Fungos são seus amigos. Sem fungos não teríamos antibióticos, não teríamos decomposição de material orgânico, não teríamos nem mesmo pão… Ah, e não teríamos cerveja. Desde aquele mofo que deixa seus armários nojentos até os melhores antibióticos, fungos estão sempre presentes nas nossas vidas (algumas vezes, mais do que deveriam). O problema dos antibióticos é a nossa velha conhecida Seleção Natural, em que bactérias safadeenhas acabam evoluindo, dando origem a cepas mais resistentes.
Na eterna luta contra infecções, fica-se a pergunta: será que fungos podem nos ajudar mais uma vez? (Resposta: claro que pode, animal, ou não teríamos um artigo sobre isso. Duhhhh!)
O dr. Christoph Zutz é pesquisador do Instituto de Higiene Leite, Tecnologia de Leite e Ciência de Alimentação da Universidade de Viena, Áustria, um país legal que deu uma ou duas derrapadas com relação a seus cidadãos. Ele estuda certas coisinhas interessantes dos fungos, como “desligar” a expressão de certos genes do seu DNA, caso a síntese de determinadas substâncias não sejam mais necessárias. Mas, se ele pode desligar, o funguinho feliz também pode religa-lo. Como ele faz isso? Ninguém sabe. Ou não se sabe AINDA.
Claro, o fato de não se saber todos os detalhes de um processo metabólico não implica que não possamos manipular o serzinho safado para fazer com que trabalhe para nós. Isso vale pros fungos e cunhados, apesar de eu ter mais respeito pelos primeiros.
De acordo com a pesquisa de herr Doktor Zutz (confessem: ele tem nome de vilão do James Bond), ao se aplicar o estímulo certo à base de ácido valpróico (normalmente administrado como anticonvulcionante, espasmos infantis e crises acinéticas e se bobear cura o câncer), pode-se induzir a ativação dos genes desativados em fungos como o Doratomyces microsporus, o que induz a produção de vários compostos antimicrobianos.
Os antibióticos obtidos foram eficazes contra agentes patogênicos resistentes como o Staphylococcus aureus, mas não foi só isso. Zutz, depois de criar um plano para acabar com os Vingadores, colocou sua equipe para trabalhar e eles conseguiram produzir seis compostos com propriedades antibióticas.
Gostou da pesquisa? Quer ler mais? Sorte sua a decisão da União Europeia em liberar os artigos científicos para acesso aberto, pois você poderá ler a pesquisa digrátis que foi publicada na Frontiers in Microbiology.
Me fez lembrar de um documentário que vi há bastante tempo onde dizia que se os seres humanos desaparecessem, quase efeito nenhum na terra seria sentido. Mas se as bactérias e outros microorganismos desaparecessem, os humanos seriam os primeiros a perecerem junto com quase todo o restante de vida.
Prof. André, posso dar sugestão de artigo? Sempre quis saber como que os químicos conseguem distinguir as vitaminas, sais minerais etc., nos alimentos, como dizer quantas gramas ou micro gramas determinado alimento possui, como por exemplo, dizer que determinado alimento possui tantas gramas de proteínas, magnésio, fosforo, carboidratos e outras tantas de vitamina. Será que entra no livro dos por quês? Isso me deixa curioso demais.
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Tá velhinho mas ainda tá valendo
https://ceticismo.net/2007/02/03/anlise-instrumental/comment-page-1/
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Obrigado! Dava vontade de ser químico só pra aprender a verificar isso. Saber quantas gramas de proteínas determinado alimento tem pra mim é magnífico.
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