Intelectuais criticam poder abolutista de Bento XVI

Depois de quatro anos do reinado pontificado, só agora que os teólogos e analistas religiosos se tocaram do óbvio: O Império do Mal governado por Darth Ratzinger possui um estilo recluso, sendo liderado de forma autoritária. Se isso é novidade pra você, significa que você não acompanha Ceticismo.net; exemplos não faltam.

Especialistas – sabe-se lá em que – ouvidos pela BBC Brasil afirmam que decisões tomadas recentemente pelo ex-chefe da Gestapo Católica – como a nomeação de um bispo auxiliar conservador na Áustria sem considerar o parecer do episcopado local – são sinais de um papado centralizador e pouco democrático, como coisa que democracia e religião andam juntas. Que tal um referendo pra escolher o novo nome de Deus? Que tal um plebiscito pra escolhermos quais atitudes nos conduzem ao inferno? Não, meus caros. Democracia situa-se diametralmente divergente de qualquer religião.

Uma das decisões controvertidas de Chico Bento XVI, na opinião dos especialistas, foi nomear o ultraconservador Gerhard Maria Wagner como bispo auxiliar de Linz, sem ouvir as considerações do episcopado local. Wagner renunciou duas semanas depois, devido a fortes pressões causadas por declarações suas, como a de que homossexuais deveriam ser “curados” e de que o furacão Katrina foi um “castigo de Deus” pelas clínicas que praticavam aborto em Nova Orleans. Sinceramente, não sei por quê o assombro. É exatamente essa a posição dos religiosos a respeito, como pode ser visto em vários comentários aqui mesmo, onde sempre vêm coim a ladainha [voz fanha on]Nós abominamos o pecado e não o pecador[voz fanha off]. Isso, no meu entender, é o mesmo que dizer “Não odiamos os negros, só a cor de sua pele”. A Bíblia mesma tá cheia de exemplos onde se ordena morte por causa de diferenças e, sim!, ela ordena a morte de homossexuais. Assim, das duas uma: ou o religiosos segue seu livro e se torna um assassino, ou finge que não viu e se torna um hipócrita.

Em outra decisão considerada polêmica, o Chefe do Império do Mal suspendeu a excomunhão de quatro bispos da ordem tradicionalista Pio X. Os religiosos haviam sido ordenados sem autorização da Santa Sé em 1988 pelo francês Marcel Lefebvre, criador de uma irmandade que não reconhece as reformas propostas no Concílio Vaticano II, introduzido no final dos anos 60. Ou seja, é uma zona federal, onde o “Lula do Vaticano” diz que não sabia de nada e não pune ninguém. E é bem capaz de fazer gracinha com o batom de um dos bispos. Alguém pode levar uma igreja assim a sério? Sim, podem e é o que os católicos fazem; mesmo porque, um dos dogmas principais da IAR reside na infalibilidade papal: o Papa mandou, tá mandado.

“A questão (da reabilitação) dos lefebvrianos representa a superação de um limite. É como se a lua de mel da igreja católica com o papa tivesse acabado”, disse à BBC Brasil o professor de História do Cristianismo, Alberto Melloni.

“O Papa tem um estilo solitário e absolutista de governar. Não aceita conselhos, opiniões e críticas e isto cria problemas, inclusive nos setores moderados da igreja”, afirmou, em entrevista à BBC Brasil, o vaticanista Marco Politi, que acabou de publicar o livro A Igreja do Não, pela editora Mondadori.

A suspensão da excomunhão dos “lefebvrianos” por Bento XVI causou ainda grande mal estar nas igrejas da Alemanha, Áustria, Suíça e França. Um dos bispos perdoados, Richard Williamson, foi obrigado pelo governo a deixar a Argentina depois de negar publicamente o extermínio de judeus durante o regime nazista.

Williamson, que estava radicado na Argentina desde 2003, chegou a Londres nesta quinta-feira. Aliás, se vocês estudarem um pouquinho de história, verá que os principais chefes da cúpula nazista fugiu exatamente para a Argentina, Joseph Megele se escondeu no Brasil, Martin Borman escafedeu-se por aqui e sabe Osíris o que aconteceu com os demais.

Em entrevista ao jornal Le Monde nesta semana, o teólogo dissidente suíço Hans Kung também criticou o estilo de governo do Papa. Vocês podem ler a tradução googliana dessa entrevista AQUI.

Kung, que foi professor da Universidade alemã de Tubinga com o então cardeal Joseph Ratzinger nos anos 60, disse ao jornal que “Bento XVI viajou muito pouco e sempre viveu em ambiente eclesiástico, fechado no Vaticano – que é uma especie de antigo Kremlin – onde fica protegido das críticas”.

“Ele não foi capaz de entender o impacto que teve uma decisão destas (a suspensão da excomunhão) e seu secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, é totalmente submisso. Estamos diante de um problema de estrutura”.

Segundo Kung, Ratzinger defende a idéia do “pequeno rebanho” – poucos fiéis e uma igreja elitista, formada por “verdadeiros católicos”.

“É uma ilusão pensar que é possível continuar assim, sem padres nem vocações. A Igreja corre o risco de se tornar uma seita”, afirma.

Melloni, que também é especialista no Concílio Vaticano II e presidente da Fundação de Ciências Religiosas João XXIII, de Bolonha, concorda com o teólogo suíço.

