Decreta-se a língua portuguesa como fora-da-lei!

Sim, pois é só isso o que falta!

Estamos num caminho sem volta, rumo à ignorância. Estamos sem salvação frente à massa ignorante, apedeuta, débil mental, analfabeta e estúpida. Um povo que se recusa a aprender qualquer coisa. Um povo cuja maior ostentação foi ter um analfabeto na Câmara dos Deputados e um ignorante se sentir orgulhoso por ser ignorante e ter chegado à Presidência.

É o pais dos atoleimados, dos vis, dos pulhas, dos biltres, dos descompassados, dos torpes, dos pusilânimes, dos desclassificados, daqueles que me dão vergonha de possuírem características de Homo sapiens, mas deveriam ser enquadrados como Homo idiotens.

O Cardoso encaminhou um twit de um trecho da coluna do Ancelmo Góis. O trecho pode ser lido aqui, o qual reproduzirei:

Homem sem ‘H’
A maioria dos brasileiros nem se acostumou direito com a morte do trema e outras mudanças do acordo ortográfico, e já tem gente querendo mexer de novo na gramática.
O Grupo Técnico de Trabalho (GTT), formado pela Comissão de Educação do Senado, propõe a eliminação de vogais e consoantes não pronunciadas, como o “qu” e o “gu”, em “querer” e “guerra”, e o “h” em “homem” e “hotel”.
No mais…
O professor Ernani Pimentel, coordenador do GTT, dá razões econômicas para defender nova mexida na língua portuguesa.
Segundo ele, o país pouparia até R$ 2 bilhões por ano na educação graças à diminuição das horas reservadas ao ensino da ortografia.
Eis uma “qestão” polêmica. Cartas para a Redação.

Bem, tem político no meio, só podia dar merda. Tem o MEC no meio, só podia piorar. Tem um bando de idiotas, provavelmente pedagogos, o que pode ser pior?

ISTO PODE: http://simplificandoaortografia.com/index.php/tire-suas-duvidas/

É uma ópera-bufa. Um acinte, um acicate, um despautério, uma ignomínia, um destampatório, um estupro à língua portuguesa. E isso por quê? Por que um bando de gente estúpida, ignorante, acéfala, portadoras de sérias debilidades cognitivas, possuintes do pior das atrofias neurológicas, acha que escrever "QU" na frente de "quero" é complicado. Daí, o retardado mental sugere o quê? Aulas de reforço? Não! Melhoria do ensino? Para quê? Melhor é tirar o ‘QU" e substituir por "K", porque a língua portuguesa é difícil demais para as crianças. Eu nunca vi uma criança errar com "QU", mas para os analfabetos deste sitezinho mequetrefe, manicaca e beócio, o português deve ser simplificado, tornando-o miguxês.

Dizer que "O país economizaria 2 bilhoes de reais" é tirar onda com a minha cara. Só procurando na cavidade anal que o sujeito encontrou este número durante o processo de alfabetização.

Ainda hoje vi uma conversa no twitter. Estava-se comentando a bizarrice de alguém aqui no Brasil chamar a castanha-do-Pará de castanha-do-Brasil (como é chamada lá fora). Daí, eu, do alto da minha inocência, achava que podia usar impunemente uma expressão sarcástica, dizendo "Mas… Mas… Mas… o Pará não fica no Brasil?"

Qualquer criatura quadrúpede, dotada de unha, pertencente à ordem Soricomorpha, sendo representante da família Talpidae teria percebido que era uma brincadeira. Mas, não! Eu caí no erro de achar que as pessoas tinham competências e habilidades na língua portuguesa quais as minhas. Ledo engano e começo a ser enxovalhado, pois é isto que ignorantes que não param para pensar fazem.

De quem é a culpa? Minha, é claro. Eu não cheguei perto do inter-locutor. Eu não consegui deduzir de antemão o seu grau intelectual ou capacidade cognitiva. Em suma, o erro é meu por ter "falado difícil", deveria ter simplificado!

É este o mundo que criaram! Um mundo pobre, um mundo sem o brilho das figuras de linguagem. Um mundo baço, estéril, pobre, sem a riqueza d’outrora. Um mundo sem ter porque ler e escrever, a despeito do que o Simplificando a Ortografia diga. Ninguém escreverá, pois ninguém lerá.

Chegaremos no tempo em que Khmer Vermelho mandava prender pessoas que usassem óculos. Se usavam óculos, eram intelectuais. Se eram intelectuais, eram inimigas da revolução proletária.

O Brasil está se tornando um novo Camboja e vários estão querendo o lugar de Pol Pot.

