coisa parecida.

A verdade é que a criança será pressionada pelos professores, pela direção e pelos coleguinhas. Sim, é tudo o que uma criança precisa. Ademais, se os pais querem (e têm este direito) que o filho siga sua religião, que mande para a escolinha dominical de sua religião favorita, ora bolas. Eu fiz escolinha dominical e, por causa disso, virei um perfeito seguidor de Nossos Senhor, Cristo Jesus, Amém, Graças a Deus, na Paz do Senhor. Curiosamente, no colégio católico no qual estudei tinha um coleguinha meu que praticamente foi obrigado a estar presente na primeira comunhão. O fato de ele ser judeu pareceu irrelevante. O que um judeu estava fazendo num colégio católico eu não sei ao certo, mas imagino que tinha a ver com valor da mensalidade, posto que colégios judaicos no Rio não são lá muito baratos (os católicos também não são, mas têm preços menores que os judaicos, ao menos, na minha época).

INTERLÚDIO: Uma pena que eu não sabia o que sei hoje ou ficaria encarnando no Samuel que ele tinha virado cristão novo. FIM DO INTERLÚDIO

Como eu costumo dizer, nada – NADA! – concernente à religião é facultativo ou ligado a direitos particulares e individuais. A Doutrina faz com que você converta obrigatoriamente aquele que não segue a sua religião, e cristãos sentem uma necessidade patológica de converter todo mundo, senão ele não se sente cristão suficiente e acha que ele mesmo não está sendo merecedor de ir pro Céu daquele deus que não é lá muito compreensivo. E se esse deus não é compreensivo cm os seguidores dele, imagine o que ele não deve achar de apóstatas e infiéis? Bem, pro infiel pouco se lhe dá, mas aí vem o fator que o cristão pensa que este infiel vai pro inferno e ELE MESMO também vai, porque não fez seu trabalho de evangelização. Bem, a merda está feita!

A decisão em si nem afeta muito o que já acontece, é apenas mais uma institucionalização do errado. Infelizmente, Brasil não tem uma ACLU pela luta de direitos civis de forma forte e influente; mesmo porque, brasileiro é o tipo da criatura que “e fizer bem mal não faz” e isso é até para suspender tratamento de câncer para tomar chá de chuchu.

Catequese é muito legal e funcionou muito bem com os índios e, de qualquer forma, cristãos estão obrigando os outros a se converterem (nem que seja à força) desde o século 1, e de tanto encher o saco nas cidades, acabavam sendo expulsos e punidos. Daí o “ain, mandavam os cristãozinhos pros leões”. Bem, ninguém mando ficar enchendo o saco e convertendo os outros à força. De qualquer forma, o Brasil está pouco se liando pra isso, e ano que vem tem eleições. Políticos adoram favorecer religiões, pois pastores, padres e outras líderes religiosos se elegem unicamente por serem líderes religiosos e mais nada. E como o povo vota e elege esse pessoal, nada como fazer uma média com eles, certo?

De minha parte, já sei onde matricular meus filhos. De preferência que seja num colégio que tenha aulas de ensino religioso com as quais eu me identifique


Fonte: G1

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