“O risco de se tornar uma seita é um problema real”, disse ele à BBC Brasil. Para Politi, o pontificado de Bento 16 está acumulando problemas. “Em vez de um pontificado de transição, este pode ser um papado de estagnação, em que se acumulam problemas e tensões dentro da Igreja e entre a Igreja e o mundo moderno”.

Alguns observadores, entretanto, acreditam que Bento 16 não é de todo responsável pelas polêmicas. Para eles, o problema é o tradicional mecanismo de funcionamento da Cúria Romana. A professora de Sociologia da Religião da Universidade la Sapienza de Roma Maria Immacolata Maciotti lembra que o papa tem opiniões próprias consideradas fortes. A questão, segundo ela, é que o aparato em torno de Bento 16 – que normalmente impediria a tomada de decisões polêmicas – não tem funcionado bem.

“O impulso de perdão do pontífice (aos lefebvrianos) deveria ser freado pelos conselheiros atentos a estes problemas. Isto não ocorreu. Podemos supor que o papa é muito autoritário ou não tem pessoas capazes em torno de si”, afirmou.

Não é exagero quando nos referimos aqui, no Ceticismo.net, que o Papa é um Imperador. Isso não é uma simples brincadeira ou trocadilho. A ICAR É SIM um império que perdura desde a queda de Roma. Acontece que saiu de um poder secular para um poder espiritual, mas até pouco tempo (em termos históricos) o Vaticano dispunha de um exército próprio. Sua influência política ainda persiste até hoje, simplesmente porque a religião é a melhor forma de dominação. Os líderes mundiais sabem disso e tentam ser amiguinhos do Papa, pois sabem muito bem a frase clássica de Napoleão: “Religião é o que impede o pobre de matar o rico”.

As decisões do Vaticano não passam mais em branco num mundo ligado por uma rede de informações em tempo real. Antes, guerras e massacres ocorriam sem que ninguém soubesse. Hoje, se um palestino der um tiro num judeu bem em frnte ao Muro das Lamentações, saberemos não em meses, nem dias ou mesmo horas. alguém lá vai mandar fotos pro mundo todo, alguém vai filmar e colocar no Youtube, o Twitter será um festival de postagens, assim como o Facebook. No Orkut não, porque brasileirto estará preocupado em colocar suas fotos tiradas com o rabo dentro de uma piscina Tony, ou posando com armas ou então na frente da saída de esgoto, crente que está na maior onda.

O mundo mudou e as religiões não entenderam isso. Acham que apenas com suas arbitrariedades podem subjulgar todas as pessoas. Podem dominar os acéfalos, mas sempre haverá algum descontecnte afirmando: “O Papa está nu”.

7 comentários em “Intelectuais criticam poder abolutista de Bento XVI

  1. Mas vocês do ceticismo.net tem razão; a inspiração da ICAR foi o império romano, até o costume de beijar os anéis dos bispos é copiado do antigo habito de beijar o anel do imperador romano.
    Certa vez li que o imperador Calígula deixava o anel de proposito no dedo médio só para humilhar quem fosse beijar o anel .

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    1. Nesse caso do Calígula pode ser. Mas, pode ter outra explicação. Os anéis eram um sinete, que traziam a insígnia da família. Assim, ao se “assinar” um documento, o patrício (não só o Imperador) “carimbava” a cera amolecida com seu anel, afim de atestar a autenticidade do documento. Mas, é claro que de um cara que afronta todo o senado romano, nomeando seu próprio cavalo pro cargo, tudo é possível. ;)

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      1. @André, Beijar o anel do bispo, beijar o anel do imperador, deixar o anel no dedo medio, carimbar o anel na cera amolecida. Nossa ! Tudo a ver mesmo com o que rola pelos bastidores da ICAR.

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  2. Todo Papa é um enganador, só faz alimentar ilusões e ignorância, porém, a mentalidade do atual Papa é das mais podres, como um baú que estava fechado desde a idade média e foi aberto, cheio de bolor e matéria decomposta.
    Esse Papa faz de tudo para aparecer e reforçar o “poder” da sua “corporação”, não deixa nem de se associar com o conhecido “mafioso” e 1º Ministro da Itália para juntinhos darem palpides sobre aquilo que não lhes diz respeito, simplesmente para demonstrar força e é claro o seu profundo desrespeito para com a dignidade humana.

    Quem gosta dessa figura de roupinhas afetadas que se diz representante de Deus na terra poderia dar uma olhadinha num interessante documentário da BBC de Londres “Sexo, Crime e o Vaticano”, que vai além de falar da pedófilia praticada pelo clero católico mas também mostra o quanto o cardeal JOSEPH RATZINGER atualmente conhecido com Bentinho XVI se empenhou na OCULTAÇÃO DOS CASOS E PROTEGEU OS AGRESSORES e no que consiste o documento confidencial “Crimen Sollicitationis”.

    Para quem não viu esse documentário e quer ver:
    1ª parte – http://www.youtube.com/watch?v=DmcwGnjCnu4
    2ª parte – http://www.youtube.com/watch?v=oMTluL5suSw
    3ª parte – http://www.youtube.com/watch?v=bA6y97uZh_E (essa parte narra inclusive eventos ocorridos no Brasil)
    FINAL – http://www.youtube.com/watch?v=VdK4kEG7XcY

    Por que será que esse documentário da BBC nunca passou na tv brasileira e na época também foi censurado na tv italiana ?

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