Seremos condenados a nos esconder em cavernas, para ler os antigos clássicos (não aprovados pelo Estado). Começamos com Monteiro Lobato, o próximo será Lima Barreto, Camões e tantos outros. Todos os que escreveram num português inspirador, num idioma belo e que traz a vívida sensação de deslumbramento para com a cultura serão considerados fora-da-lei. Seremos perseguidos, humilhados e achincalhados.Seremos perseguidos em nossos blogs, nos nossos perfis, em casa, no trabalho e na escola. E todos tentarão nos moldar, para que sejamos como a maioria ignara, e que nos curvemos à nova "sabedoria reinante". E teremos que baixar a cabeça e concordar, certo?

17 comentários em “Decreta-se a língua portuguesa como fora-da-lei!

  1. se os gringos chamam de “castanha-do-Brasil”… e “nós” chamamos de “castanha-do-Pará”… no Pará eles chamam como? :idea: :?:

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  2. Homem não precisa H pra ser homem, sê-lo é uma escolha pessoal, não deveria ser imposto por autoridades que escolhem como devemos viver. :x

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  3. Sempre penso nisso quando dizem que o Hino Nacional é complicado demais e devíamos simplificá-lo. Por que não ensinar o povo a ler e interpretar o que está ali? Seria uma boa questão do ensino básico “Interprete a primeira parte do Hino Nacional”. Lembrei também do finado Sérgio Britto dizendo que o “Ser ou não ser” de Shakespeare era pro povão mas hoje é debatido por intelectuais. Não foi à toa que ele chamou uma professora de português do meu colégio de retardada por achar que Nelson Rodrigues era tarado.

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    1. @Murdock, isso era ensinado quando havia escola que prestava (pública, diga-se de passagem). Além da interpretação do texto eramos ensinados na leitura da pauta musical do hino. Mas isso tudo é bobagem e muito brega.

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  4. Não há prazer maior que matar palavras, o de reduzir o tamanho do dicionário a cada edição; o som do patofalar do povo é um exemplo.
    Não há motivo pra se criar uma elite que saiba diferenciar um “que?” de um “q?”, devemos nos alegrar por amar o Grande Irmão.
    Havemos o povo noviletrado!

    “a Novilíngua diferia da maior parte das outras línguas porque o seu vocabulário ia diminuindo em vez de aumentar todos os anos. Cada redução era um ganho, pois quanto menor a área de escolha, menor a tentação de pensar. Como fim último, esperava-se atingir uma linguagem emitida pela laringe, sem passar pelos centros nervosos superiores. Objectivo esse, francamente admitido no termo de Novilíngua “patofalar”, que significava “grasnar como um pato”. (…) Desde que as opiniões grasnadas fossem ortodoxas, o termo era perfeitamente laudatório; quando o Times se referia a um dos oradores do Partido caracterizando-o como “duploextrabom patofalante” estava a fazer-lhe um elogio caloroso e extremamente apreciado.”

    PS: Estou fugindo de comentar o artigo do ponto de vista político, que é o mais danoso, mas não tenho mas paciência para tanto.

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  5. Meu professor de História me disse uma vez que a melhor forma de dominar um povo na sua própria alienação era restringindo o vocabulário. Se eu fosse um “maluco” poderia até acreditar que isso faz parte de uma conspiração para emburrecer a população.

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  6. Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm.
    -Clarice Lispector.

    .
    Pronto, está aí o que queria!

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  7. André, isso me lembra algumas questões que ainda são muito debatidas.

    Veja por exemplo, o quanto se critica o conservadorismo da gramática francesa, por exemplo, que não é como na Islândia onde o idioma continua meio que “parado”, tanto oralmente quanto na escrita. A maioria dos países que usam alguma língua crioula descendente do francês acabaram com um idioma bem simplificado, e consequentemente, mais fácil de aprender, mas eu tô pra ver um cabra aprendendo “kreyòl ayisyen” por isso. E daí partem os argumentos para as reformas gramaticais e blablabla…

    As pessoas se esquecem do valor histórico da gramática. Línguas são, sim, mutáveis, mas quando você faz esse processo forçadamente, você só está ferrando com todo mundo. O português vai mudar eventualmente. Não se preocupem.

    Só que quando ele mudar, nós saberemos por que, e poderemos estudar como falavam as pessoas do nosso passado a partir da gramática, e se só escreviam diferentemente de hoje, por quais motivos? Veja um poema em galego-português, depois vá ver um pouco de latim. É assim que se volta às raízes e se entende do próprio passado.

    A gramática evidencia a mentalidade de um povo sobre seus valores, sobre sua cultura e suas tradições. E assassinar o português desse jeito é como dizer que tudo isso não vale nada.

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