Uso de cannabis aumenta o risco de internação hospitalar

O uso da cannabis como medicamento faz muito sucesso, principalmente por quem não precisa de medicamento nenhum. Claro, vão alegar aquela baboseira que é natural e não pode lhe prejudicar, mas este argumento cai por terra quando você diz para usarem urtiga ou comigo-ninguém-pode. A cannabis é usada como princípio ativo em alguns medicamentos antipsicóticos, além do pessoal que toma antipsicótico e fuma um baseado de vez em quando. Agora, saíram os resultados de uma pesquisa que têm mostrado que não só que a maconha não só não contribuem positivamente, como ainda aumenta a admissão em hospitais.

Claro, já posso imaginar os trocentos comentários dizendo que pessoal usa maconha há 30 anos, mas não são viciados, pois param quando quiserem, e já pararam umas 50 vezes. Isso aliado que a tia Hemengarda fuma maconha e nunca aconteceu nada com ela.

O problema é o fator “realidade”.

O dr. Rashmi Patel é pesquisador do Departamento de Estudos sobre Psicose, no Instituto de Psiquiatria do King’s College London. Ele estuda como é atuação da querida cannabis, tão amada por muita gente (principalmente nos departamentos de Humanas das universidades), mesmo sem ser por psicóticos em geral (ou até são e a gente não sabe).

O que o dr. Patel e sua equipe perceberam é que o consumo de cannabis entre pessoas que sofrem psicose está ligado a 50% a mais de risco de baixar hospital. O consumo de mardita também foi associado a um maior número de prescrições para diferentes medicamentos antipsicóticos, sendo que os resultados mostram que isso pode mandar o tratamento pras cucuias.

Não entendeu? Uso extensivo de cannabis afeta seu cérebro, e quando combinados com outros medicamentos, ou não, o tratamento acaba sendo prejudicado, ou seja,m caso você não tenha entendido ainda, a pessoa PIORA severamente.

Em adolescentes usuários da “erva natural que não te prejudica” há um pronunciado risco de aumentado de episódios psicóticos, tomando por base dados que vêm sendo coletados desde 2006, mediante registros de 2026 pessoas.

Houve um aumento de 50% na freqüência de internações hospitalares, com uma média de 1,8 internamento até cinco anos após a primeira visita, em comparação com os não-usuários, que em média possuem 1,2 admissão durante o mesmo período.

Na Inglaterra, onde a pesquisa foi feita, houve um aumento no risco de internamento compulsivo em hospital, sob a Lei de Saúde Mental. Cerca de 45% daqueles que usaram a cannabis em comparação com 34% daqueles que não o fizeram. O uso da droga também foi associado a um internamento hospitalar significativamente mais longo, cujo tempo de permanência aumentou progressivamente a partir de uma média de 21 dias a mais dentro de três anos, para 35 dias adicionais dentro de cinco anos entre os usuários de maconha. Parabéns, espertões.

Como o estudo é puramente observacional, os pesquisadores não foram capazes de determinar a quantidade ou a frequência do consumo de cannabis, para relacionar com a quantidade de internações porque, fundamentalmente, os registros são anônimos, mas que há a relação, é inegável, só não se sabe ainda o quão forte é este vínculo.

A pesquisa foi publicada no BMJ Open.

17 comentários em “Uso de cannabis aumenta o risco de internação hospitalar

  1. Ótimo texto.
    Primeiro site cético que vejo que é, olha veja só, cético quanto ao uso da maconha. Alguns outros; arrrghhh, maldito facebook; utilizam os mesmos subterfúgios explanados no texto para expor os benefícios da erva: que é natural, não faz mal, não vicia, etc.

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  2. Inalação de agentes químicos através da combustão de uma erva com pelo menos umas 400 substâncias diferentes mais aquelas produzidas pela queima, quais as chaces de não fazer mal? o mercúrio também já foi a substancia pop cura pra quase tudo, mas provavelmente com o cerco a nicotina a marijuana descolada vai ser a salvação da industria do cigarro.

