Cresce o ódio em redes sociais na Internet

O ser humano não muda. Não importa se cara-a-cara ou se está atrás de um muro ou se escondendo na Internet. É da natureza humana o ódio e a tendência ao separatismo, chauvinismo e preconceito. Somos uma espécie que só tem feito besteira entre si, mostrando que se há um milagre, foi o de não termos nos matado uns aos outros (ainda).

Militantes e grupos de promoção do ódio cada vez mais usam sites de redes sociais como o Facebook, MySpace e YouTube na função de ferramentas de propaganda para recrutar novos membros, de acordo com um relatório do Simon Wiesenthal Center. Parece que não foi mencionado o Orkut, porque eles só se preocuparam com redes sociais de primeiro mundo. Se vissem o Orkut encontrariam ódio, intolerância, crentes e miguxos. O relatório seria mais alarmante ainda.

O relatório divulgado na quarta-feira (13/05) notou um aumento de 25% no ano passado no número de grupos “problemáticos” nas redes sociais da web, conforme vocês poderão ler AQUI. O estudo se baseia em “mais de 10 mil sites, grupos de redes sociais, portais, blogs, salas de chat, vídeos e jogos na internet que promovem a violência racial, o antissemitismo, a homofobia, a música de ódio e o terrorismo”.

“Cada aspecto da internet está sendo usado por extremistas de todos os matizes para reaproveitar velhos ódios, vilipendiar o ‘Inimigo’, arrecadar fundos e, desde o 11 de setembro, recrutar e treinar terroristas para a Jihad”, afirmou o Simon Wiesenthal Center em comunicado.

O grupo judaico de defesa dos direitos humanos que porta o nome de um renomado perseguidor de nazistas vem monitorando a internet em busca de extremistas há uma década, e afirma que a ascensão de sites de redes sociais como o Facebook acelerou a difusão de opiniões racistas e fanáticas nos últimos anos. Para quem não sabe, Simon Wiesenthal foi um arquiteto judeu, preso e mandado para vários campos de concentração nazistas. Conseguiu sobreviver às detenções e, depois de libertado, dedicou sua vida a perseguir, encontrar e levar a julgamento criminosos nazistas, como o famigerado Adolf Eichmann, Franz Stangl entre outros. Wiesenthal ficou, então, conhecido como “O Caçador de Nazistas”. Wiesental faleceu em 2005 aos 97 anos de idade.

O Simon Wiesenthal Center afirma que dirigentes do Facebook se reuniram com seus especialistas e prometeram remover da rede os sites que violem os termos de uso da organização, mas que “com mais de 200 milhões de usuários, os fanáticos online conseguem escapar mais rápido do que os esforços para removê-los são realizados”, diz o documento.

O grupo apontou para o fato de que o Facebook recentemente removeu diversos sites que negam o Holocausto e divulgou um comunicado no qual esta aponta que sua rede também é amplamente utilizada para promover causas positivas. “Nos casos em que conteúdo que promove o ódio é exibido no site, o Facebook o remove e bloqueia as contas responsáveis”, afirma o comunicado da empresa.

Grupos extremistas também estão estabelecendo sites próprios de redes sociais, segundo o relatório, apontando para o exemplo do “New Saxon”, descrito como “um site de redes sociais para pessoas de ascendência europeia”, produzido por um grupo neonazista dos Estados Unidos chamado National Socialist Movement.

Outros grupos criaram jogos online como o “Special operation 85 – hostage rescue”, desenvolvido por uma organização iraniana, no qual o jogador precisa localizar cientistas nucleares tomados como reféns por norte-americanos no Iraque e detidos em uma prisão de Israel. Os grupos mais visados na internet, segundo o relatório, incluem judeus, católicos, muçulmanos, hindus, gays, mulheres e imigrantes.

O ódio é algo que sempre acompanhou os seres humanos. O fanatismo religioso fez com que isso fosse mais exacerbado. A regra do “nós e eles” é inerente a essas sociedades mentalmente e culturalmente doente. Enquanto um idiota ficar na base do “nós somos melhores que vocês; meu deus é melhor; nosso país é mais incrível e meu tom de pele mostra que você é lixo perante mim”, bem semelhante qo que Huxley descreveu em Admirável Mundo Novo, nada mudará.

Chegamos ao século XXI tão (ou mais) bárbaros – no pior sentido da palavra – que os hominídeos da Guerra do Fogo

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