Pesquisadores identificaram o mecanismo que permite que alguns neurônios formem sinapses e de passar adiante informações essenciais. As mutações de genes que produzem uma molécula crítica para uma molécula de adesão celular, envolvida no trabalho que antes estava ligada ao autismo. Moléculas de adesão celular são moléculas que permitem a ligação entre as células ou entre células e a matriz extracelular, isto é, a massa que une as células dos animais, basicamente composta de colágeno, proteoglicanos, glicoproteinas e integrinas, secretadas pelas próprias células. Vegetais e seres unicelulares não possuem esta massa.
A descoberta – capturada com imageamento fluorescente de neurônios excitatórios, coletados de filhotes de ratos logo após o nascimento e estudados em meio de cultura, no qual continuaram a se desenvolver – é descrita em um artigo no periódico Neural Development.
“Já peguei duas células neuronais no ato da formação de uma sinapse”, disse Philip Washbourne principal pesquisador e professor de biologia na Universidade de Oregon e membro do Instituto de Neurociência da mesma universidade. Ele descreve a proteína de adesão celular, chamada neuroligina, sobre as membranas dos neurônios receptores como “velcro molecular”.
“Sinapses químicas são o principal meio de transmissão de informações de um neurônio para o próximo”, disse Washbourne. “Sinapses são inicialmente formadas durante o desenvolvimento do sistema nervoso, e a formação adequada de sinapses é fundamental para o estabelecimento de circuitos neuronais subjacentes, comportamento e cognição. Pequenas irregularidades podem levar a distúrbios de desenvolvimento, como autismo e retardo mental, e podem contribuir para distúrbios psicológicos”, complementa o pesquisador.
Receptores são necessários para as sinapses se tornarem funcionais. Na imagem abaixo (clique para ampliar) podemos ver a neuroligina (1) na superfície da célula se deslocando pelos neurotransmissores até os receptores (2).
As conclusões refletem uma compreensão mais clara como as sinapses são formadas, oferecendo um roteiro para a investigação que pode levar um dia a novas terapias ou uma cura para o autismo, um distúrbio que afeta o desenvolvimento cerebral de uma pessoa habilidades sociais e de comunicação. A desordem afeta 1 em cada 150 crianças nos Estados Unidos, de acordo com a Sociedade de Autismo da América. Alguns estudiosos afirmam ser de 4 autistas em cada 10.000 pessoas em todo o mundo, enquanto que outros afirmam ser de 1 em cada 1000. Em alguns paises. Na Inglaterra, segundo o Daily Mail, 1 em cada 60 crianças (!) é autista. No Brasil, ao que parece, não há nenhuma estatística a respeito, mas deve acompanhar a média global. Se algum de vocês dispor de informações mais precisas, nos informem, por favor.
A nova janela aberta pela equipe de Washbourne, formada por capta a essência do desenvolvimento da sinapse, que ocorre entre os mais de 100 bilhões de neurônios estimados que fazem cerca de 100 trilhões de sinapses em um único ser humano. Isso deixa muita margem para erros nas instruções para sintetizar moléculas responsáveis pela formação sinapse, disse Washbourne.
“Basicamente, nós temos encontrado mecanismos pelos quais duas muito importantes moléculas, o N-metil D-aspartato (NMDA) e a proteína de densidade pós-sináptica PSD-95, sejam levados a uma sinapse recém-formada”, finaliza Washbourne.
