As pessoas continuam se relacionando bem nas outras partes do mundo. Principalmente na Cisjordância, onde judeus e palestinos convivem harmoniosamente. Pelo menos, é assim que a Cellcom, a maior empresa israelense de telefonia celular, vê a situação. Ou pelo menos, seus marketeiros, o tipo de raça que pode ser muito perigosa.
Um comercial de TV está provocando uma celeuma dos infernos no país por utilizar como cenário o muro construído por Israel na Cisjordânia. Não que isso seja muito relevante, pois até mesmo se você jogar papel no chão é motivo pra atentado, retaliação, mais atentados, mortes, prisões e tudo o que aquele cafundó do Judas (literalmente) pode produzir de maluco. No filme, no ar há duas semanas, um grupo de soldados israelenses é surpreendido por uma bola de futebol vinda do outro lado do muro (o lado palestino), e um deles a devolve com um chute.
A bola volta para os soldados, criando um jogo entre os palestinos “invisíveis” e os soldados. No fundo, uma música diz “afinal, só o que queremos é nos divertir”. Até aparece umas mocinhas do exército que dão um caldo, enquanto que a marmanjada cai no futebol. Só faltou o Romário, peixe.
Como tudo tem que acabar em briga, naquele cantinho poeirento do mundo, os Camelinhos de Alá e os Acadêmicos de Javé – contrários à construção daquele muro (devidamente imitado pelo tosco prefeito do Rio de Janeiro) – filmaram um protesto de palestinos, na última sexta-feira (17/07), na aldeia de Bil’in, na Cisjordânia, como resposta. No filme palestino, os soldados israelenses atiraram bombas de gás lacrimogênio nos manifestantes que haviam jogado uma bola de futebol para eles. Só um idiota não percebeu que isso foi proposital. E se eu fosse um soldado do exércitoisraelense, mandaria chumbo mesmo. Palestinos não têm histórico de serem manso jogadores de futebol, e qualquer um com um mínimo de treinamento estaria em alerta com um objeto redondo, vindo de uma boa distânica, bem na sua direção.
Aqui, vocês podem ver o comercial da Cellcom:
Aqui, o vídeo-resposta que os palestinos gravaram:
De acordo com um dos manifestantes palestinos, de nome Abdallah: “Queríamos mostrar a todos como os soldados realmente se comportam, e o que realmente acontece perto da cerca de separação”.
Já o ativista israelense Hagai Matar disse ao site de notícias Ynet que o vídeo dos manifestantes “é uma resposta criativa à propaganda da Cellcom”. Ele ainda afirmou que o clima de violência perto da barreira “é muito diferente do clima sorridente” que aparece no comercial.
O deputado Ahmed Tibi, do partido árabe Raam-Taal, acusou a Cellcom de “cinismo e falta de sensibilidade ao sofrimento que o muro causa para os palestinos”. E é aqui que as coisas começam mesmo a complicar. “O muro separa famílias, crianças de suas escolas, doentes de hospitais, mas na propaganda é como se fosse um muro inofensivo em um jardim de Tel Aviv”, disse o deputado, que exigiu que a empresa retirasse a propaganda do ar.
A Cellcom, vendo a caca que se meteu, respondeu que “a campanha não tem o objetivo de ofender ninguém nem de defender qualquer posição política”. Ainda segundo ela: “A mensagem da campanha é que quando pessoas de qualquer religião, raça ou gênero querem se comunicar, elas podem fazê-lo em qualquer situação”. Mas, tudo é muito bonito no papel (ou na tela da TV), mas sabemos muito bem que a realidade é sempre muito diferente.
Pelo menos 20 manifestantes palestinos já foram mortos pelas tropas israelenses em protestos contra a construção da barreira israelense na Cisjordânia. A construção do projeto, que começou em 2002, envolve quase 700 km de muros de concreto e cercas, que passam dentro do território palestino. De acordo com as autoridades israelenses, o objetivo da barreira é impedir que militantes palestinos entrem e cometam atentados no território israelense. Já a liderança palestina argumenta que o principal objetivo da barreira é anexar terras dos palestinos a Israel.
A conclusão disso não é nada simples. Mesmo que Israel dê terras aos palestinos, e eu não entrarei no mérito de quem usurpou o que, não vai resolver. A briga é longa e vai perdurar por muito tempo. Israel sabe que dar as terras não só não resolverá os problemas, como criará outros, já que os Camelinhos de Alá se sentirão vitoriosos e irão querer a saída de todos os Acadêmicos de Javé de lá. Cristãos não são bem vistos por nenhum dos dois lá; em resumo: aquilo é um barril, não de pólvora, mas de nitroglicerina.
Fonte: BBC Brasil
Ow!!! Mandei esses vídeos para um amigo meu para que se tocasse!! Mas como ele é um cristão xiita, e acha q os judeus são o “povo escolhido”, ficou puto!!! A crença de Abraão nunca uniu as pessoas!! Muito pelo contrário!! Só divide!!! Esse muro estupido feito por Israel é uma prova bem clara disso!!!
CurtirCurtir
Seu amigo sabe que o povo escolhido não inclui os cristãos?
CurtirCurtir
@André,
Isto ele tem noção!!! A questão é que tem surgido no meio evangélico uma corrente teológica que legitima toda aquela situação horrorosa!!! Como se fosse o destino divino de Israel dominar toda aquela região!! Talvez esteja aí uma das causa do norte-americano ser pró-Israel, apesar de não serem judeus!!! (lembre-se de que os EUA é de maioria evangélica)!! A questão não é só economica como se tem dito por aí!! Existe uma ideologia religiosa aqui no ocidente (especialmente nos Estados Unidos) que dá legitimidade para isso tudo!! E os evangélicos do Brasil estão engolindo isso direitinho, via USA!!! Os cristãos sempre fazem a coisa errada!! Quando os judeus eram marginalizados e oprimidos, as ovelhinhas de Jesus eram anti-judeus!! Agora q os judeus se tornaram os bons da boca e oprimem outro povo, eles tendem a se tornar pró-judeus!! É algo q não da para entender!?!!
CurtirCurtir
EUA pode ser maioria evangélica, mas tb é a maior comunidade judaica fora de Israel.
CurtirCurtir
Isto tb é um fator a favor do apoio americano a Israel, mas não o único!!!
CurtirCurtir