Como remédios e tratamentos eram receitados de boca em boca

O Brasil é um dos campeões em automedicação. Normalmente, as pessoas não gostam de ir a médico. Ok, eu também não gosto, mas vou assim mesmo. Alguns não gostam e não vão, dando preferência por pegar indicações de tratamento com os conhecidos; com isso, pegam receitas e indicações de remédios e vão na farmácia comprar. Sim, eu sei o que você está pensando: alguns remédios precisam de receita médica, mas você sabe muito bem que sempre se tem uma amiga que consegue fácil mediante uns conchavos. Só que isso não é nenhuma novidade, ainda mais se formos para o passado, em que médicos eram raridade; ter dinheiro para pagar médicos, mais ainda! Então, como as pessoas se tratavam?

Na base do crowd sourcing.

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Placebo ajuda a acabar com o estresse mesmo em pessoas que sabiam estar tomando placebo

Todo mundo conhece placebos, embora nem tanto quais os mecanismos por trás deles. O que se sabe é que ele funciona, inclusive em animais e em idiotas que acham que fosfoetanolamina cura câncer e cloroquina cura coronga em quem não tem coronga. Placebo funciona até quando você sabe que é placebo, e isso ficou evidenciado quando pesquisadores estudaram a redução de marcadores cerebrais de estresse emocional por meio de placebos. Sim, a pessoa reduz o estresse emocional com placebos, mesmo sabendo que estão tomando placebos.

A mente é algo bem bizarro

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Os segredos da prata como remédio milenar desvendados

Há milênios, sabe-se que o uso de prata ajuda no combate a infecções, mesmo antes de se saber o que era bactérias, filhas de mães de moral duvidosa ou micróbios que ficam atrasando o trabalho. A prata metálica era conhecida pelos caldeus em 4.000 AEC, e era o terceiro metal conhecido mais usado pelos antigos, depois de ouro e cobre. Ao longo desses milênios, a prata tem sido usada para inúmeras condições médicas.

A prata foi usada como recipientes para líquidos, moedas, aparas, folhas, suturas, soluções e sob a forma de colóides. Colóides elétricos de prata, por exemplo, tornaram-se o principal suporte da terapia antimicrobiana no início do século XX, até a introdução de antibióticos no início da década de 1940. O que não se sabia até então é: por que ela tem ação antimicrobiana.

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Antidepressivos não são tão eficazes quanto se pensava

De acordo com a OMS, há cerca de 300 milhões de pessoas afetadas pela depressão. Entre os muitos problemas que podem levar, estima-se que a depressão é responsável por cerca de 800 mil suicídios todos os anos, sendo a segunda principal causa de morte em jovens de 15 a 29 anos. Um dos principais antidepressivos receitados é o cloridrato de sertralina (também conhecido como “sertralina”).

Agora em a bomba: uma intensa investigação reportou que o antidepressivo mais comumente prescrito mal alivia os sintomas da depressão moderna, em que os pacientes que tomaram a sertralina não passaram de melhorias insignificantes no humor. Alguma coisa errada não está certa!

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Pesquisadores fuçam o cérebro pra saber se paciente está com dor

Sentir dor não é legal. Ninguém gosta de sentir dor. Médicos não gostam que seus pacientes sintam dor. Dor não é doença, dor é sintoma, e se a pessoa está sentindo dor, tem algo de errado. Claro, a necessidade primária é minimizar ou erradicar o sofrimento da pessoa, enquanto se busca o caminho para evitar o que está causando este sofrimento, e é aí que entram os analgésicos. O problema é: quais e quantos analgésicos deve-se administrar? Quanto de dor o paciente está sentindo? Como mensurar isso, pois todo remédio tem efeito colateral em maior ou menor grau, mesmo que seja imperceptível?

Nem sempre dá para ouvir pacientes, pois ou eles não têm a real dimensão de sua dor (sim, eu sei que parecerá estranho, mas as pessoas tendem a querer logo algo arrasa-quarteirão para acabar com a dor de vez), fora os que estão impossibilitados de se comunicar por alguma condição cognitiva ou mesmo porque estão desacordadas.

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Antibiótico demais faz mal. De menos faz mal. Quando tá bom?

