Um dos maiores sonhos dos escritores de Ficção Científica pode estar mais perto de se tornar realidade do que pensavam! Um cérebro humano artificial pode ser construído dentro dos próximos 10 anos, segundo Henry Markram, um proeminente cientista sul-africano.
“Não é impossível construir um cérebro humano e podemos fazer isso em 10 anos”, disse Markram, diretor do Blue Brain Project (BBP), à conferência acadêmica global TED na cidade de Oxford, na Inglaterra. O BBP é um projeto científico internacional, financiado pelo governo suíço e doações de indivíduos, cujo objetivo é construir uma simulação computadorizada do cérebro de mamíferos.
Fala-se de mamíferos pois, em termos evolutivos, os mamíferos etão no topo da cadeia evolutiva, em nível cerebral. Mas, oque isso quer dizer? Isso significa que, dada as diversas etapas evolutivas, o processo de desenvolvimento do córtex possibilitou aos mamíferos os cérebros mais desenvolvidos. Não que a Natureza tenha escolhido “a dedo” (ops) este ou aquele ser vivo. Simplesmente ALGUÉM tinha que possuir o cérebro mais desenvolvido. Você poderia ser uma planária, mas dificilmente estaria agora lendo este texto.
Assim, ao longo do processo evolutivo, a Seleção Natural somou o que havia de melhor (e de pior também, mas que não impedia o ser vivo de continuar vivendo). Durante séculos e séculos, cada adaptação surgida que beneficiava o ser, era um diferencial positivo na sua história. Logo, o que temos são diversas camadas no cérebro, começando com uma notocorda (responsável pelas atividades básicas, como respirar), uma camada que seria similar aos reptilianos (o que seria responsável pela nossa “animalidade”, instinto territorial etc), até chegar ao córtex cerebral, a camada mais desenvolvida.
A Natureza demorou bilhões de anos (queiram os criaBURRIcionistas ou não) para chegar nesse estágio. O ser-humano pode utilizar sobre seus (ainda poucos) conhecimentos sobre o cérebro afim de montar uma rede de processadores e simular o que se passa dentro de nossas cabeças.
Markram já construiu elementos do cérebro de um camundongo; nada muito “chic”, mas foi muito rápido! A equipe do cientista se concentra especificamente na coluna neocortical, conhecida como neocortex (maiores informações sobre o cérebro, vocês poderão encontrar AQUI).
O projeto atualmente tem um modelo de software de dezenas de milhares de neurônios, cada um deles diferente, que os ajudou a construir, artificialmente, uma coluna neocortical, que é a unidade básica do neocortex, a qual é responsável pelas funções superiores do cérebro e pensamento. Algo sem importância nenhuma, como podem perceber. ;)
A equipe coloca os dados gerados pelos modelos junto com alguns algorítimos – uma sequência de instruções para solucionar um problema – em um supercomputador. Segundo Markram, cada computador tipo laptop faz o trabalho de um neurônio. Assim, para um cérebro “simples” de 10 mil neurônios, necessita-se 10 mil laptops para processarem as mesmas informações.
Mas, não haveria um modo mais simples? Que tal um supercomputador que possua 10 mil processadores trabalhando em conjunto? Bem, é mais ou menos isso que os pesquisadores estão usando.
As simulações já começaram a fornecer pistas aos pesquisadores sobre o funcionamento do cérebro. Elas podem, por exemplo, mostrar ao cérebro uma imagem, como uma flor, e seguir a atividade elétrica da máquina, ou seja, como é feita a representação da imagem.
“Você estimula o sistema e ele cria sua própria representação”, disse o pesquisador. O objetivo é extrair esta representação e projetá-la, permitindo que os pesquisadores vejam diretamente como o cérebro funciona.
Ainda segundo Markram, além de ajudar na compreensão dos mecanismos do cérebro, o projeto pode oferecer novos caminhos para se entender os problemas mentais. “Cerca de dois bilhões de pessoas no planeta sofrem de distúrbios mentais”, disse o cientista, reforçando os benefícios em potencial do projeto.
Fonte: BBC Brasil

Eu sou a favor de doar alguns desses cerebros pros criaburricionistas como um experimento para ver se eles começam a raciocinar.
CurtirCurtir