A volta do osso misterioso sumido nos tempos de antigamente

Fabela é um nome que dificilmente você ouviu falar. Trata-se de um osso sesamóide, isto é, com formato de uma semente de gergilim, e daí vem o seu nome, que em latim significa “feijãozinho”. Ossos sesamóides são pequenas estruturas de formato esférico localizadas próximo à articulação do dedão com o metatarso, e a função deles é ajudar no impulso, além de auxiliar na absorção de impactos. Só que a fabela é um caso particular, pois o lugar dela é na articulação do joelho e estava praticamente desaparecida nas pessoas há alguns séculos.

Ou, pelo menos, era o que se achava.

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Antibiótico demais faz mal. De menos faz mal. Quando tá bom?

Infecções não são brincadeira, mas do jeito que andam as coisas, é pior ainda quando pessoal usa antibiótico como, bem, como brincadeira. Já falamos várias vezes como o uso indiscriminado de antibióticos acarreta em superbactérias, aquelas bactérias hiper-resistentes do mal que não são mortas facilmente com algo mais fraco que uma GAU-8 Avenger. O problema então é saber: QUANTO dar de antibiótico e QUANDO é hora de parar?

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Lagartos mostram Efeito Baldwin no deserto

Aprendemos que Evolução não se dá em indivíduos apenas, mas em populações. Aprendemos também que é um processo lento, mas de vez em quando ela nos prega peças e acontece mais rápido do que poderíamos supor, já que o mundo não é como queremos que seja, e as “leis científicas” são uma aproximação. Ou, como eu costumo dizer, “É regra que toda regra tem exceção”. Outro exemplo poderia ser o Lamarckismo, cujo princípio é a lei do Uso e Desuso. Você sabe, aquele lance das girafas serem pescoçudas para poderem comer as folhas das árvores mais altas por motivo sei lá, já que poderiam comer as folhas mais baixas.

Só que ainda temos um pequeno detalhinho: o Efeito Baldwin.

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Por que rir de anti-vaxxer é tão perigoso e como as vacinas funcionam

Com os altos índices de febre amarela e o número absurdo de mortes (uma já é algo inaceitável em pleno século XXI!), volta à cena dois tipos de imbecis: anti-vaxxers e gente que acha anti-vaxxers engraçados. Isso vem de uma compreensão errônea dos dois lados, posto que são duas classes de imbecis que sucumbiram à Teoria da Ferradura ao não saber como vacinas funcionam.

É muito tentador, reconheço, rir de idiotas que não querem se vacinar e se exporem ao risco de morrer de uma doença infecto-contagiosa. A frase “Darwin cuida” bem vem à garganta, mas quando você para 2 segundos para pensar, tendo ciência de como vacinas funcionam, o único comentário é “putz!”. Mas por que eu estou falando isso?

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Ancestrais de bactérias já eram hiperresistentes antes de aparecerem animais

Bactérias são serezinhos muito interessantes, apesar de serem maníacas psicopatas. Elas já nos acompanham desde antes de sermos humanos. Aliás, antes de metazoários aparecerem (chique falar “metazoário”, né? É o nome frescurento para “animais”). Aliás, antes de quaisquer pluricelulares botarem os pés (eu sei!) na Terra.

Pesquisa indica que as Enterococcus possuem um tatatatatataravô de 450 milhões de anos e já eram poderosos agentes infecciosos antes que animais fossem moda.

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As semelhanças morfológicas entre golfinhos e crocodilos

 

Em Biologia Evolutiva existe uma coisa chamada “Convergência”. São soluções que duas espécies totalmente distintas encontram para um mesmo problema, mesmo quando uma não tem nada a ver com a outra. A morfologia do golfinho e do tubarão é um perfeito exemplo. Elas são bem parecidas, mesmo levando em conta que tubarões são peixes e golfinhos são mamíferos.

O mesmo acontece com crocodilianos (répteis) e baleias (mamíferos). Mesmo que o ancestral comum a ambos tenha 288 milhões de anos, esses dois bichinhos fofos guardam ainda muitas semelhanças, e é função da ciência saber quais são elas e como se desenvolveram.

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Retrovírus Endógeno: O Cunhado do Bem

Nós somos o que somos graças aos zilhões de vírus que vieram zuar nosso código genético lá para quando ainda éramos seres unicelulares. Devido a a isso, e à invisível mão da Seleção Natural, somos o que somos, e pode-se dizer que cerca de 10% de nosso DNA não é lá bem nosso DNA, mas material genético que esses vírus vêm adicionando em nossas células, sendo que isso acontece ainda hoje.

Isso nós sabemos bem. O que não se sabia ao certo é quanto dessa influência afetou o nosso cérebro, isto é, quanto de material genético externo foi batido no liquidificador evolutivo de nosso DNA a ponto de afetar o desenvolvimento de nossos cérebros. Haverá resposta para isso?

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Caracol malvadão parte pra cima do predador e contra-ataca

O processo evolutivo é uma eterna corrida de dois sentidos. Por um lado, o predador mais adaptado em catar seu almoço pega melhor o almoço, fica fortinho e continua vivendo. Já a presa tenta de todo modo dar um jeito de escapar, não virar almoço, e viver mais. Nesse meio-termo, existem as presas que contra-atacam, partindo pra ofensiva em cima dos predadores. Divertido, não? Pois, é, foi isso que pesquisadores notaram com relação a alguns caracóis.

Aqueles cascudos (os caracóis e não os pesquisadores) desenvolveram uma técnica em que balançam suas próprias conchas para atacar seus predadores, que devem ficar com o maior sinal de interrogação na cabeça por causa disso.

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Humanos: o terror dos animais

Desde os primórdios, o Homo sapiens tem que lutar pela a sobrevivência, como qualquer ser vivo. Não somos predadores, somos macacos pelados com pouco mais de 20 mil anos. Não temos garras, não temos presas, não temos dentes afiados, não temos força muscular, não temos nada. Ursos, lobos, pumas, cobras… nós estamos à mercê da Natureza e só conseguimos dominá-la (muito mal) graças ao nosso intelecto, desenvolvendo tecnologia, como um machadão do mal feito de pedra.

Como bullies de colégio, resolvemos mostrar que somos malvadões com outras espécies e nos tornamos a besta-fera, os arautos do Apocalipse, nos dispondo a aterrorizar criaturas bem ao nosso estilo. Recebemos a alcunha de “super predador”, o terror de incríveis seres poderosos como os…

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Ancestral símio do HIV já infectava humanos antes da AIDS ser moda

Todos nós sabemos que Evolução é mito, e seleção natural é algo inventado pelo Capeta para nos desviar da pureza da Criação Divina. O problema da Natureza é que ela é demoníaca e insiste em nos mostrar evidências (falsas, claro) do processo evolutivo. A verdade é que nada disso existe. Porque, sei lá, se existisse poderíamos até criar remédios.

Vejam só o caso da AIDS, que muitos gênios atribuem ser criação dos exércitos para erradicar a população gay. Deu muito certo, SQN. Pelo início do século XX, apareceram as primeiras ocorrências do vírus da AIDS, sem que fosse o vírus da AIDS como conhecemos hoje. Muito provavelmente, uma estirpe de vírus que fez um salto interespécies e parou de infectar chimpanzés para atacar humanos. A Seleção Natural dá, a Seleção Natural tira.

Ou foi coisa de Deus, o Projetista Inteligente Todo-Poderoso que não conseguiu prever que as pessoas fariam merda com séculos de antecedência.

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