Livro contra racismo é proibido por ter palavra feia

To Kill a Mockingbird (no Brasil, O Sol É Para Todos) é uma obra-prima de Harper Lee, lançado em 1960 e ganhador do prêmio Pulitzer. O livro gira e torno de temas complexos como racismo, estupro e preconceito. Tom Robinson, um homem negro, é acusado de estuprar uma jovem mulher branca. A ele cabe o advogado Atticus, um homem branco. O negócio não prestou, sendo Atticus e sua família acusados de serem “amantes de negros” (nigger-lovers). É um livro emblemático, apesar de ter poucos ensaios e teses literárias sobre ele.

O que é um libelo contra o preconceito, agora ficou proibido no estado do Alabama, EUA, porque papais toscos acharam muito ofensivas as palavras com N (nigger). Afinal, vilões não podem usar linguagem feia. Tem que ser bonzinhos e não podem tratar mal aos amiguinhos.

No mundo do politicamente correto, não podemos mais ter vilões malvados. Só versão leite-com-pêra deles. Apocalipse não pode ser ruim nem enfrentar os X-Men. Um livro que ataca o racismo não pode ter expressões racistas. Afinal, o que esse pessoal quer? Bem, quer encher o saco, a ponto até de As Aventuras de Huckleberry Finn, obra imortal de Mark Twain, ser proibida também, já que tem expressões da letra N (nigger), também. Isso num livro do século XIX.

Como no caso de quando proibiram os livros de Monteiro Lobato aqui, a desculpa é que os alunos não veriam as partes clássicas do livro, se atentando apenas aos xingamentos. Bem, como eu falei naquela época, é pra isso que existem professores, mas isso o pessoal retardado que não frequentou colégio direito não consegue entender.

Os próximos livros a serem proibidos serão quais? Na Cabana do pai Tomás? Bem capaz. Vão proibir Boyz in the Hood? Aliás, vão proibir os negros do gueto que se tratam por nigga? Vamos esconder tudo debaixo do tapete, afinal termos ofensivo, xingamentos e palavrões não podem macular a nossa sociedade. TÁ SERTO!

quando silenciarmos todas as críticas, por fazerem menção a palavras feias, quando pararmos de denunciar o racismo, quando protegermos nossas crianças das atrocidades do Nazismo, quando fingirmos que nada disso aconteceu, estaremos fazendo, não uma sociedade melhor, mas uma sociedade burra, estúpida e alienada. Daí seus perpetradores se sentirão em casa, não sendo os únicos burros, estúpidos e ignorantes do mundo, e aquele que não estuda História será condenado a repeti-la

Sempre houve debate sobre o que estaria mais próximo dos dias de hoje: o mundo de 1984 ou Admirável Mundo Novo. Na verdade, o mundo está se tornando Fahrenheit 451. Peguem as tochas!


Fonte: Independent

7 comentários em “Livro contra racismo é proibido por ter palavra feia

  1. O mundo precisando de mais Mark Twain e os SJW proíbem Huckleberry Finn. Como diria o próprio Twain “The man who does not read good books has no advantage over the man who cannot read them.”

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  2. Desculpe a intromissão, mas, de acordo com a fonte, o livro foi proibido apenas em uma escola na Virginia, não no Estado do Alabama.

    Ou seja, é uma tosquisse generalizada, mas não tão generalizada.

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