O Design Inteligente já foi mais que provado. O problema é que seus cientistas são humildes e não publicam os resultados. Assim, ficamos sem saber detalhes, mas podemos ter a certa que tudo foi divinamente planejado por alguém tão inteligente que cria o ornitorrinco. O desenhista inteligente também parece se esquecer de tribos isoladas nos cafundó do judas. Eles estão lá, fora de quaisquer contatos e bem suscetíveis a serem exterminados por qualquer vírus de resfriado que algum idiota que não tiver cuidado possa eventualmente ir lá.
Em contrapartida, estas tribos isoladas poderão ser tratadas por remédios facilmente, pois vírus e bactérias irão rapidinho pra vala, certo? Uma pesquisa demonstrou que as bactérias intestinais de uma tribo Yanomami, que nunca teve contato com o homem estavam alegres e contentes, adaptadas a resistir bravamente aos antibióticos. Deve ter sido vontade do projetista que colocou o playground do lado da saída de esgoto.
A drª Maria Dominguez-Bello é professora do Departamento de Medicina, da Faculdade de Medicina, da Universidade de Nova York. De acordo com o resumo, ela pesquisa sobre a função microbiota em animais vertebrados e seres humanos (acho que quem escreveu isso cometeu um pequeno deslize), desenvolvimento microbiota e o impacto das práticas modernas, integração de dados de microbiologia, genômica/metagenômica, ecologia, fisiologia, antropologia, arquitetura, engenharia ambiental e bioestatística para resolver grandes questões sobre as interações microbiana-hospedeiro em diferentes ambientes.
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O que dona Maria faz é estudar aquela selva que tem dentro de você e como você faz para emporcalhar o ambiente, espalhando esses micro-organismos por aí. Assim ela estuda oque acontece com nossa interação com o mundo, bem como nosso modo de vida influenciou a Natureza.
Um dos casos que tia Bello analisou foi o de uma tribo Yanomami, descoberta em 2009 num lugar tão afastado que os pesquisadores encontraram meias que pertenceram a Judas, porque as botas ele já tinha perdido uns 20km antes. Aí, os manés dos cientistas ficaram mais felizes que fã vendo seu cantor de forró favorito acenar pra câmera de TV, achando que estava acenando pra ele, o fã.
O pensamento era fácil de se deduzir "Pô, mermão, agora a gente vai analisar a bagaça direito, pois esses pregos nunca tiveram contato com o ser humano e ainda devem estar com os micro-organismos do jeitinho que Jesus colocou no mundo".
O intestino humano abriga uma legião de bactérias, pois elas são muitas. Elas formam o que se conhece como o "microbioma", e é interessante saber que pessoas de países industrializados hospedam muito menos tipos desses serezinhos sem-vergonha do que os caçadores-coletores na África, por exemplo. Isto é intrigante como a ausência de diversas bactérias têm sido associadas com obesidade, diabetes, alergias, doença de Crohn, doença celíaca, colite etc. Thanks you, Jesus!
Tudo começou quando a drª Maria descobriu que o pessoal do exército tinha avistado uma aldeia Yanomami lá pelo sul da Venezuela, em 2008, ela imediatamente pediu permissão para estudar aquele pessoal, e o que encontrou foi que as bactérias intestinais deles já estavam adaptadas para resistir a modernos antibióticos. Tupã é o cara! Só que não!
Fazendo uma pesquisa junto aos profissionais de saúde – que muito provavelmente pensaram que ficar atuando em favela do Rio de Janeiro era mais arriscado do que se embrenhar na selva venezuelana – a drª Bello ficou sabendo que, sim, aquela tribo tinha sido visitada antes. Mas os agentes de saúde que trataram deles coletaram amostras de bactérias da boca, pele e fezes de 34 dos 54 Yanomamis que estavam lá. Os agentes ainda prescritos medicamentos para algumas crianças com doenças respiratórias, mas os ixpertos não publicaram o nome da aldeia para proteger aquela gente de futuros contatos. Após 2 anos de de burocracia governamental, 11 meses com o furacão Sandy caindo feio sobre o laboratório e mais alguns atrasos, a equipe da drª Maria Dominguez-Bello conseguiram sequenciar as bactérias dos Yanomamis, analisaram o RNA das safadeenhas e compararam com amostras de americanos industrializados, agricultores de Malawi (na África) entre outros. O resultado foi que, ao analisar as sequências genéticas, eles descobriram que a galera Yanomami tinha uma diversidade significativamente maior do que nas outras populações, incluindo grandes quantidades de Prevotella, Helicobacter, Oxalobacter, e Spirochaeta, por exemplo, que estão ausentes ou significativamente reduzida nos seres humanos de áreas industrializadas. E, mais surpreendente ainda, é que mesmo com este open bar de bactérias, a indiazada era mais saudável que nós aqui. Nenhuma doenças auto-imunes, diabetes, pressão alta ou doença cardíaca.
A pesquisa foi publicada no periódico Science Advances.
A descoberta mostra um problema. Se as bactérias já estão resistentes a diversos antibióticos lá, elas continuarão evoluindo (sorry, Eberlin) até que fique difícil qualquer tratamento. Claro, a indiazada está alegre e contente. Mas por quanto tempo? E temos que levar em conta a velocidade dessa evolução. Será que poderíamos tirar algo de bom, como encontrar o gene responsável a uma adaptação tão ligeira? Sim, porque na esteira disso, os Yanomamis de lá não apresentam doenças autoimunes. Quem sabe um tratamento seja derivado disso, a ponto de protegermos nossas crianças de doenças assim?
Mas, claro, são um bando de índios sem graça e que não acarretarão nada de útil para a sociedade. Melhor deixá-los lá e esquecer isso tudo. No mais, o grande desenhista inteligente fará o resto: mandar a todos nós pra vala evolutiva na primeira oportunidade.

Caralho, escreve o artigo logo! Foi tanta piadinha sem graça que até perdi o tesão de continuar lendo.
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Mas teve tesão pra escrever comentário merda. Então, faz o seguinte. Pega a publicação indexada, leia, informe-se e foda-se.
Não que você tenha QI para entendê-lo.
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Gente, precisamos de mais amor e menos ódio na internet. É com tristeza que terei que fazer uma denúncia dos dois no humanizaredes.gov.br. Foi pra isso que o governo investiu 10 milhões nesse site.
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interessante que se traga diferentes pontos de vistas.
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