Qualquer coisa que é muito grande ou muito pequena escapa da nossa compreensão racional, pois nossa razão não consegue “medir” coisas fora do nosso campo observável. Assim, muitas vezes temos que imaginar o tamanho dessas coisas e trabalhar em cima comparando a observação (direta ou indireta), experimentação e analisarmos os dados obtidos, de modo que possamos compreender as relações através da fria, mas não insípida, matemática. O nosso sistema solar é um perfeito exemplo disso. Não tínhamos a perfeita noção dos planetas, por aparecerem apenas como pontinhos luminosos no céu. receberam este nome, que significa “estrelas errantes”, já que eles apresentam posições diferentes a cada dia que passa.
Como advento de aparelhos para observarmos o esplendor de nosso sistema, construímos mentalmente um modelo de tamanho que este sistema ocuparia em nossa galáxia. Mas este tamanho pode não ser exatamente o que temos imaginado até recentemente, isto é, ele pode ser significativamente mais compacto, de acordo com uma simulação computadorizada da nuvem de cometas que encobre o sistema solar. Uma pesquisa sugere que a nuvem não pode conter tanto material como se pensava, e isso serve como uma suspeita de que poderia resolver um problema de longa data sobre como os planetas se formaram.
Em 1950, o astrônomo holandês Jan Hendrik Oort, através de Cálculos orbitais cuidadosos, indicou que uma “nuvem” imensa (agora chamada de Nuvem Oort) constituída por até um trilhão (sim, trilhão!) ou mais de cometas, os quais orbitam em torno do Sol, estando muito longe da órbita de Plutão, cuja distância seria de aproximadamente 30.000 UA até um ano-luz ou mais. Como não se pode usar metros, nem quilômetros para medir órbitas planetárias (por motivos óbvios), utiliza-se a chamada “Unidade Astronômica” (UA), que é a distância da Terra ao Sol. Em outras palavras a distância da Terra ao Sol, que é de aproximadamente 149.600.000 km, é chamada 1 UA. Portanto, 2 UA seria o dobro da distância da Terra ao Sol e assim por diante. Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo no período de um ano e vale 9.460.730.472.580,8 km ou 63.241,1 UA.
Os cometas da Nuvem de Oort possuem longo período orbital. Isso significa dizer que uma volta completa ao redor do Sol demora mais de 200 anos. Para fins de comparação, o cometa Halley demora 76 anos. Dada a quantidade imensa de cometas, a Nuvem de Oort possui a sua importância, dada a relação entre a massa somada de todos os cometas que provém dela, em relação ao restante do Sistema Solar. Com certeza, grande parte da massa do nosso sistema está contido na Nuvem de Oort, apesar dela ser demasiada fraca para ser observada por telescópios. A imagem de abertura ilustra (fora de escala) um modelo do Sistema Solar, com a Nuvem de Oort. Clique para ampliar.
Modelos matemáticos do Sistema Solar também prevêem a existência de uma camada interna que se estende por cerca de 3.000 a 20.000 UA do Sol. Mas os pesquisadores acreditavam que os objetos que orbitam dentro desta câmara nunca chegarão perto o suficiente do Sol, uma vez que a aproximação dos gigantes gasosos, Júpiter e Saturno, desviaram sua rota para o espaço interestelar.
Novas simulações por computador demonstram que essa barreira gravitacional pode não servir sempre de fuga, mas podem aproximar também, se bem que na maioria das vezes as forças gravitacionais dos dois gigantes podem servir como uma “faxina cósmica”. Entretanto, a pesquisa sugere que mais de metade de todos os cometas de longo período poderia vir a partir do invisível interior da Nuvem de Oort, o que significaria que o sistema solar é muito mais compacto do que se pensava.
Os modelos atuais do Sistema Solar não pode dar conta de tanta massa, como a que provavelmente existe na Nuvem de Oort. Isso porque tais objetos em distâncias extremas estão mais sujeitos a se perderem, na maioria das vezes catapultado por forças devidamente explicadas por Isaac Newton. Se o interior da Nuvem de Oort é a principal fonte de cometas de longo período, muito menos material seria necessário para ter a bunda chutada por Júpiter e Saturno, bilhões de anos atrás.
Telescópios do futuro, como o Pan-STARRS (Panoramic Survey Telescope & Rapid Response System), no estado norte-americano do Havaí, deve ser capaz de observar e registrar dados sobre estes corpos celestes.
O Pan-STARRS combina espelhos relativamente pequenos com grande câmeras digitais, cujo objetivo imediato do Pan-STARRS é descobrir e caracterizar asteróides e cometas que por ventura possam estar em rota de aproximação com a Terra e que possam representar algum perigo para o nosso planeta. O enorme volume de imagens produzidas por este sistema fornecerá dados valiosos para muitos outros tipos de programas científicos futuros.
Para saber mais: Origem do Sistema Solar (em inglês)

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