O Homem como Palácio Industrial

O Homem sempre foi visto como uma máquina perfeita, apesar de estar bem longe disso. Além de uma coluna vertebral tosca, que cismou de ficar ereta, ganhando dores nela, além de partos mais dolorosos ainda; além de termos uma visão ridícula e um sistema olfativo que faz qualquer cão deitar, rolar e cair na gargalhada, além de vivermos mais e mais, dando tempo de aparecer doenças neurodegenerativas. Nosso corpo não é a oitava maravilha do mundo. Não é nem a 9.000.000ª maravilha.

Para a visão mecanicista alemã do início do século XX, entretanto, éramos perfeitos e isso foi muito retratado, como o artista Fritz Khan quis demostrar.

Fritz Khan nasceu em Halle an der Saale, na saxônia, em 29 de setembro de 1888, morrendo placidamente em Lugano, Suíça, em 14 de janeiro de 1968. Assim como Goldenberg, Eisenberg e Iceberg, Khan era judeu que trabalhava como ginecologista.

Ele cismou de ir pra Jerusalém, antes da subida de Hitler ao poder. Lá, ele se tornou cidadão palestino, mas como não sossegava, pulou entre Portugal, França e, por fim, em 1941, Khan chegou nos EUA.

Além de trabalhar onde os outros se divertiam, Khan mostrou toda a sua ira criativa escrevendo obras sobre Medicina e Biologia, e ministrou conferências e aulas para diversas escolas e universidades e em programas radiofônicos apresentava questões médicas e científicas. Era um Carl Sagan de seu tempo.

Uma das obras mais interessantes é esta aqui embaixo, onde Kahn retrata o Homem como uma máquina, onde cada órgão é a peça de uma fábrica, perfeitamente azeitadas. Esta obra é de 1926, quando ele ainda morava em Stuttgart, onde ainda vemos indícios de resquícios de uma mentalidade mecanicista, oriunda da Idade Moderna, em plena Revolução Industrial.


O Homem como Palácio Industrial, Stuttgart, 1926

Atualmente, esta obra está no U.S. National Library of Medicine e nos mostra como uma máquina, mas at´pe mesmo Khan sabia que a mais perfeitas máquinas, mesmo feitas pelas indústrias alemãs, precisão PRECISAM (André, sua mula!) de manutenção. Talvez, por isso, ele tenha cursado medicina. Não sei. Ainda assim é uma obra linda de se ver.

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