Infecções não são brincadeira, mas do jeito que andam as coisas, é pior ainda quando pessoal usa antibiótico como, bem, como brincadeira. Já falamos várias vezes como o uso indiscriminado de antibióticos acarreta em superbactérias, aquelas bactérias hiper-resistentes do mal que não são mortas facilmente com algo mais fraco que uma GAU-8 Avenger. O problema então é saber: QUANTO dar de antibiótico e QUANDO é hora de parar?

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Combinação de remédios ajuda a controlar convulsões graves em crianças

Se eu perguntar para vocês quais as principais ocorrências em crianças que requerem carregar para o hospital, vocês citarão acidentes de vários tipos de natureza. Já em termos de emergência neurológica, possivelmente vocês não saberão, mas efetivamente são as crises epiléticas. As crises epilépticas podem se apresentar ou sob a forma de crise convulsiva (o que chamamos de “ataque epiléptico”) e a crise do tipo “ausência”, que é como se puxassem a tomada da criança e ela desligasse, ficando com o olhar fixo, nem sempre facilmente percebível.

No caso das convulsões, temos um problema seríssimo, pois cerca de 5% das crianças afetadas morrem ou podem escapar com vida, mas com complicações a longo prazo causadas por danos cerebrais. Não, convulsões não são brincadeira.

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Por causa de indústrias malvadas, casos de lepra caem mais de 16% no Marrocos

Eu sou feliz num mundo melhor. Todos os dias, centenas, milhares, milhões de sociólogos, filósofos e especialistas em estudos de gênero têm ajudado a curar doenças e erradicar problemas que a insaciável por lucros Big Pharma promove, pouco se importando com a saúde das pessoas. Vejam o caso do Marrocos: desde 2012, o Marrocos apresentou uma redução de 16% dos casos de hanseníase (lepra para os íntimos). Ficou demonstrado que as dezenas e centenas de jirombas com as quais o Tedson se banqueteou teve um excelente propósito. Todas aquelas orgias gays que o Victor foi deram resultado. Muito obrigado, pessoal! Vocês realmente ajudaram muito!

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Uma pílula de insulina no capricho para os dependentes químicos

Ser dependente químico é uma tristeza. Não é legal para a saúde e tem que fazer de tudo para tentar não sucumbir. Sendo assim, alguns diabéticos passam por transtornos por depender da substância química chamada insulina. Basicamente, ainda se depende das injeções, mas daí eu me lembro da cena do doutor McCoy em Star Trek 4 (o das baleias) quando ele passa por uma velhinha no corredor do hospital e ela lhe diz que precisa de diálise. Ele, com seu jeitinho alegre e atencioso solta um “Meu Deus, isso aqui é a Era das Trevas?” (que foi dublado como “Isso aqui é um açougue medieval?”) e dá uma pilulinha para ela e sai alegremente. Sim, a velhinha não precisou mais de diálise. Tudo bem que isso era em 1987 e nem mesmo plutônio se comprava em farmácias mais. Aquilo era ficção científica pura, certo?

Há 30 anos, podia ser, mas hoje pesquisadores estão estudando a viabilidade de entregar insulina para o corpo do paciente por via oral. Sim, também com uma pilulinha. Seria sonhar muito?

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Liminar corta asinhas da ANVISA e a impede de fazer o seu trabalho

Uma das coisas que as pessoas pouco sabem (mas se perguntar sobre BBB, estão antenadíssimas) é que o Brasil tem uma das melhores leis de vigilância sanitária do mundo. A ANVISA, na medida do possível de um órgão do governo, bate em cima de tudo, desde frigorífico vagabundo até a situação de medicamentos. Se você acreditou naqueles manés da fosfoetanolamina, saiba que a ANVISA não cai nessa de liberar remédio a torto e a direito, como foi o caso da suspensão da importação do remédio Cassodex, já que sua linha de produção não é exclusiva. Imaginem com a Big Pharma controlando pesadamente a ANVISA, o que ela não faria se tivesse livre dos capitalistas opressores.

O problema é que sempre tem o dedinho governamental para dar um balão nas coisas. Assim, uma liminar derrubou as exigências da ANVISA para importação de R$ 20 milhões em medicamentos.

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