Cientistas da Irlanda (nenhum, que seja meu parente) andaram metendo o pé na jaca esses dias, antes dos festejos do Ano Novo. Ou isso, ou alguém tá afim de ganhar o prêmio IgNobel de 2009.
Cientistas de uma universidade da Irlanda, muito preocupados com o meio-ambiente, acreditam que um tipo diferente de grama poderia ajudar a diminuir a quantidade de gases produzidos pelo gado que dela se alimentar. Em suma, eles querem controlar a flatulência do gado, já que, devido ao seu processo de digestão, o gado produz grande quantidade de metano (CH4), um gás que age fortemente no agravamento do efeito estufa, assim como o dióxido de carbono (CO2), e há anos pesquisadores têm buscado formas de diminuir o problema.
É bem provável que vocês pensem que eu estou de sacanagem e fazendo uma pegadinha de fim-de-ano, mas não. Realmente, a emissão de metano nas flatulências (peido, pô! Tem que explicar tudo…) pode ser um dos responsáveis pelo aquecimento global; e, segundo os cientistas da University College, de Dublin, o uso de um tipo específico de grama, mais doce e mais gordurosa do que a grama comum, poderia reduzir os gases e beneficiar também, indiretamente, a saúde humana.
A abordagem, porém, ainda está em estágios experimentais, ou seja, é bem provável que estejam com um grupo de controle comendo só a grama pesquisada, e outro grupo comendo rabada com agrião ou feijoada. A sorte deles é que o Bush está saindo da Casa Branca, pois ele poderia invadir alegando que é produção de armas químicas, ainda mais que não há ainda nenhuma evidência que tal grama milagrosa realmente venha a resolver este problema fétido.
“Embora a grama configure uma dieta de baixa gordura, nós podemos manipular o vegetal, e estamos trabalhando com diferentes culturas de grama neste momento”, disse David Kenny, especialista em nutrição animal da universidade, que complementa: “Certos tipos de gorduras podem melhorar a qualidade do produto (grama) e ao mesmo tempo reduzir a produção de metano. É uma situação em que todos ganham, o produtor (de gado) e o consumidor.”
O problema do gás produzido pelo gado é particularmente grave na Irlanda, porque lá a maioria dos animais cresce se alimentando justamente de grama – um alimento que naturalmente aumenta a quantidade de metano liberado por eles e tem gaiatos que fazem piadinhas sobre o gado ser mais amarelado lá.
Nas pesquisas para resolver o problema, muitos cientistas acreditam que simplesmente dar aos animais um remédio especial pode resolver o problema. Entretanto, muitos na comunidade científica irlandesa são céticos em relação a isso, e eu não consigo imaginar o motivo. Afinal, é plenamente possível um simples pum de um bezerro ser o vilão pelo caos climático e a chuvarada em Santa Catarina.
Será que foi isso que atraiu os Ets em Ipuaçu? De repente, eles iam pra Irlanda, mas o mau-cheiro os espantou de lá…
Fonte: BBC Brasil
Olá pessoas!
Se é para o bem de todos, tá valendo! Cientistas recriam processo de fusão de energia solar de um lado, outros apelam para a grama especial de outro, nada mal. Espero realmente que isso dê resultado.
O site está com otimas matérias. Como sempre. (fiquei um mês sem entrar, + ainda se fala dos ets aqui em SC? hehehe) :grin:
Abraços
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Isso não só é importante como está longe de um ignobel. Não desprestigiando o prêmio, mas a contribuição do gado é sim significativa para o aumento da concentração de gases estufa na atmosfera. A mudança da qualidade da alimentação do gado é uma das saídas propostas pela FAO em 2006, no seu famoso relatório “Livestock’s long shadow”. Medida muito interessante, melhor fazer com que nós virássemos todos vegetarianos para diminuir a emissão de GEE pelo gado.
Discuti um pouco sobre isso aqui: http://discutindoecologia.blogspot.com/2008/12/hambrguer-de-canguru-no-vai-salvar-o.html
Abraços.
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Entendi. A gente vira vegetariano e mata todo o gado do mundo. Assim eles não ficarão peidando e aumentando o efeito estufa, né?
Gostei muito da postagem do seu blog e só mais uma coisa: O IgNobel é apenas uma brincadeira com o lado pitoresco da Ciência, ainda mais quando um brasileiro ganhou o prêmio no quesito Arqueologia.
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