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  3. Este texto abaixo poderia ter ficado no topo do seu artigo:

    “Como o estudo é puramente observacional, os pesquisadores não foram capazes de determinar a quantidade ou a frequência do consumo de cannabis, para relacionar com a quantidade de internações porque, fundamentalmente, os registros são anônimos, mas que há a relação, é inegável, só não se sabe ainda o quão forte é este vínculo.”

    É o mesmo lance, sou magro, como feijoada uma vez por mês, e meu vizinho é gordo pois como feijoada quase todos os dias. Já a fulana ali da esquina fica descontrolada quando come muito açúcar no café da manhã. Tudo em excesso faz mal.

    Sobre os problemas mentais que a erva pode trazer, é simples, quem tem problemas mentais deve passar longe de qualquer coisa que altere o estado da sua mente, nem que seja momentaneamente. No meu caso, nunca tive problemas, nunca fui em psicólogo e nunca iria. Psiquiatria deveria ser para quem não consegue distinguir a realidade da ilusão ou não sabe a diferença entre um fogão e uma privada. Fumo maconha, trabalho, estudo, tenho uma vida social/familiar e pratico esportes. A erva é uma das únicas coisas que me acalma e alivia a pressão do dia a dia.

    Não estou fazendo campanha para ninguém fumar e nunca ofereci pra ninguém, sei dos riscos de inalar a fumaça, no entanto a maconha deve ser sim levada a sério e novas pesquisas mostrará os resultados reais do uso da planta.

    Lembrando que existem outros meios de consumir maconha sem gerar monóxido, ela pode ser vaporizada e existem receitas culinárias muito interessantes a base da ervinha do capeta.

    Ah, Não compre, Plante!

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          1. “Fumo maconha, trabalho, estudo, tenho uma vida social/familiar e pratico esportes. A erva é uma das únicas coisas que me acalma e alivia a pressão do dia a dia. ”

            Ainda bem que ele não é viciado.

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          2. Cara, se mesmo ele tendo vida social e praticar esportes a maconha é o único alívio, ele tem sérios problemas.

            Tem que procurar um médico.
            Bebo ocasionalmente, mas minha mulher gosta de beber. Se numa segunda-feira ou qq dia de stress ela me diz que “precisa beber” eu digo imediatamente que ela tem problemas com a bebida!

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    1. Ai é que tá, continua sendo crime, o que aconteceu é que não há mais pena privativa de liberdade, e sim um processo patético que enche o saco da autoridade policial e judiciária, chega a ser ridículo.

      Uma porrada de audiência para ser feita, e uma o juiz tendo que explicar para uma cambada de emaconhado que maconha faz mal… que é feio… aiai, e depois mandar varrer uma pracinha no centro.

      Segue o artigo da lei de drogas:

      Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

      I – advertência sobre os efeitos das drogas;

      II – prestação de serviços à comunidade;

      III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

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    2. Ou seja, vender uma mercadoria que outros querem comprar é um crime. Mas cadê a vítima? Não existe. Como pode existir um crime sem vítimas?

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  4. Se não me engano foi o que aconteceu com o Bruce Lee.
    Dizem que ele fumou haxixe e tomou um remédio para dor de cabeça e teve um derrame.

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  5. Esses estudos sobre a maconha são tão esquisitos, se contradizem o tempo todo. O problema é que o tema mexe com emoções e há grupos de interesse nos dois lados opostos, a ciência fica pra trás. Ninguém pode ser idiota a ponto de dizer que usar maconha não faz mal, mas isso não seria um problema pessoal? O problema de ter uma saúde pública é que tudo vira motivo para controle por parte das autoridades. Proibido sal em mesa de bar, proibido álcool para menores, proibido fazer propaganda de cigarros, proibido refrigerantes de 500 ml (Nova Iorque), proibido comer gordura trans, proibido alimentos com açúcar… se o sedentarismo for proibido não seria muito exagero nesse mundo insano onde liberdades individuais não existem. Tudo em nome da ditadura da saúde.

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