Cotas é o tipo de coisa que eu sempre achei idiota. Não porque eu ache que pobre não pode ter acesso ao Ensino Superior. Sou um democrata, e acho que todos têm que ter chance; por isso, eu prefiro o vestibular, que é igualitário: uma prova para todo mundo. Sendo assim, era preciso um ensino que prestasse. Mas, ok, implantaram as cotas. Terão tempo de melhorar o ensino, certo? Errado! Tiveram, mas não melhoraram. Toma mais cota aí! (Entenderam por que eu sou contra?)
O problema é que as cotas por etnia dependem… bem, da etnia. E a etnia é autodeclarada. Começou o problema. Como garantir que a pessoa não vai declarar uma etnia que não pertence? Bem, a UNESP parece ter resolvido o problema. E de forma imbecil!
A UNESP vai contar com a denúncia de outras pessoas que apontem para determinada pessoa que se autodeclarou negro ou pardo, e como na melhor das democracias, esta pessoa passará por uma rigorosa entrevista.
– Bem, mr. Anderson, o senhor se declara negro.
– Pardo.
– Com o que o senhor não é negro de verdade?
– Não. Eu entrei para as cotas por ser pardo.
– Entendi. Então seu pai…
– É um negão como Luke Cage. Ele chamou minha mãe prum café…
– E sua mãe?
– Olha, ela é a Jessica Jones.
– Branca, elitista, cis-hetero, neo-liberal e opressora.
– NÃO! Ela é do Piauí. Jéssica Jones Hemernegilda da Silva Camargo
– Cante uma música da Alcione.
– Péra. Eu não sei samba. Não nasci no Rio.
– Ok. Canta um rap aí
– Rap? Eu não sei Rap!
– É pardo e não sabe samba nem rap… hummm
– PÉRAÍ! Beth Carvalho e Eminem são brancos!
– NÃO MUDE DE ASSUNTO! Só falta você dizer que não é escocês!
– Mas como mingau!
Senão, vejamos. Não dá para a Polícia do Pensamento verificar cada um dos alunos cotistas, então, uma denúncia servirá de acusação. Preciso dizer o que vai acontecer?
Vai acabar num problema que nem o caso do médico que prestou concurso e acusaram de ele não ser negro ou pardo escocês, e eu garanto que muitos desafetos serão denunciados e muitas denúncias serão ignoradas.
De qualquer forma, eu acho que deve ser feito, não uma autodeclaração. Que tal algo mais científico, como se costumava-se fazer para se tomar decisões similares? Tipo esta:
Fonte: G1
E a USP implantou cotas agora…
50% para estudantes de escola pública e 37,5% desses 50 é para pele negra/parda.
Se já estava ruim, agora ficará pior, pois qualquer zé ruela vai entrar sem precisar ir (muito) bem no vestibular.
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é só usar uma tabelinha com degradê oras, pra que dificultar

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O sistema de cotas é um desserviço que patenteia a desigualdade.
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Toda vez que vejo esta discussão, lembro que não sou oficial PM do RJ, e, consequentemente não adquiri minha tão sonhada estabilidade financeira, por ter sido imbecil o suficiente para não me declarar Negro.
Tirei 7.5 de média, e o pessoal que se declarou negro/índio passou com 6.2, nada absurdo…
As vezes fico bem depressivo por lembrar que o esforço de uma vida pode ter sido inútil pelo fato de ter nascido com uma coloração de pele mais clara, ou seja, racismo as avessas.
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O título está errado. Falta o verbo “é”.
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